Capítulo 8

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Quando a porta fechou o silêncio instalou-se na sala. Ninguém falou, ninguém se mecheu durante alguns minutos até que eu dei um passo em frente.

Nada aconteceu.

Dei mais um passo em frente.

Nada aconteceu outra vez.

Dei mais um passo e mais outro a seguir a esse até que estava à frente da mesa com as armas e os mantimentos. Estendi a mão para pegar numa glock mas a minha mão nunca chegou a tocar-lhe. Fiquei a olhar para a glock e para as outras coisas na mesa.

Observei bem o que estava em cima da mesa. Havia armas de fogo, munições, armas brancas, cordas, arames, comida, sacos-cama, casacos, búçulas, lanternas, mapas, mochilas e outros utencílios de sobrevivência.

Afastei a minha mão da glock e deixei-a cair ao meu lado ao longo do meu corpo. E se isto fizer parte do teste? E se o teste é para ver quem pega primeiro nas coisas e quem é que fica e espera pela ordem de começar?

Não. Ele disse que já podíamos começar por isso tem de ser outra coisa...

O general disse que tinhamos de sobreviver lá fora e chegar até ao centro da zona fechada da floresta. Ele também disse que podiamos matar a concorrência. E disse para pegarmos nas armas... Estou tentada a pegar na glock que estava quase a pegar à pouco e matar um dos outros já...

De repente fez-sse luz na minha cabeça. Ele disse que o objetivo principal era sobreviver!!! Não matar os outros concorrentes!! Como pude ser tão burra!!

Peguei numa das mochilas que estava em cima da mesa e puz lá alguma da comida que estava em cima da mesa mais uma garrafa de água. Peguei numa das bussolas e num dos mapas e pu-los também dentro da mochila. Peguei em cordas e num casaco. Por fim peguei numa lanterna e algumas facas.

Puz a mochila nas minhas costas e dirigi-me para uma das portas do outro lado sala que tinha o número 15 gravado. Cheguei ao pé da porta e olhei para trás. Os outros já estavam a pegar nas coisas para levarem mas quase nenhum deles levou búçulas, sacos-cama ou casacos...

Aqueles palermas estavam a discutir quem ficaria com uma das duas únicas glocks. São mesmo burros... Eles ainda vão acabar mortos por falta de comida, água ou por temperaturas baixas...

Abri a porta e entrei dentro de uma sala completamente branco com um soldado à minha espera.

- Segue-me - ordenou ele.

Ele começou a andar em direção à única porta na sala que dava acesso a um túnel subterrâneo.

Andámos em silêncio por uma hora e meia até que chegámos ao fim da passagem. Lá havia um elevador. O soldado apontou para a porta de elevador aberta e eu entrei.

A partir do momento que eu estava completamente no interior do elevador a porta fechou-se e apareceu um relógio digital num dos espelhos do elevador. Ele estava em contagem decrescente. Tinha de esperar dez minutos. Talvez os outros ainda não tenham chegado até ao seu sítio de partida...

Sentei-me no chão do elevador e esperei que o tempo passasse.

Quando já só faltavam 30 segundos levantei-me e virei-me de frente para a porta.

Senti o elevador a ir para cima e quando a contagem chegou a zero a porta abriu-se.

Saí de dentro do elevador e reparei que estava dentro de uma pequena cabana de madeira. A única coisa aqui dentro era um secretária velha e umas estantes vazias. Havia uma única janela na cabana e eu aproximei-me devagar e olhei lá para fora.

Lá fora a floresta era cerrada. E as únicas árvores que reconheci e que dominavam a paisagem eram os abetos. Havia imensos abetos. Alguns com troncos grossos outros com troncos finos. A maioria eram demasiado altos para trepar porque não tinham ramos até á folhagem mas havia alguns com ramos baixos o suficiente para se poder trepar.

Dark and GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora