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Assim que terminei meu primeiro tempo de aula me direcionei para a próxima turma que lecionaria naquele dia. Era uma turma de terceiro ano que já conhecia em sua maioria, já que eu trabalhava havia anos naquela mesma escola. Ao entrar na sala vi o que era de se esperar de um primeiro dia de aula, aquele fuzuê de reencontros e novos encontros. Sinto falta dessa época onde tudo era motivo de festa, até mesmo o primeiro dia de aula. Hoje em dia já não tenho mais o mesmo ânimo como quando era adolescente.

Coloquei minhas coisas na mesa e logo senti braços fortes me abraçando.

-Maxon, caralho! Passei as férias inteiras torcendo pra que fosse você meu professor de biologia esse ano e olha só... Acho que posso acreditar em Deus agora. - disse Joseph, um aluno que conheço há breves três anos. Três anos de amor e ódio.

-Você não presta, Joseph, eu passei as férias inteiras torcendo pra que você saísse da escola e me deixasse em paz. - brinquei e ele riu. - Agora volta pro seu lugar que eu vou começar a dar aula.

-Chato como sempre... - resmungou e deu as costas.

-Quem torceu pra ter aula comigo mesmo? - deu uma risada frouxa e se sentou.

Aos poucos os alunos foram fazendo silêncio e eu comecei toda aquela apresentação de início de ano, sendo recebido com alguns aplausos pelos alunos mais antigos. Agradeci e comecei a perguntar os nomes daqueles que não conhecia, apesar de saber que só iria lembrar no final do bimestre dependendo de suas notas. Depois de toda a burocracia dei mais um tempinho a eles enquanto me preparava para passar o primeiro módulo.

-O senhor fica mais lindo a cada ano, sabia, professor? - ouvi uma voz suave ao meu lado e olhei para as duas íris azuis que me olhavam.

-Já me bajulando, Amélia? Achei que fosse guardar para quando estivesse precisando. - ela riu e se apoiou em minha mesa.

-Professor, o senhor sabe que eu preciso antes mesmo de começar o ano, né? Sou péssima em biologia. - fez uma carinha de cachorro abandonado.

-Se eu não te conhecesse já aumentaria seu conceito, mas como eu sei que você só é péssima porquê não estuda... ai é outra história.

-Que malvado, professor. - fez voz manhosa e segurou meu braço, fui obrigado a rir com aquela cena patética. Ela logo riu também, saindo daquela pose que não combinava com ela.

Eu conheço Amélia desde que ambos entramos na escola. Eu como professor e ela como aluna, lógico. Foi o meu primeiro emprego como professor de verdade, antes tinham sido apenas algumas aulas de monitoria e substituindo outros professores, Amélia foi a primeira aluna que conheci um pouco mais a fundo e uma das únicas que está comigo desde aquela época.

Posso dizer que acompanhei de perto todo o seu desenvolvimento, mental e físico, e que estou vendo-a se tornar uma mulher. Algo que me da muito orgulho, pois sinto que fiz parte disso. Não somos amigos, afinal nosso contato sempre foi apenas na escola ou no máximo em algumas mensagens no Facebook, mas eu conheia Amélia do mesmo jeito que conhecia todos os meus alunos.

Ela voltou para seu lugar e eu dei continuidade à aula, sempre fazendo piadinhas e tentando deixar todos o mais a vontade possível para começar bem e ter um ano produtivo. E até o momento tudo estava correndo bem e eu estava adorando a turma, torcendo para que continuasse assim pelo resto do ano.

Depois do término de todas as aulas do dia eu fui direto para o barzinho perto da escola me encontrar com alguns amigos, todos educadores como eu. Ficamos falando bobagens e conversando como bobos que somos, afinal já foi comprovado científicamente que homens demoram mais a amadurecer que mulheres e, olhando para meus amigos rindo de alguma situação em suas "transas casuais", eu tive certeza disso. Não poderia dizer que amadureci mais que eles já que ria tanto quanto, apenas não tinha as mesmas expêriencias e tinha uma perspectiva diferente do mundo.

Uma garçonete loira veio nos atender, fazendo a criançada pular de alegria pela carne nova, como eles se referiam. A olhei de cima a baixo e confesso que gostei do que vi, seios fartos pulando um pouco do uniforme, um sorriso bonito e simpático típico de uma novata e uma bela de uma bunda apertada na calça jeans. Como eu já disse não tenho muita expêriencia, mas acho que aquele dia estava de bom humor comigo.

-Vai querer mais alguma coisa, senhor? - ela perguntou ao meu lado, sorrindo como quem quer dizer alguma coisa.

-Não, obrigado. - respondi ainda a olhando e segui seus passos quando se distânciou, pude ver o momento exato de quando ela olhou para trás.

-Vai que é tua, nerdão! - um dos meus amigos deu um tapa em minhas costas como incentivo, mas doeu apenas.

Reuni todas as minhas forças e doses de cerveja e fui até o bar falar com a tal garçonete. Por sorte e/ou destino, ela estava lá apenas anotando algumas coisas.

-Oi. - eu disse, ela me olhou como quem já esperava que fosse receber essa visita.

-Oi. - se apoiou no balcão. - Quer pedir alguma coisa?

-Seu telefone. - fui direto, ela riu.

-Só isso?

-Que horas você sai hoje?

-Daqui a meia hora na verdade. - checou o relógio ainda rindo, provavelmente do meu jeito rápido e curto de falar devido ao nervosismo.

-Eu te espero, até lá então. - sai andando, literalmente.

-Já foi? - meus amigos perguntaram.- Deve ter tomado um puta fora. - todos riram e eu só bebi mais, ia precisar...

A tal meia hora se passou e eu vi a loira que eu nem havia perguntado o nome saíndo do barzinho com um vestido colado e batom. Estava linda, não podia negar.

-Vamos? - ela perguntou parada ao meu lado, continuei sentado a olhando.

-Ah, claro, sim, vamos. - me levantei rapidamente e segui com ela até seu carro.

-Minha casa ou a sua? - ela perguntou, adorava mulheres diretas, me poupavam de falar o que eu não sabia e ainda me passavam confiança.

-Na sua, a minha tá uma zona. - que merda eu disse?

-Ok então... - ela disse rindo.

Não contarei detalhes da casa dela pois não me lembro, só me lembro de sair do carro sem mais vontade de esperar e de tê-la atacado no próprio estacionamento, ela pareceu gostar e disse:

-Sabia que você não era tão inocente assim.

O resto da noite foi cheio de gritos e arranhões, posições deliciosas e peitos na cara. Foi ótimo, não posso negar, mas como todas as outras transas que eu já tive na minha vida faltava alguma coisa, algo que eu só iria descobrir o que era alguns meses depois.

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oii gente, gostaram do capítulo? deixem uma estrelinha e me digam o que vocês acham que vai acontecer em seguida!

beijos no core e até semana que vem! <3

Aluna ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora