— Isso não parece familiar para você? — Stephen começou. — Eu, chuva, você na minha moto em um vestido...
Os lábios de Presley se curvaram em um meio sorriso, agora já aquecida pelo casaco extra que ele teve o cuidado de levar. — Você sempre me salvando.
Ele balançou a mão como se não fosse nada. — Salvar donzelas em perigo está no topo da minha lista de atividades favoritas.
— É? E o que vem depois?
Ele pareceu pensar por um momento. — Resgatar gatinhos presos em árvores. Acredite ou não, isso acontece com muita frequência em Nova Iorque. E, caso você esteja se perguntando o que está em terceiro lugar, saiba que é vestir uma jaqueta de couro e andar por aí em uma moto sem rumo junto com a minha gangue. Você sabe, preciso equilibrar meu lado doce e gentil com o lado perigoso e másculo. Quando se tem tantas qualidades assim à disposição, o perigoso é ter demais.
Presley balançou a cabeça, fazendo um bico para não rir. Gangue. Ele nunca a deixaria esquecer isso. Presley de repente teve uma visão do futuro: Stephen com setenta anos, usando uma bengala para cutuca-la e dizer "Lembra aquela vez com o seu ex-namorado...", mas essa imagem não a incomodou, só serviu para reforçar ainda mais o fato de como tinha sentido a falta dele nesses dias.
Ele subiu na moto primeiro, ligando-a. Presley se posicionou logo atrás dele, ergueu uma perna e tentou se sentar o mais decentemente que seu vestido permitia. Não era fácil, já que ele era de lantejoulas e não proporcionava muita mobilidade. Ela se remexeu no assento, segurando nas laterais da moto, mas, de repente, não sabia o que fazer com suas mãos depois disso. A garota, normalmente articulada e relaxada quando estava na companhia de Stephen, se sentiu estranha com o pensamento de se agarrar à ele tão descaradamente, mesmo em uma circunstância normal. Parecia... intimo demais.
— Tudo bem aí atrás? — ele perguntou, virando a cabeça para ter certeza de que ela o ouvira.
Presley nem pensou antes de responder, honestamente: — Eu não sei o que fazer com as minhas mãos.
E... se arrependeu logo em seguida.
No entanto, ao ouvir a risada gostosa de Stephen, ela meio que desejou ter dito antes.
— Normalmente... — ele começou dizendo, serpenteando suas próprias mãos para trás à procura das mãos de Presley. Quando as encontrou nas laterais, as puxou para frente ao redor de sua cintura, e todas as terminações nervosas da garota entraram em ação. — Você segura em mim desse jeito e... Meu Deus, Elvis. Suas mãos estão congelando!
— Eu sei. Desculpe.
— Pare de se desculpar. — ele mudou as mãos dela de lugar novamente, como se fosse uma boneca, e as enfiou dentro do bolso da sua jaqueta, o que só serviu para fazer Presley se aproximar ainda mais. — Elas agora são minhas, você pode pegá-las de volta depois. — ele brincou, mas sua voz mudou perceptivelmente o tom.
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As Quatro Estações do Namoro
RomanceEm toda sua vida, Presley Markey foi ensinada que existem muitos tipos de pessoas no mundo. No entanto, depois de vários relacionamentos desastrosos que acabaram em ursos gomosos e sorvete de baunilha, ela descobre que, no mundo do namoro, existem...