24: Dylan

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Respiro fundo e encanto minhas anotações novamente

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Respiro fundo e encanto minhas anotações novamente. Onde eu havia parado mesmo? O dia de hoje está me deixando completamente confuso, e não me ajuda muito o fato de que uma certa garota persiste em permanecer presente em meus pensamentos, de modo que me fez ficar aéreo o dia inteiro.

Me levanto e vou em direção a janela, onde me apoio no parapeito e observo a paisagem lá em baixo. O jardineiro (cujo o nome eu esqueci, pois meus pais demitem jardineiros diariamente, já que é difícil eles ficarem satisfeitos com seu trabalho) está observando com um certo desespero William acabar com o seu trabalho enquanto joga bola, pisando em flores e se sujando de barro. Sorrio ao me lembrar de como eu e meu pai éramos próximos antigamente, como jogávamos bola juntos no quintal e levávamos bronca de Laura quando estrávamos em casa cobertos de lama. Meu sorriso se esvai quando penso que William nunca teve e nunca terá essa proximidade com ele. Uma raiva súbita me invade quando me lembro das palavras maldosas de Laura que tanto magoaram William.

A porta do meu quarto se abre, fazendo com que eu leve um susto e me vire para ver quem é. Milla está parada no meio do local vestida com o que parece ser um avental da dona Mariah (ao julgar pelo modelo não tão esguio) segurando um balde d'água. Seu cabelo está bagunçado e ela parece estar cansada e ofegante. Ou melhor, finge estar. Como Milla consegue ser tão falsa ao ponto de fingir que trabalhou muito? Eu a vi fazendo as unhas já hoje lá na cozinha!

— Oh, me desculpe Sr Clarke, eu não sabia que o senhor fica no seu quarto nesse horário — se eu já não gostava dessa garota imagine agora que eu a ouvi me chamar de senhor duas vezes.

— Eu sempre estou no meu quarto nesse horário — respondo e sigo em direção ao meu guarda roupa, onde pego uma jaqueta jeans. Preciso dar uma volta, principalmente depois de ter escutado Milla me chamar igual chamam meu pai. Estou prestes a sair quando ela me chama novamente. Essa garota vai ficar pegando no meu pé agora? Me viro para ela e a olho, sem nem ao menos me esforçar para esconder a cara feia por ter que escuta seja o que for que ela quer me dizer. — Sim?

— O senhor despediu a srta Froy? — ela pergunta com a maior cara de pau. Jura que ela veio aqui só para perguntar isso? E, ainda por cima, na maior cara de pau? Podia ter disfarçado melhor.

— Eu falei com ela sim srta Crewe — começo a dizer com as mãos atrás das costas — Nós concordamos que devemos demitir quem não trabalha por aqui. Mas essa pessoa não seria a srta Froy, não é mesmo?

Saí do quarto assim que terminei de dizer essas palavras, ainda a tempo de ter visto a cara de frustração e decepção de  Milla. Parece que o plano dela foi por água abaixo, não é mesmo?

Sigo pelo corredor enquanto visto minha jaqueta. Ao chegar ao topo da escada confiro se meus cadarços estão devidamente amarrados e se a Pétala não está subindo os degraus esteticamente. Pelo o que eu a conheço, Pétala deve estar amaldiçoando meus cadarços, enquanto eu, em um ato de egocentrismo, estou os agradecendo mentalmente por terem feito com que eu me aproximasse mais dela. Mas é claro que Laura tinha que estragar tudo. Além de interromper um beijo, ela tinha que ameaçar Pétala ao imaginar loucamente que ela se jogou em cima de mim? E é claro que meu pai tinha que chegar e estragar tudo ainda mais ao ter  acreditado nas palavras da amada esposa.

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