capítulo 9

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Estávamos no terreno que outrora foi um restaurante de classe média e estava tudo destruído, era como um déjà vu só que nessa vez não havia barulho, nem pessoas a volta, nem bombeiros,nem nada, parecia um terreno abandonado, podia ser assustador se não estivesses numa zona movimentada, alguns estudantes universitários passavam preocupados com suas vidas, parecia que nós éramos invisíveis, eu me questionava por que motivo o senhor Francisco não tinha já chamado eu e Ana e agora temos a resposta, a empresa de seguros ainda não tinha feito nada, absolutamente nada, nem sequer limpado a área e pelo andar da carruagem as coisas iriam ficar assim durante mais um bom tempo.
Eu e Ana já estávamos quase a completar 3 horas em que estávamos  vasculhando por mais pistas, a verdade é que esse crime foi bem planejado e resolvido e posso julgar que o facto de eu ter encontrado aquele isqueiro foi um caso de pura sorte para mim e um acto de total estupidez e desleixo do nosso criminoso e provavelmente era o suficiente para nós darmos esse problema por resolvido, e você deve estar pensando que nós devíamos entregar o isqueiro e as informações à Polícia não é? Mas que ingénuo que és! A Polícia nunca faz nada, jamais e mesmos que fizesse, esse assunto é pessoal, a gente resolve isso, talvez amanhã, podia ser hoje mas estou suja, com fome, sede e cansada portanto amanhã com a cabeça fresca.

Thaís: Ana, chega, não vamos encontrar porra nenhuma aqui, deixa isso para que não te cortes.

Falei enquanto limpava com o dorso da minha mão a minha testa, Ana estava tentando levantar uma chapa com as bordas totalmente irregular tentando ver por debaixo da chapa, ela começou a se culpar pelo incêndio e começava a achar que o João não ia parar por aí, até concordo mas  acho que se ele ainda não fez nada é porque ainda não tem nada em mente e nem deve ter o apoio dos compinchas, provavelmente eles acham que já honraram os seus nomes e que já chega mas eles estão fodidamente errados, eles não sabem com quem foram se meter, nós não somo criminosas, nem por sombras mas também não somos donzelas em apuros, se bem que entre nós, Ana se safa bem nesse papel, falando nisso todo o cuidado é pouco com João, ele está quieto demais.

Ana: então vamos embora porque esse sol das 13h que está a aparecer esta me queimando e me deixando suada.

Ela falou já parada na minha frente, se inclinou e pegou a sua bolsa, gentilmente, sem sujar a bolsa tirou de la uma embalagem de toalhitas e limpou as mãos e os pés, a seguir pegou noutra e limpou o pescoço de maneira delicada.

Então é por esses motivos que as mulheres andam com bolsas? ok.

Esse era o Ethan, Ethan é o nome que eu dei para os meus pensamentos, longa história.

Ana: toma, limpa-te, não vou estar a andar na rua contigo assim.

Fiz uma careta depois dela direcionar para mim algumas toalhitas.

Ana: o que é?

Thaís: como se fosses andar comigo assim em qualquer outro lugar.

Ana: Thaís deixa de dramas e usa isso porque tu estas porca.

Thaís: Ana não acredito!

Reclamei e fui limpando as mãos até ao cotovelo, fiz o mesmo no outro braço e já não tinha mais toalhitas e eu ainda estava suja.

Thaís: dá mais.

Agora foi a vez de Ana fazer uma careta.

Thaís: o que é?

Ana: como assim "o que é?" Você pensa que eu tenho um armazém? Deixa eu limpar por ti que nem isso fazes direito.

Puxou meus braços e deixou eles por segundos para pegar nas toalhitas.

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