Capítulo 6

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Scott e o chefe retornaram ao departamento, mas Thomas ainda não estava lá. Depois de aproximadamente dez minutos ele cruzou a porta do departamento todo apressado, parecia apreensivo pelo que estava prestes a ouvir.

— Bom dia! O trânsito estava um pouco lento, não consegui chegar mais rápido — disse ele enquanto cumprimentava os dois com apertos de mão.

— Sente-se! — disse Scott indicando uma cadeira à sua frente.

— Senhor Thomas. Como eu disse anteriormente, infelizmente não temos boas notícias — foi logo dizendo o detetive.

— Mas o senhor disse que a minha esposa foi encontrada?

— Realmente! Mas ela foi encontrada sem vida, infelizmente senhor Thomas.

— Meu Deus! O que foi que aconteceu com Christine? — disse ele aparentemente desesperado ao ouvir aquilo.

— Uma mulher foi encontrada morta nas areias de Coney Island, a perícia já conseguiu identificá-la. Infelizmente é a sua esposa.

— Não pode ser, como podem ter tanta certeza assim?

— Sua esposa usava uma aliança, eu imagino?

— Sim! — respondeu ele sem saber onde o detetive queria chegar com aquela pergunta.

— Existia alguma inscrição na aliança?

— Sim! O nome dela com o sobrenome abreviado, Christine E.

— Então é isso, o corpo de uma mulher foi encontrado e estava portando esta aliança, ainda bem que não se perdeu enquanto o corpo estava no mar.

— Como isso foi acontecer? — lamentou o homem levando as mão ao rosto.

— É justamente isso que queremos saber, senhor Thomas. Já sabemos que o senhor não estava em casa nos dias em que ela desapareceu. Também já temos o laudo da perícia em sua casa. Mas acho que agora não é o momento para isso. O senhor precisa cuidar dos procedimentos para liberar o corpo e realizar os ritos fúnebres.

— Sim. Também preciso avisar algumas pessoas sobre o ocorrido.

— Tudo bem! Assim que tiver tudo resolvido quero que o senhor retorne aqui. Mesmo assim continuaremos trabalhando em cima das provas que já temos. Quem sabe até lá já teremos alguma novidade.

Thomas deixou o local aparentemente bastante abatido.

— E então Scott, acha que ele está escondendo alguma coisa importante?

— Talvez! Ele ainda não me convenceu, não ficou tão abatido com a notícia, normalmente as pessoas ficam desesperadas num caso desses. Vamos esperar e ver o que acontece.

Alguns minutos depois um rapaz de aparentemente vinte e cinco anos chegou ao local para registrar uma ocorrência. Ele parecia muito preocupado e queria conversar com alguém que não deixasse o seu caso engavetado. Vendo a aflição do rapaz, Scott resolveu chamar para si a responsabilidade.

— Sou o detetive Scott, em que posso lhe ajudar?

— Meu nome é Richard, estou desesperado. Tem quase uma semana que não consigo entrar em contato com a minha namorada. Não sei se ela está bem. Estou muito preocupado.

— Fique calmo! Vamos aos fatos. Qual é o nome dela, onde mora, qual foi a última vez que o senhor esteve com ela, ou conversou ao telefone?

— A última vez que conversamos foi por telefone e estava tudo bem, depois desse dia não consegui mais entrar em contato.

— Quando foi isso?

— Quarta-feira à noite. Nos falamos por telefone.

— O senhor foi até a casa dela para verificar se aconteceu algo? Talvez ela não queira atender a sua ligação. Já pensou nesta possibilidade?

— Não posso fazer isso.

— E posso saber o motivo que lhe impede de ir até a casa de sua namorada para conversar com ela? Alguma briga familiar? Ou ela tem motivos para não querer lhe ver?

— Na verdade, nós não somos namorados. Temos um caso, somos amantes.

— Interessante! Mas o senhor ainda não me disse qual é o nome dela.

— Christine, este é o nome dela.

Scott ficou espantado ao ouvir aquele nome. Seria uma simples coincidência? Outra mulher desaparecida com o mesmo nome. Provavelmente não.

—Me diga senhor Richard. Qual é o sobrenome de sua amante?

— Edward. Christine Edward é o nome completo dela.

— Lamento senhor Richard, mas uma mulher com este nome foi encontrada morta neste fim de semana. Ela tinha cabelos loiros e o mesmo nome de sua amante. Infelizmente não creio que isso seja apenas uma simples coincidência.

Ao ouvir aquilo Richard não conteve as lágrimas. Ele pressentia que algo de ruim poderia ter acontecido com Christine desde o início, mas não esperava receber aquela notícia logo de cara. Depois que ele conseguiu se acalmar um pouco, Scott continuou com a conversa.

— Christine Edward foi encontrada morta em Coney Island, o corpo estava na areia, mas foi trazido pelo mar. Ela foi estrangulada antes de ser jogada ao mar.  O senhor sabe quem poderia ter cometido uma crueldade dessas?

— Não sei! — disse ele desolado.

— O marido dela sabia do caso de vocês dois?

— Sempre acreditamos que ele não soubesse, mas não tenho certeza.

— Se fosse esse o caso, por que ele mataria a esposa e não o amante dela?

— Também não sei dizer.

— Temos um triângulo amoroso e um possível assassinato. Neste momento o senhor e o esposo dela se tornaram suspeitos. Teremos que interrogar os dois novamente, além de esperar todos os resultados da perícia.

— Mas eu não fiz nada. Se eu fosse o culpado por que motivo teria vindo até a polícia?

— Não estou dizendo que o senhor é culpado. O marido dela também procurou a polícia para avisar sobre o desaparecimento de Christine. Neste momento o senhor e ele são apenas peças para nos ajudar a desvendar este crime. O marido dela tem um álibi, ele estava viajando no dia que o crime supostamente ocorreu. Onde o senhor estava na última quinta-feira no período da tarde?

— Durante o dia eu estava trabalhando.

— Em que local o senhor trabalha?

— Trabalho em uma empresa de tecnologia, York Technology.

— Nunca ouvi falar, mas preciso de um telefone para entrar em contato.

— Aqui está um cartão — disse Richard tirando o pequeno papel do bolso e entregando ao detetive.

— Por enquanto é isso. Preciso que me informe o seu nome completo, endereço e telefone para contato. Assim que necessário peço que venha até aqui novamente.

Richard passou todas as informações e se informou sobre o funeral de Christine, em seguida deixou o local.

— Acho que temos em mãos um caso mais complicado do que eu imaginava.

— Não tenha dúvidas quanto a isso, Scott. Acho que um dos dois é o culpado — completou Alfred.

— Talvez, Alfred. Ainda é muito cedo para afirmar. Vamos ver se o álibi de Richard se confirma.

Scott não perdeu tempo e logo em seguida ligou no trabalho de Richard. O detetive pediu para falar com o chefe dele e o mesmo confirmou que Richard trabalhou na quinta-feira, mas precisou sair as quinze horas para resolver alguns problemas particulares.

Scott tinha muitas informações, mas nada de concreto, além da morte de Christine.

Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora