Capítulo 10

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- Tens a certeza de que isto vai funcionar? - 9 perguntou-me enquanto olhava para a minha forma agachada com um olhar duvidoso.

- Não. - respondi-lhe secamente.

- Obrigado pelo incentivo. - informa-me ele sarcasticamenete.

Encolho os ombros e não lhe respondo. Nunca fui boa a dar incentivos e desde que aqui cheguei só piorei.

Eu estava agachada no chão com um monte de paus à minha frente. O plano era simples mas se o reconhecessem ele está tão bom quanto morto. Na minha mão tinha um fósforo apagado. Olhei para o céu, ainda é de noite e agora é a melhor altura para pôr o plano em ação.

Raspei o fósforo num dos galhos no monte e acendi-o. Uma pequena chama apareceu na ponta do pequeno pauzinho de madeira na minha mão. Fiquei a olhar para a chama durante alguns segundos até que deixei o fósforo cair no monte de galhos que normalmente se chama fogueira.

Levantei-me e esperámos até a chama da fogueira ser suficientemente grande para fazer uma coluna de fumo visível a partir do centro. Corremos sem fazer barulho até estarmos a pelo menos uns vinte metros da fogueira.

Eu estava escondida atrás de uma árvore com tronco grosso de maneira a esconder toda a minha figura. 9 estava a umas árvores mais para a minha esquerda.

Passados alguns minutos no silêncio absoluto comecei a ouvir passos. Quanto mais eles se aproximavam mais conjuntos de passos diferents conseguia ouvir. Se eu estiver certa eles devem ser um grupo entre 9 a 11 pessoas.

Os passos pararam o que quer dizer que eles devem ter chegado à fogueira.

- Espalhem-se e descubram quem esteve aqui. - um dos militares murmurou para os outros slodados em alemão.

Os soldados foram em direções opostas e começaram a procurar na área à volta da fogueira.

Passados alguns segundos comecei a ouvir passos a virem na minha direção. Esperei mais um pouco. Os passos estavam cada vez mais perto. Esperei até que ele estivesse mais próximo, próximo o suficiente para eu poder agarrá-lo por trás e partir-lhe o pescoço sem que ele grite ou faça algum barulho.

Eu sei que seria muito mais fácil e rápido se usasse uma das minhas facas e lhe cortasse o pescoço mas para que o nosso plano funcione vai ser preciso que o uniforme esteja limpo de sangue e tal e qual como ele está agora.

Respirei fundo e deixei-me levar mais uma vez pelos meus instintos. O militar estava agora onde eu o queria. Sai de trás da árvore o mais rápido e silenciosamente possível. Felizmente ele estava de costas para mim e antes que ele se pudesse virar e me ver lancei ambas as mãos a cada um dos lados da cabeça dele acabando com o meu cotovelo mesmo de baixo do queixo dele.

Sem perder tempo puxei o pescoço do militar para a direita com toda a minha força e parti-lhe o pescoço. Felizmente ele não teve tempo para reagir e gritar, ele só conseguio emitir um pequeno gemido antes de morrer.

Deixei que o corpo morto do soldado caisse para trás e peguei nele lançando-o por cima do ombro para ser mais fácil de transportar.

Rapidamente me afastei do local e andei mais un bons trinta, quarenta metros. Pousei o corpo no chão e esperei por 9. Quando 9 chegou nós rapidamente nos pusemos ao trabalho.

Eu comecei por lhe esvaziar os bolços enquanto 9 ia despindo o militar. Nos bolços não encontrei muita coisa, uma búçula, uma esferográfica da bic e muniçoes extra para a espingarda que trazia consigo.

Quando voltei a olhar para 9 ele já estava pronto. Ele tinha vestido o uniforme militar por cima das roupas que ele trazia vestidas. O plano era um pouco arriscado mas até agora era o melhor que podiamos arranjar. Se isto correr mal há a possibilidade de que o 9 será morto, se isto correr bem passaremos os dois para a equipa principal.

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