Capítulo 4

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Scott analisou a cena a sua frente. Quem seria aquela mulher e como foi que acabou morta? Essas perguntas precisavam ser respondidas o mais rápido possível.

— E então, o que temos aqui Alfred? — perguntou o detetive assim que chegou próximo de onde os peritos trabalhavam colhendo as possíveis provas.

— Uma mulher morta como você pode ver, mas não temos nenhuma informação sobre uma mulher desaparecida no mar  — conjecturou Alfred.

— Verdade! Mas temos uma mulher que desapareceu de casa e não dá mais notícias a aproximadamente quatro dias. Espero estar enganado, mas é muita coincidência, não acha? Pelo que posso ver o corpo estava no mar a mais de três dias e isso confere com as informações que temos.

— Você está falando de Christine Edward? — perguntou Alfred.

— Sim! Pode ser ela, não é mesmo? — perguntou o detetive olhando de soslaio para o corpo enquanto era recolhido para ser levado para a realização da perícia.

— Sei que a situação do cadáver não possibilita uma identificação de imediato, também não foram encontrados documentos juntos ao corpo. Podemos esperar até que a perícia possa realizar o trabalho e identificá-la — falou seu superior.

— Ou levar Thomas Edward para reconhecer o corpo, pode ser possível através das roupas — completou Scott. Se realmente for a esposa dele, ele será capaz de reconhecê-la através de uma peça de roupa, ou de repente ela esteja usando alguma joia, anel ou algo parecido. Precisamos descartar esta hipótese antes de seguir outra linha de investigação para identificar o corpo. Afinal não existe outra mulher desaparecida recentemente.

— Sim, faça isso. Se possível amanhã pela manhã, ou assim que a perícia der autorização. Mas de qualquer maneira já seria bom avisar ele que foi encontrado um corpo e que infelizmente pode ser a esposa dele. Thomas pode estar procurando a esposa e perdendo seu tempo.

— Pode deixar que me encarrego desta tarefa. Ele pode estar preocupado e querer acompanhar o trabalho da perícia para tirar a dúvida o mais rápido possível — disse o detetive deixando o local em seguida.

Scott estava de folga e sendo assim passaria no departamento apenas para fazer uma ligação e avisar Thomas de que uma mulher havia sido encontrada morta em Coney Island. O detetive preferia não acreditar que o corpo era o de Christine, mas todos os fatos levavam a crer que só poderia ser ela. A mulher encontrada morta tinha os cabelos loiros assim como Thomas havia relatado e isso infelizmente era algo que dificilmente seria apenas uma simples coincidência. Scott viu a foto da esposa desaparecida e ela tinha muita semelhança com o corpo encontrado.

Assim que encontrou o número sobre a sua mesa imediatamente ele discou, mas ninguém atendeu, dizia que o celular estava fora de área. Mas a casa já estava liberada depois da perícia e Thomas deveria ter retornado para lá e não saído de cena justamente quando sua esposa estava desaparecida. Para tirar qualquer dúvida o detetive dirigiu até o local e constatou que realmente não havia ninguém em casa. Não havia nenhum carro na garagem. Novamente ele discou o número que agora estava gravado em seu celular, mas ele continuava fora de área. Scott achou aquilo muito estranho, mas Thomas ainda não era um foragido da justiça. Que motivos ele teria para desaparecer? A não ser que ele tivesse alguma culpa no desaparecimento da esposa — concluiu o detetive e deixou o local.

Alguns minutos mais tarde...

— Demorou bastante querido, já estou preparando o almoço. Estou fazendo aquela torta que você adora.

— Humm, que delícia. Já estou até com água na boca. Depois de ir a Coney Island ainda fui no departamento e até a casa de Thomas, o marido da mulher desaparecida, mas nos dois últimos lugares só perdi tempo.

— Não me diga que o corpo da mulher que encontraram é realmente da esposa dele? — perguntou Eve com a cara de espanto e os olhos arregalados.

— Impossível afirmar ainda, meu amor. O corpo já está em decomposição e não tinha documentos junto das roupas, deveria estar no mar a pelo menos três dias. Só a perícia poderá identificá-la.

— Mas então por que foi atrás dele se não sabem se é a mulher desaparecida?

— Por que eu queria que ele soubesse que uma mulher foi encontrada morta, não sabemos quem é, mas ele poderia reconhecer o corpo através das roupas, mas não o encontrei e não consegui contato por telefone. Se ele não reconhecer o cadáver como sendo sua esposa podemos seguir outro caminho para tentar identificar a mulher morta.

— Estranho! Ele é suspeito do desaparecimento da esposa?

— Até agora não, mas esse comportamento é estranho. Vamos aguardar até a perícia concluir o trabalho, talvez nem ao menos seja a esposa dele. Apesar de ser pouco provável, a mulher encontrada também é loira assim como Christine.

— Meu Deus! Espero que não, nem a conheço, mas sinto um arrepio quando imagino alguém sendo morta e ainda jogada ao mar. Mas agora vá tomar um banho que o almoço já está quase pronto.

— Vou sim. O cheiro está ótimo e eu estou morrendo de fome.

Depois do almoço Scott tirou o resto do dia para descansar, não tornou a ligar para Thomas e ele também não deu nenhuma notícia sobre o seu paradeiro. As coisas começavam a se complicar para o lado dele. Thomas deveria ter comunicado a polícia que estaria indisponível, ele sabia que a polícia poderia telefonar a qualquer momento. Se ele também estava procurando pela esposa, isso também deveria ser informado para a polícia.




Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora