Capítulo 14

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Logo em seguida, Scott fez algumas ligações para garantir que todos os passos de Thomas fossem monitorados. O cerco estava se fechando e o detetive acreditava que em breve poderia colocar o culpado atrás das grades. Scott não acreditou naquela história de que Blake era um simples empregado de Thomas, aquelas conversas ao telefone eram muito suspeitas. Ele estava ansioso para conversar com o sujeito e tentar arrancar dele alguma informação contraditória.

Já depois do almoço, Scott tentou ligar para Blake, mas não conseguiu. O telefone só dava fora de área. Talvez mais tarde fosse possível, mas a história se repetiu, o dia passou e Blake não pôde ser contactado.

Na manhã seguinte, assim que chegou ao departamento, Scott fez uma nova tentativa, mas o resultado não foi diferente. O detetive ficou desconfiado e entrou em contato com Fred para tirar aquela dúvida.

— Fred! Preciso que confirme para mim o número que Thomas conversou com aquele sujeito, Blake nas escutas telefônicas. Thomas me passou um número para que eu pudesse falar com ele, mas o telefone só dá fora de área. Desconfio que ele me passou um número que não existe.

— Um momento que vou conferir — falou Fred fazendo uma rápida consulta em seu computador. Qual foi o número que ele informou para você?

Scott falou o número e Fred viu que não havia nada de errado.

— O número é esse mesmo, Thomas não mentiu. Talvez ele apenas esteja em um local que não funciona a rede celular.

— Talvez sim, Fred. Mas vou conversar com Thomas e perguntar se ele tem notícias do empregado, ou o endereço para que eu possa ir até a casa dele.

— Claro! É melhor tirar isso a limpo, se realmente ele não quer ser encontrado você irá descobrir logo.

Depois de terminar a ligação, imediatamente Scott ligou para Thomas. O telefone chamou algumas vezes e quando o detetive achava que também não seria atendido, finalmente ouviu a voz do outro lado da linha.

— Como vai, detetive? Algum problema?

— Talvez! Desde ontem que venho tentando falar com o seu funcionário, Blake. No entanto, ele não atende as minhas ligações. Saberia me dizer se ele está em algum lugar inacessível, ou o local exato onde posso encontrá-lo?

— Estranho, não falo com Blake desde ontem pela manhã. Ele deveria estar trabalhando normalmente, mas não sei exatamente onde ele está agora. Também não tenho a mínima ideia de onde ele mora. Seria preciso pedir que verifiquem seu endereço no recursos humanos aqui da minha empresa. Lá tem todas as informações de que o senhor precisa.

— Se não conseguir falar com ele vou fazer isso. Mas se de repente Blake der notícias, por favor me avise.

— Tudo bem, pode deixar que o manterei informado.

Scott estava irritado com toda aquela situação. Primeiro Richard morreu em uma acidente minutos antes de prestar um novo depoimento. Agora era Blake que não podia ser localizado, justamente quando o detetive queria confirmar uma informação tão importante. Parecia que tudo conspirava em seu desfavor. No entanto, a informação que Scott receberia ainda naquele dia, poderia mostrar que as coisas estranhas que haviam acontecido não eram por acaso.

No meio da tarde, ainda sem conseguir falar com Blake, Scott ouviu seu telefone tocar e pensou que pudesse ser ele retornando a ligação. Mas assim que ouviu a voz de James, responsável pela equipe de perícia em acidentes, Scott sabia que teria novidades.

— Alô, James! Tem alguma informação importante para mim?

— Sim, acredito que é algo inesperado, de certa forma. É sobre o acidente que vitimou Richard.

— Não me diga que aquilo não foi um acidente ou suicídio?

— Nenhuma coisa, nem outra. Analisamos o que sobrou do veículo e conseguimos descobrir evidências claras de que os freios foram sabotados. Richard havia perdido os freios, por isso que se chocou em alta velocidade contra aquele caminhão.

— Interessante! Eu preferia acreditar que tudo não passava de um acidente ou suicídio, mas isso definitivamente coloca fogo no caso. Quem teria a intenção de provocar a morte de Richard de maneira que parecesse um suicídio?

— Alguém que temia ser denunciado por ele — respondeu James.

— Justamente! Richard daria um depoimento muito importante naquela manhã. Thomas, o marido de Christine disse desconhecer a existência de uma amante por parte da esposa. No entanto, isso é algo que eu ainda não consegui comprovar. Todas as provas mostram que Thomas não estava em Nova Iorque quando a esposa foi assassinada, mas isso não impede que ele tenha mandado matá-la e agora tenha feito a mesma coisa com o amante — conjecturou Scott.

— A casa de Richard também foi periciada, constatamos que havia uma pequena mancha de fluído de freios no piso da garagem. O veículo possivelmente foi sabotado enquanto Richard dormia. Então durante a manhã, ele pegou o carro e saiu normalmente. Com a utilização dos freios, a pressão fez com que o vazamento fosse acentuado e logo já não havia mais quantidade suficiente para que os freios funcionassem corretamente. Quando Richard percebeu isso já era muito tarde, provavelmente ele tentou usar o freio de mão, mas isso também foi inútil. O cabo também foi cortado. Tudo cuidadosamente planejado para que parecesse um simples acidente.

— Isso mesmo, James. Não estamos lidando com amadorismo, quem matou Christine e agora Richard, sabia o que estava fazendo. Richard morreu porque sabia mais do que devia. Espero que a mesma coisa não tenha acontecido com o funcionário de Thomas. Ele pode confirmar informações importantes, mas não consigo localizá-lo. Só sei de uma coisa, cada vez mais Thomas está se complicando nesta história. Mesmo que ele não tenha feito nada com as suas próprias mãos, mesmo assim estou quase convencido de que Thomas mandou matar a esposa por algum motivo, talvez apenas por ter descoberto a traição. Depois ficou com medo de que o amante pudesse ter alguma informação que o incriminasse e também deu fim na vida dele. Lógico que ainda faltam provas concretas que o incriminem, mas acredito que isso está perto de acontecer.

— Concordo com você, Scott. A sabotagem no carro de Richard é um ponto negativo para Thomas, afinal, o rapaz era amante da esposa dele. A princípio o único com motivos para querer eliminá-lo.

— Isso mesmo, o cerco está se fechando.



Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora