Capítulo 3

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Peter acordou as cinco horas da manhã e tomou um banho frio para despertar. Pegou um café preto na cafeteira e depois comeu algumas frutas. Vestiu sua roupa de corrida e calçou o tênis surrado. Logo depois ele pegou seu carro e dirigiu alguns minutos até Coney Island. Local onde costumava correr quase todas as manhãs.

Era uma bela manhã de domingo de céu limpo quando o jovem, exímio atleta amador fazia sua corrida matinal pelas areias da praia.

O dia estava apenas começando a clarear com os primeiros raios de sol surgindo no horizonte deixando a areia com um tom dourado. Pequenas ondas batiam na areia formando espuma que desaparecia instantaneamente. O rapaz estava distraído olhando a beleza da natureza a sua volta e pensando na noite maravilhosa que teve com a noiva na noite anterior, quando viu aquela cena a sua frente ele teve um choque e parou de correr no mesmo instante.

Ele não queria acreditar naquilo que seus olhos estavam vendo, ainda levou as mãos até os olhos acreditando que estavam embaçados, mas infelizmente não era uma miragem, antes fosse.

Aproximadamente a cinquenta metros de onde ele estava, Peter pode ver o corpo de uma mulher que jazia na areia. Ela estava vestida, deitada com os braços abertos debruçada na areia e a água do mar banhava o corpo cobrindo-o totalmente cada vez que atingia a praia. Ela estava completamente imóvel, de maneira alguma poderia estar viva — pensou ele.

Na esperança de um milagre Peter caminhou mais alguns metros naquela direção, mas antes de se aproximar totalmente percebeu que a mulher estava morta e o corpo já estava em processo de decomposição. Apesar de não ser algo comum, seu estômago embrulhou com a visão do cadáver e ele preferiu manter distância.

Como ele sempre levava o smartphone com o fone de ouvidos para ouvir músicas enquanto corria pela praia, imediatamente Peter ligou para a polícia a fim de comunicar o fato.

Quem seria aquela pobre mulher? — pensou ele enquanto esperava para que atendessem ao seu telefonema.

Afinal não sabia de nenhuma notícia de pessoa desaparecida no mar por aqueles dias, ainda mais vestida com roupas normais e não trajes de praia. Aquela mulher não tinha morrido afogada, isso não fazia sentido.

— Alô! Emergência?

— Sim! Com quem falo e em que possa ajudar? — disse a voz de uma mulher do outro lado da linha.

— Meu nome é Peter. Eu estava fazendo minha corrida matinal na praia, aqui em Coney Island e me deparei com um corpo na areia.

— Um corpo? A pessoa está morta?

— Sim! Deveria estar no mar e as ondas trouxeram o cadáver para a praia durante esta noite.

— Senhor Peter. Consegue identificar o sexo?

— Sim! É uma mulher.

Peter passou mais algumas informações e em poucos minutos uma equipe da polícia e a perícia chegaram ao local. Ele ainda estava lá apenas para se certificar de que encontrariam o corpo, afinal uma onda mais forte poderia carregar o corpo de volta para o mar. Apesar de ser algo terrível, o rapaz tirou uma foto para garantir que ele não mentia, caso isso acontecesse. Assim que Alfred e Fred chegaram ao local ele foi ouvido e liberado logo em seguida. Afinal, nada ali poderia incriminá-lo.

Enquanto a perícia isolava o local Alfred pegou o telefone e ligou para Scott. Ele precisava presenciar aquela cena. Afinal era uma mulher que poderia ter sido assassinada, embora as causas de sua morte ainda não pudessem ser confirmadas.

O detetive também tinha costume de acordar cedo, mesmo aos domingos e estava sentado a mesa tomando café da manhã com a sua esposa. O celular estava sempre por perto, pois a qualquer momento poderia receber um chamado, e foi o que aconteceu. A música The Final Countdown tocou indicando que Alfred estava ligando. Problemas à vista. Certamente que o chefe não estava ligando apenas para dar um bom dia. Ele nunca fazia isso.

— Alô, Alfred, bom dia!

— Bom dia, Scott! Desculpe estragar seu café da manhã, mas acabaram de encontrar um corpo aqui em Coney Island.

— Corpo! Como isso aconteceu? A pessoa foi assassinada na praia?

— Um rapaz corria pela praia e avistou a mulher que provavelmente foi arrastada pelas ondas do mar, ele viu que ela estava morta e nos avisou. Quero que venha para cá imediatamente — disse o chefe encerrando a ligação sem maiores detalhes.

— O que aconteceu, querido?

— Encontraram uma mulher morta em Coney Island, preciso ir até lá. Parece que estava no mar e foi trazida pelas ondas.

— Uma mulher? Alguém que estava desaparecida depois de se afogar?

— Não temos notícias de mulher desaparecida, ou melhor, temos sim. Espero que eu esteja enganado.

— Pensa que pode ser Christine? Afinal ela ainda está desaparecida.

— É uma possibilidade. Mas de qualquer forma vamos deixar as suposições e vamos ver o que realmente aconteceu. Se esta mulher se afogou ninguém presenciou a cena, não existe nenhum registro na polícia.

Scott colocou a roupa de trabalho e em poucos minutos chegou ao local onde a mulher foi encontrada.

Uma grande movimentação de curiosos já se encontrava no local, alguns esticavam o pescoço para tentar ver o corpo encontrado na praia. Scott cruzou o cordão de isolamento e se aproximou. A perícia já fazia seu trabalho, restava apenas descobrir de quem era aquele corpo. No entanto, o fato de ser uma mulher já deixava Scott bastante preocupado. Não existia nenhuma queixa de outra mulher desaparecida. Não seria nenhuma surpresa se aquele corpo fosse o de Christine.

Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora