Capítulo 20 - Daniel

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Estávamos no local fazia exatamente uma hora, eles estavam tentando achar um modo de entrar, sem colocar qualquer uma das duas em risco.

— Quero seis homens atrás da casa, lembrando que ele é foragido da polícia e andava  por ai com o nome de Carlos, mas na verdade ele se chama Ricardo, na ficha dele consta que ele assassinou  cinco mulheres e dez dela foi estrupada por ele, todo cuidado é pouco e nunca confie em um assassino. – Disse o comandante chefe.

Eu não sabia a quantidade de crimes que ele tinha em suas costas, mas descobrir fez que todos os pelos do meu corpo se arrepiar, eu temia por Débora e Suzany.

Espero que nada aconteça as duas.

— Quero nove homens na frente comigo e quatro de cada lado, lembrando que ele poderá pegar uma delas como refém, sem agir por impulso, vamos trazer aquelas duas mulheres de volta, prontos?

— Sim senhor. – Disseram os homens em coro.

— E você fique com esses dois rapazes não queremos que ninguém banque o herói e depois fique como refém também, principalmente o pai da criança, mantenham os olhos bem aberto.

Assim eles seguiram, não deu nem tempo deles darem um passo, vimos a garagem sendo aberta, o carro passou voando, mas deu para ver que ele tinha uma arma apontada na cabeça de Débora e a Suzany dirigia o carro.

Meu pior pesadelo estava acontecendo, iria ter uma perseguição policial, todos sem excessão entraram no carro e assim fomos seguindo, eu ouvia o barulho da sirene, nunca em toda a minha vida tinha imaginado uma situação dessas, Jason tentava me passar tranquilidade, mas dava para perceber que ele estava bastante tenso com a situação.

Ele pegou uma rua que quase não tinha movimento, e então vi o carro começar a fazer ziguezague e eu não sabia o que estava ocorrendo lá.
Em seguida o que eu menos esperava aconteceu, vi uma caminhonete bater no carro, fazendo o capotar por várias vezes.

Eu estava atordoado, não conseguia expressar em palavras, eu só conseguia chorar e eu senti meu amigo me abraçar.

— Calma cara, sei que a situação é difícil, mas vai dar tudo certo.

Me aproximei do carro, e eu não via nenhum movimento, isso estava me abalando ainda mais.

Logo ouvi o barulho de sirenes, era a ambulância e o caminhão do bombeiro.

Eles começaram a cortar a lataria, pois o carro se encontrava de ponta a cabeça, a prioridade deles eram tirar a mulher grávida, no caso a Suzany.

Quando eles conseguiram tirar, colocaram o colar vertical e ajustaram ela na maca, assim que a colocaram dentro da ambulância, ouvi falarem que ela estava acordando, então resolvi ir falar com ela.

— Suzany você está se sentindo bem? – Perguntou a socorrista.

— Eu preciso do Daniel aqui, agora. – Disse ela, então me aproximei pegando em suas mãos. — Daniel me prometa uma coisa se tiver que escolher entre mim e o bebê, escolhe ele, por favor, ele é um pedacinho do que sobrou de mim e de você, o amor que eu sentia por você, foi todo depositado nele, ele tem uma vida toda para viver, mas eu já vivi tudo que tinha para viver, eu amei e fui amada, eu vivi intensamente e sei o que esse mundo é capaz de fazer com a gente.

— Nada vai te acontecer, fique tranquila, você e o bebê vão ficar bem.

— Batimentos caindo. – Disse a socorrista. — Saturação indo para 80, com licença, você não pode ficar aqui, vamos fazer de tudo para salvar ela e o bebê.

Assim eles fecharam a porta da ambulância e conduziram ela, me deixando para trás com um sentimento de impotência.
Ouvi conseguimos tirar a moça, fui correndo ver.
Minha Débora estava já acordada, ela estava procurando algo entre as pessoas ali presentes e quando ela me viu, deu um sorriso genuíno.

Me aproximei e dei um beijo em sua testa.

— Vai ficar tudo bem! Eu te amo.

Assim eles colocaram a maca na ambulância, perguntei se eu poderia ir junto e eles confirmaram.

Ao chegar ao hospital, deixei um pouco que Jason ficasse com a Débora, tudo indica ela somente quebrou um braço, para sua sorte naquele acidente ela estava com cinto de segurança.

Fui atrás de informações da Suzany e o bebê.

— Ola, sou ex marido de uma paciente que chegou de ambulância, nome dela é Suzany, gostaria de informações dela e do bebê, por favor.

— Ola... Vou consultar aqui, segundo informações ela está em uma cesária de emergência, mas informações somente o médico para dar. Aguarde naquelas cadeiras, que logo ele vem ter com o senhor.

— Obrigado.

Eu estava tentando me manter calmo, mas todo o momento eu pensava que eu não tive a oportunidade de dar o apoio necessário a Suzany, agora ela está lá sozinha, eu estava morrendo de medo que algo de pior tivesse ocorrido com ela.

Vejo Jason vindo em minha direção.
— Débora quebrou um braço e nada demais aconteceu com ela. – Disse ele sorrindo, percebi que ele ainda não sabia o que tinha acontecido com a Suzany, expliquei toda situação e ele sentiu mal por ela. — Tenha fé cara, tudo dará certo. Confie!

Duas horas depois...

Nunca pensei que fosse tão bom ver um médico vindo em minha direção, era o momento que ele falava que estava tudo bem com meu filho e com a mãe dele, seu semblante parece bastante cansado.

— Parentes de Suzany Amorim?
— Aqui doutor, está tudo bem com ela doutor? – Perguntei com medo da resposta.
— Sou o Doutor Sandro, peguei o caso da sua mulher ainda que chegou aqui, ela tinha batido a barriga e a cabeça, mas como chegou com uma parada cardíaca, tivemos que logo fazer o parto e tentar reanimar ela, mas ela estava com hemorragia generalizada, infelizmente não conseguimos salvar a sua mulher.

Meu mundo parecia que iria cair, eu falhei com a segurança da minha namorada e da minha ex que se encontrava com um filho meu em seu ventre.

— Mas seu lindo garotão é forte como touro, está bem.
Quando ele completou essa frase, eu só conseguia chorar, mas não sábia se era de felicidade ou de tristeza pela morte de Suzany.

Eu iria dar um enterro digno para ela, eu tinha um motivo para não deixar eu cair, um bebê que precisaria de mim de qualquer forma. Eu iria cuidar como minha vida.

— Se me dão licença, vou cuidar de outros pacientes. – Disse ele se virando. Mas eu o chamei.
— Obrigado doutor por ter tentado. – ele assentiu com a cabeça, me deixando.

Suzany tinha sido uma parte da minha história que nunca iria morrer, nosso filho nos conectava para sempre.

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Daniel está sofrendo nesses últimos capítulos. Uma pena que Suzany não sobreviveu, ela estava no caminho certo para se tornar uma pessoa maravilhosa. Obrigada a todos que estão lendo. Espero que goste!

Votem, comentem e compartilhe.

Beijinhos,
Biah Gomes.

Daniel - 2 Livro Da Série Coração Perdido.Onde histórias criam vida. Descubra agora