Bônus Carlos / Suzany

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Muitos não me conhecem e nem deve conhecer, sou o ex de Débora, eu sou homem maduro, mas quando ela ficou grávida não pude aceitar a sua gravidez.

A gravidez é algo que precisa de atenção, amor e carinho, mas eu não queria ter a atenção dela dividida entre mim e o bebê, queria somente ela para mim.

A minha mãe quando eu era criança sempre falou para mim, se ela ficasse grávida de seu amante, ela iria abandonar eu e meu pai, eu tinha somente cinco anos quando ela falava essas coisas para mim. Eu tinha medo de passar pela mesma situação, que Débora me largasse, então eu a bati até fazer ela perder o bebê,  eu a amava tanto que eu não queria um mostro que poderia tirar ela de mim em seu ventre.

Os traumas da minha infância não poderia ser piores e acabou que eu acabei machucando meu amor, sem falar que eu amava estar no controle das coisas, então iria fazer o possível e impossível para reconquistar ela, e ela largar aquele merda do atual dela, ela iria deixar o caminho livre para a Suzany, ela acha que não sei que ela esta arrependida de estar aqui, mas agora não tem como ela voltar atrás.
O fato era que agora eu tinha as duas em minhas mãos e eu sei que pelo bebê do namorado dela, ela não iria tentar fugir e nem fazer nada idiota, por isso a Suzany vai permanecer aqui comigo, até porque se ela sair daqui pode acabar revelando tudo a policia.

Suzany

Eu estava morrendo de medo de ser pega ligando para Daniel, aproveitei a oportunidade que ele foi ver a Débora e liguei para ele, primeiramente ele desligou em minha cara e disse que Débora tinha sumido.

Liguei de volta e ele estava todo na defensiva, então simplesmente expliquei e ele me ouviu sem questionar.
Assim que ouvi passos falei que tinha que desligar, só deu tempo de eu apagar a chamada e guardar meu celular no seios, comecei a passar a mão em meu ventre afim de que eu disfarçar o que tinha ocorrido em alguns minutos.

— Ei, você. – disse ele apontando para mim. — Quero ver sua bolsa.

Ele pega e vira ela, começa a caçar algo, mas não encontra, tenho a certeza que é meu celular, fico em silêncio porque eu ainda tenho que passar o endereço daqui para Daniel.

— Vá lá no quarto e fique com a Débora, não saia de lá, até eu mandar.

Concordei e fui para lá.

Assim que eu entrei vi que Débora estava com o lábio cortado.

— O que aconteceu? – disse a olhando.

— Eu não aguento, tive que provocar ele e ele me deu um tapa forte.

— Não deveria ter feito isso.

Rasgo a minha blusa e molho na água que eu tinha trazido para ela,  ajudo limpando o pouco sangue que ali contém.

— Eu estou correndo um grande risco, mas já avisei a Daniel que estamos na mão do seu ex. Vou passar o endereço!

Assim que passo o endereço é tempo de eu apagar a mensagem e vejo ele entrar violentamente no local que estamos, ele pega o meu celular de mim, joga no chão e pisa sem dó.

Logo ele vem em minha direção e me pega pelos cabelos, fazendo eu bater minha cabeça na parede.

— Sua vadia, imprestável.

Ele tenta dar dois socos em minha barriga, mas a Débora se coloca em meu lugar protegendo meu filho. Ela será uma boa mãe para ele, e eu vou ser somente a pessoa que vai assistir de longe a felicidade deles.

— Pelo amor de Deus, Carlos tenha compaixão do bebê, você já matou o meu filho e eu até hoje não consigo me libertar da dor de uma perda tão grande, por favor, não faz isso com ela. – Disse Débora chorando. — Eu te imploro.

Vi quando ele se acalmou e deixou nos duas de novo sozinhas.
Eu agradeço ela somente com os olhos, eu confesso que eu estava com muito medo.

— Débora você será uma ótima mãe. – Disse chamando sua atenção para mim.

— Eu seria se eu tivesse conseguido proteger meu filho daquele mostro, mas eu o perdi e eu nunca vou me perdoar por aquilo.

Ela chorava de soluçar, me aproximei então e eu abraço ela.

— Débora se esse bebê não está aqui contigo hoje foi porque não era para ser, ele onde estiver deve estar olhando por você e jamais te culparia por ter um pai louco, não foi você quem fez isso, foi o Carlos, não se Culpe, você será uma boa madrasta para meu filho. Sei que vai cuidar como se fosse seu!

— Obrigada pelas palavras, mas as vezes penso se eu tivesse me envolvido com ele, a minha vida teria sido mil vezes melhor.

— Deus não dá nenhum fardo que não podemos carregar, confie.

Ficamos ali nos duas abraçadas, pensando cada uma em seus pensamentos. Não precisamos de palavras para descrever essa situação e sim olhares falavam o quão medo estávamos.

Ouvimos a porta sendo aberta com certa força.
— Vadias venham comigo.

Chegou a hora de dar fuga na polícia.

Ele apontou uma arma na minha cabeça e encaminhou nos duas para o carro, ele disse que quem iria dirigindo era eu.

Era tudo ou nada agora.

Daniel - 2 Livro Da Série Coração Perdido.Onde histórias criam vida. Descubra agora