Capítulo 17 (parte dois)

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Havia molho de tomate picante de cor vermelho-sangue caído sobre a gola da camiseta de Stephen, aquela com bananas heroínas estampadas nela

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Havia molho de tomate picante de cor vermelho-sangue caído sobre a gola da camiseta de Stephen, aquela com bananas heroínas estampadas nela. Sentada no sofá com uma fatia de pizza pela metade em mãos, Presley fazia o melhor para ignorar o seu pijama. Ela se sentia melhor a respeito dele como pessoa se fingisse que ele não a estava usando.

E Stephen também não estava muito interessado na sua roupa ou na mancha nela, mas sim no filme que estava rolando na tela em sua frente. Ela observou, de modo frenético, como as sobrancelhas dele se cerravam em diálogos tensos ou como ele inclinava o corpo para frente quando algo importante estava prestes a acontecer, dizendo para Presley, mas sem desviar os olhos da tela: "Preste atenção, Elvis!"

Em sua defesa, a garota estava fazendo o seu melhor para acompanhar todos os detalhes da trama, mas era impossível quando algo maior estava acontecendo bem ao seu lado. Stephen praguejava, se impressionava e se emocionava em curtos espaços de tempo, e era como se ele estivesse assistindo pela primeira vez. Ela nunca tinha visto um cara chorar por um filme de ficção antes.

Eu gostaria de amar alguma coisa desse jeito, ela pensou. E ficou inexplicavelmente deprimida.

Ela mirou seu olhar para Stephen novamente, sua cabeça estava bem no meio da pequena janela que permanecia aberta, mostrando os prédios vizinhos com suas lâmpadas acessas da varanda parecendo pequenos faróis de luz, poucas estrelas salpicando o céu noturno e a lua pendurada em toda sua glória, e, um segundo mais tarde, ela percebeu que enquanto esteve olhando para Stephen, ele esteve olhando para ela.

O mesmo pensando acompanhado com a melancolia de estar sentindo falta de algo que nunca teve voltou com carga total: eu gostaria de amar alguma coisa desse jeito.

Ele foi o primeiro a falar:

— Tudo bem?

Ela virou o rosto para a tevê, temerosa de que ele fosse capaz de ver a verdade estampada em seu rosto. Os créditos rolando na tela era um forte indicativo de que o filme tinha acabado, e ela entendia de Star Wars tanto quanto antes.

— Estou. — disse, e jogou a pizza de volta na caixa aberta.

Stephen não parecia acreditar, mas também não parecia que iria pressiona-la, o que foi de grande alívio.

— Você gostou do filme?

Ela deu de ombros. — Gostei.

O rapaz olhou para ela de forma diferente. Ele não estava com raiva por sua resposta evasiva ou chateado, mas preocupado, ela percebeu, ele se preocupava com ela. Esse conhecimento a atingiu tarde demais.

Ela se pôs de pé. — Eu gostaria de ir para a cama agora. — pediu, e acrescentou: — Por favor.

Stephen se pôs de pé também. — Você não precisa pedir por favor, Presley. Você não está presa aqui, e ninguém manda em você. Ninguém.

As Quatro Estações do NamoroOnde histórias criam vida. Descubra agora