Capítulo 3

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O corpo de Jeonyoul ainda tremia um pouco quando ela saiu do banheiro. Sua sorte era que sempre tinha uma muda de roupa na bolsa em caso de emergências, caso contrário muito provavelmente estaria espirrando horrores naquele momento.

     Quando desceu para a sala, Sehun estava com uma jarra de café em mãos e em seguida a colocou na mesa de centro. Ao vê-la surgir no cômodo, correu em sua direção.

     — Jeonyoul, como está se sentindo? Está com frio? Sente no sofá um pouco e se cubra.

     Dizia uma frase atrás da outra, sem dar tempo para que ela respondesse. Segurou em sua mão e a puxou para que se sentasse, pegando o cobertor e praticamente enrolando-a com o mesmo.

     — Eu fiz café, está bem quente, tome um pouco.

     Encheu mais da metade da xícara e entregou para ela, sentando ao seu lado em seguida. Jeonyoul riu e bebericou o líquido.

     — Sehun-ah, eu estou bem, ok? Não precisa ficar tão alarmado. E obrigada.

     — Preciso sim, você tomou chuva não sei por quanto tempo, mesmo que tenha tomado banho quente ainda precisa ter cuidado, é bem provável que fique doente. — Cruzou os braços — Aish... como pode ser tão irresponsável?

     — Desculpa, eu achei que estivesse em casa. Eu nem fiquei tanto tempo lá fora, e também nem tinha pegado tanta chuva.

     — Bem, agora que estamos aqui, quero saber o que é tão importante pra você ter feito o que fez. Vamos, me diga.

     Jeonyoul comprimiu os lábios, mordendo o inferior logo depois, enrolando um pouco pra falar. Só de pensar naquele assunto seu coração apertava, aquela dúvida estava lhe matando. Talvez Sehun não pudesse te dar respostas, talvez não soubesse de nada, mas não custava arriscar, não é mesmo?

     A mulher suspirou.

     — É sobre o Junmyeon.

     Sehun tentou disfarçar, mas o fato de Jeonyoul querer falar com ele sobre Junmyeon não lhe deixava nem um pouco confortável e muito, mas muito ansioso mesmo. Tinha medo de que ela pudesse ter descoberto.

     — O que tem ele?

     Colocou um pouco de café em uma xícara e pegou para beber. Tinha que se acalmar de algum jeito, ou pelo menos arranjar uma forma de disfarçar seu medo.

     Por um momento viu os olhos da mulher encherem de lágrimas e seu coração acelerou na hora. Era aquilo mesmo que ele estava pensando?

     — Hoje de manhã eu passei na casa dele. Ele estava dentro do carro e já ia trabalhar. Nós conversamos um pouco, eu fui chamar ele para fazermos algo juntos, já que faz tempo que não fazemos nada, sinto falta, sabe? Ele disse que ia trabalhar até mais tarde e quando se despediu e virou de frente, eu vi...

     Sua voz foi ficando gradativamente mais baixa e ela simplesmente parou de falar. Jeonyoul segurava sua xícara com as duas mãos, apertando-a e mantendo a cabeça baixa.

     — O que você viu?

     Levantou uma das mãos e apontou para o próprio pescoço, fazendo Sehun franzir o cenho em confusão, não estava entendendo aonde ela queria chegar.

     — Um chupão no pescoço.

     Se ele já estava desesperado antes, imagina agora. Lembrou da noite passada e do momento em que ele pediu para que tentasse não marcá-lo. Mas Sehun foi idiota, ele sequer prestou atenção se tinha marcado ou não. O pior é que provavelmente ele também estava marcado, mas felizmente, não tinha tirado a touca da cabeça que estava tampando levemente aquela região no momento, com ajuda da camisa de gola alta que estava por dentro. Pelo menos assim ela não veria e não teria como relacionar uma coisa com a outra.

selfish ➳ sehoOnde histórias criam vida. Descubra agora