Capítulo 7

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Naquela noite...

Scott chegou ao seu apartamento e foi recebido com um beijo de sua linda esposa Eve.

— Como foi o seu dia querido?

— Bastante pesado. Sabe aquela mulher encontrada morta em Coney Island?

— Sim. Não me diga que é a mulher que estava desaparecida?

— Infelizmente é ela! Se quem a jogou ao mar queria que o corpo jamais fosse encontrado ou identificado, acabou cometendo um grande erro. Ela estava com a aliança com o nome de casada. A perícia não teve muito trabalho para identificá-la.

— Que horror!

— Isso não é tudo, querida. Vou tomar um banho para relaxar, depois lhe conto todo o resto.

— Ótimo! Vou preparar a mesa para o jantar.

Vinte minutos mais tarde...

— Então! Vocês já tem alguma pista do assassino? — perguntou Eve curiosa como sempre.

— Ainda não! Sabemos que Christine provavelmente foi levada de carro, mas quem fez isso desligou o sistema de monitoramento da casa intencionalmente.

— Então o crime foi algo premeditado?

— Provavelmente! Mas isso não é tudo. Primeiro o marido sumiu e só retornou hoje quando já havíamos identificado o corpo. Depois que ele deixou o departamento um rapaz queria registrar queixa contra o desaparecimento de sua namorada.

— Mais uma mulher desaparecida?

— Felizmente não!

— Como assim? — perguntou Eve sem entender.

— A namorada dele na verdade era amante, Christine traía o marido.

— Minha nossa! Então o marido pode ter mandado matar a esposa depois que descobriu a traição?

— Sim! Foi a primeira hipótese que me veio a mente, mas ainda é cedo para afirmar. Não sabemos se o marido sabia da traição e ele tem um álibi que ainda será confirmado ou não. Agora que temos conhecimento do triângulo amoroso as investigações terão um rumo. Acredito que em pouco tempo o caso será solucionado. Amanhã vou levantar esses dados, quero saber se o marido dela realmente esteve no Arizona, onde esteve e o que fez. Também quero saber onde ele estava enquanto ficou com o celular fora de área.

Na manhã seguinte...

Scott foi para o departamento e começou a fazer algumas ligações. Ainda durante a manhã Ted já tinha o resultado completo da perícia no corpo de Christine e foi conversar com ele.

— Diga que você tem alguma novidade para mim — falou Scott ao ver Ted entrando em sua sala.

— Não muita coisa, mas acho que quem entrou na casa de Christine tinha livre acesso, ou conseguiu a chave com alguém, ou ainda encontrou a casa aberta. Não houve qualquer tipo de arrombamento, não encontramos nenhuma impressão digital recente que seja de outra pessoa. Todas eram de Christine, do marido e também de uma faxineira que trabalha na casa três vezes por semana.

— Faxineira? Ela não notou o sumiço da patroa? — quis saber o detetive.

— Ela esteve na casa na quinta-feira pela manhã e depois só retornaria na segunda-feira, logo ela não ficou sabendo que a patroa tinha desaparecido.

— Interessante! Quem cometeu o crime provavelmente sabia disso também.

— Pode ser. Como eu disse, temos as impressões digitais, a casa não foi arrombada, não houve luta corporal, tudo na casa estava em perfeita ordem. Não foi encontrado nenhum vestígio de sangue e nada de valor foi levado da casa — completou Ted.

— Quem fez isso não tinha outra intenção a não ser matar Christine. E quanto ao corpo, mais alguma informação, Ted?

— Provavelmente o corpo foi jogado ao mar naquele mesmo dia em que o carro foi visto na residência. O estado do corpo era de alguém que estava no mar a pelo menos três dias, isso não resta dúvidas. Christine foi jogada ao mar quando já estava morta, ela não engoliu água. Ela foi estrangulada e em seguida jogada ao mar, sem nenhuma coisa amarrada ao corpo, não existem sinais que indiquem que o assassino amarrou algum peso nela para que afundasse. Talvez o culpado não acreditava que o corpo pudesse aparecer na praia, principalmente pelo fato de não ter tirado a aliança da mão dela.

— Sim, mas acho que esse foi apenas um erro de principiante — comentou Scott.

— Talvez, mas também é possível que o assassino não estava preocupado com isso. Quem fez isso queria apenas matar a vítima por algum motivo e jogou o corpo ao mar para dificultar as investigações. Você já tem algum suspeito de ser o autor do crime com base nas informações que tem até agora?

— Eu diria que são duas opções até o momento, o próprio marido ou o amante de Christine.

— Amante?

— Sim, ontem pela manhã, logo após o marido de Christine deixar o departamento depois de saber que a esposa estava morta, um rapaz veio aqui para fazer uma queixa sobre uma mulher desaparecida. Não demorou muito tempo para que eu descobrisse que se tratava de Christine. O rapaz e ela eram amantes.

— Nossa! Então o marido é o principal suspeito?

— Eu diria que sim, mas ainda é preciso analisar muita coisa. Thomas diz que estava no Arizona à negócios e foi neste período que a esposa desapareceu. Ainda hoje vou concluir o levantamento das informações e tentar confirmar a veracidade dessa informação. Richard, o amante, disse que estava trabalhando e não conversava com Christine a vários dias, como não conseguia contato com ela, então ele veio à polícia. Até o momento, os dois são os únicos suspeitos de terem cometido o crime. Pode ser que não tenham qualquer envolvimento, ou ainda que não tenham feito isso com as próprias mãos. A princípio, o único que teria motivos para matar Christine era o próprio marido ao descobrir a traição, mas ainda não sei se ele tinha conhecimento disso. Quanto ao amante, que motivos ele teria para matar sua amada?

— Realmente você tem razão, mas é como disse. Se ele tem um álibi é preciso verificar se é verdadeiro. De qualquer maneira acredito que esse caso será resolvido em breve.

— Sim Ted. Vamos analisar algumas câmeras de segurança da região ao redor da casa e tentar identificar o veículo. Espero ter novas informações em breve.




Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora