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Já haviam se passado um mês desde meu encontro com Amélia no parque de diversões. Os olhares na aula, as mensagens de texto e a tensão gostosa durante as aulas particulares haviam aumentado consideravelmente. Saíamos para almoçar pelo menos uma vez por semana e sempre acabávamos nos beijando secretamente dentro do meu carro na porta de sua casa.

Eu sentia uma energia gostosa passando por meu corpo toda vez que encontrava com ela pelos corredores da escola. Era fácil pra mim dizer que eu não me sentia tão vivo há anos. Mas quando Leo me chamou para conversar no final da minha aula na turma de Amélia, eu soube que tinha alguma coisa errada.

Amélia estava sentada em minha mesa, as pernas cruzadas e os cabelos soltos caindo sobre o ombro. Eu estava sentando em minha cadeira, tendo a visão perfeita de suas pernas e da maneira como ela insistia em descruza-las apenas para cruza-las de novo. Era uma provocação óbvia, e eu não estava reclamando. Passei meus dedos levemente por sua canela sentindo sua pele arrepiar e os subi lentamente até a barra de sua saia. Amélia olhou em meus olhos e deu uma risada gostosa, me fazendo rir junto.

-Maxon. - ouvi a voz de Leo e me ajeitei rapidamente na cadeira.

-O que foi? - ele não me respondeu, apenas continuou parado na porta e eu entendi que devia ficar a sós com ele. - Vejo você depois. - disse para Amélia.

-Tchau, professor. - ela desceu da mesa e saiu da sala.

-Fala. - eu disse, não conseguindo parar de sorrir.

Leo entrou e fechou a porta, trancando atrás dele. Andou até a minha mesa e se apoiou no mesmo lugar em que antes Amélia sentava. Seu rosto tinha uma expressão séria, preocupada, como eu tinha visto poucas vezes.

-O que tá acontecendo? - ele perguntou, me fazendo juntar as sobrancelhas em uma expressão duvidosa.

-Como assim?

-Você e Amélia. - ele disse cruzando os braços junto ao peito.

-Nada. Não tá acontecendo nada. Nós só nos beijamos algumas vezes.

Leo respirou fundo, passando a mão por seu rosto. O olhar perdido no quadro negro em sua frente, não consegui decifrar o que ele pensava e preferi não perguntar, sabia que em algum momento ele iria falar alguma coisa.

-Você tá apaixonado. - ele disse finalmente, olhando em minha direção.

Não respondi. Eu sabia que estava, não havia como negar. Apenas abaixei meu olhar e esperei que ele dissesse mais alguma coisa.

-Sabe, meses atrás quando eu te incentivei a ficar com Amélia eu achei que fosse só a sua sexualidade de nerd reprimida. Eu raramente via você com alguma mulher e aquele me pareceu a oportunidade perfeita pra você se divertir um pouco e liberar um pouco de adrenalina no seu cérebro. - parou e respirou.

-E o que mudou? - eu perguntei, o coração acelerado temendo a resposta.

-Você se envolveu. - ele respondeu e eu gelei. - Ela ainda é sua aluna, Maxon. Eu não sei se você percebeu o que vocês dois estavam fazendo dentro dessa sala mas não é certo, e você mais do que todos devia saber.

-E quem é você pra me dizer isso? Você mesmo já transou com metade dessas alunas, todo ano é uma vítima diferente.

-Exatamente. Eu fodo elas. A maioria depois de formadas, uma vez ou duas no máximo. Eu nunca levei nenhuma aluna pra minha casa, nunca levei para jantar ou quase transei com elas dentro da sala de aula em pleno horário de aula. - sua voz se exaltou, tendo que parar e respirar novamente. -Eu falo isso porquê sou seu amigo, Maxon. E a última coisa que eu quero é ver você prejudicado.

Aluna ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora