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Na segunda-feira, a caminho da escola, eu me perguntava com que cara iria encarar Amélia. Não consegui tira-la de meus pensamentos durante todo o fim de semana e a evitei o máximo possível nas redes sociais, ignorando todas as mensagens que ela havia me mandado perguntando se eu havia chegado bem em casa.

Ao chegar no colégio, dei de cara com Leonardo, que veio perguntar o porquê de eu ter saído tão cedo e sem dar informações. Dei uma desculpa qualquer e me direcionei à sala do terceiro ano, entrando sem olhar para os lados, com medo de encontrar com os tais olhos azuis. Mas é claro que meu plano não deu certo.

-Professor?

-Oi, Amélia. - respondi sem a olhar, sentia meu coração disparado, dando sinal do meu nervosismo. 

-Você chegou bem em casa na sexta? Por quê não respondeu minhas mensagens? Eu fiquei preocupada, sabia? Você não tava bem. - ela disse rápido e claramente frustrada.

-Desculpe. Eu cheguei bem, acabei ficando ocupado demais e esqueci de te responder. - me virei rapidamente apenas para encontrar seus olhos me olhando com preocupação. - S-sente-se, vou começar a aula.

Minhas mãos suavam e eu sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Dei continuidade a aula, colocando toda a matéria no quadro e dando um certo tempo para que os alunos copiassem. Quando me sentei tomei um tempo para conversar com alguns dos estudantes ali presentes e observar a turma. Involuntariamente meus olhos foram parar na menina dos cabelos castanhos que copiava a matéria completamente concentrada. Ela mordia os lábios enquanto escrevia e suspirava frustrada ao errar uma palavra ou outra. Nossos olhos se encontraram e eu senti minhas bochechas queimarem por ter sido pego no flagra.

-Vamos começar, pessoal. Já dei tempo demais pra vocês, chega de moleza! - me levantei preparado para explicar, ou ao menos tentar.

Pude ver quase que em câmera lenta quando Amélia se levantou para jogar um papel fora. A saia balançando junto com o movimento de seus quadris, a meia três quartos dando-lhe um ar ainda mais inocente e a blusa com a logo do colégio logo acima do seio esquerdo. Ela passou por mim deixando um rastro do seu perfume de morango e uma grande vontade de abraça-la só pra sentir o seu cheiro.

Durante a explicação percebi que o papel que havia jogado fora era a embalagem de uma bala, mais especificamente de um pirulito, o qual ela já havia colocado na boca e parecia fazer questão que eu visse.

Eu tentava me concentrar, mas a cada vez que sua língua passava pela ponta rosada do doce eu sentia como se fosse explodir. As palavras se embolavam, minha testa suava e um formigamento subia pela minha barriga dando sinal do que estava por vir. Amélia colocava e tirava aquele pirulito de sua boca sem tirar os olhos dos meus, fazendo movimentos tão obscenos que nem ela mesma estava percebendo.

Continuei meu trabalho até meu tempo de aula acabar e, com ele, o meu tempo perto dos olhos azuis e da boca rosada de minha aluna. Ainda assim, enquanto arrumava minhas coisas para sair da sala, vi Joseph ir conversar com Amélia, me deixando com uma leve curiosidade sobre o ocorrido, já que nunca havia visto os dois no mesmo grupo de amigos.

Antes que eu pudesse entrar na sala dos professores, que fica relativamente próxima à sala do terceiro ano, ouvi risadas no bebedouro e não me contive em apenas ouvi-las. Me aproximei e pude ver os dois alunos já mencionados antes, Amélia e Joseph, conversando.

-Você não cansa de ser tão linda? - ele dizia passando a mão no rosto dela.

-E você não cansa de ser um babaca? - ela ria, deixando claro que era uma brincadeira.

Vi os dois se aproximarem e darem um leve selinho, me deixando ainda mais irritado do que eu já estava no momento.

-Beijar na escola é proibido. - eu disse fazendo os dois pularem de susto.

-Maxon! Foi só um beijinho. Sabe como é, né? Adolescência. - Joseph disse rindo e me abraçando pelos ombros. Seu sorriso logo se desmanchou quando viu que eu não havia mudado minha feição em nenhum segundo.

-Vai pra sala. Agora. - ele se retirou, me deixando sozinho com Amélia. - Eu não esperava isso de você.

-Ciúmes? - ela cruzou os braços, aumentando o volume de seus seios pelos botões desabotoados da camisa. Engoli a saliva.

-Acho melhor você ir pra sala. - evitei meu olhar com o seu e ela riu pelo nariz.

-Você é muito fofo, professor. - deu dois tapinhas em meu ombro e saiu, me deixando, mais uma vez, extremamente perdido e confuso.

Assim que entrei na sala dos professores corri para beber um copo de água. Ainda eram nove horas da manhã eu já havia sido bombardeado de tantas informações que a minha cabeça doía.

-Tá tudo bem aí, Maxon? - Leo perguntou, preocupado com o meu súbito nervosismo.

-Não. Não tá tudo bem. - o puxei para um canto, onde pudéssemos conversar sem sermos ouvidos. - Eu to fodido.

-O que aconteceu?

-Eu também não sei. Depois que eu comecei a dar aulas particulares para a Amélia as coisas começaram a sair do controle.

-Mas você só teve uma aula particular com ela.

-Mas foi o suficiente, tudo bem? - ele levantou as mãos em rendimento, ainda sem entender o meu desespero.

-Tem como você me explicar, em detalhes, o que tá acontecendo?

-Eu não sei. Depois que eu encontrei com ela na boate sexta eu não consigo tirar ela da minha cabeça. - suspirei. - E agora eu a vi com o Joseph, eles se beijaram no bebedouro e eu fiquei muito puto.

-Simples. Pega ela. - Leo disse.

-Tá maluco? Eu sou professor dela, eu posso ser demitido e preso.

-Preso por quê? O que você faz fora da escola é da sua conta. Ela
já é maior de idade e, se os dois quiserem, é só fazer acontecer.

-Eu não sou você, Leo. Eu não posso. Eu não posso querer. Ela ainda é uma menina... - me perdi em meus pensamentos me lembrando de quando a vi naquela boate, com aquelas roupas e aquele corpo.

-Se enganar não vai mudar o fato de que você quer pegar ela. - ele olhava para as próprias unhas, como se as respostas já estivessem prontas.

-Tem como você me ajudar de verdade? Eu acho que vou parar as aulas com ela.

-Não faz isso. Além de perder um dinheirão vai perder a garota.

-Não vou perder garota nenhu...

-Tá. - revirou os olhos. - Agora olha pra mim e diz que você não quer pegar a Kannenberg. - suspirei e passei as mãos no cabelo.

-Eu quero. Muito. Só de imaginar ela deitada na minha cama, implorando pra que eu a foda de todas as maneiras possíveis eu fico...

-Excitado? - abri os olhos que sem querer havia fechado.

-Desculpe. - limpei a garganta. - Eu não posso. Ela é minha aluna e é errado ficar me imaginando transando com ela.

-Sim, é errado. Mas tudo que é proibido é mais gostoso, não é mesmo? - ele sorria safado, me fazendo rir. Eu estava realmente fodido.

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oii gente, tudo bem? me desculpem por não ter postado sexta passada, eu tive uns problemas mas não vai acontecer de novo!

gostaram do capítulo? deixem aqui embaixo o que acharam e digam o que vocês acham que vai acontecer agora! também não esqueçam de votar, me incentiva a escrever mais!

beijos no core e até semana que vem!

Aluna ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora