Capítulo 4

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👆 Música para acompanhar a leitura da lembrança de Eliza.

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10 de Junho de 1891

Papai, não consigo dormir.

Do meu quarto eu o chamo, estou ansiosa e feliz demais para conseguir ir para o mundo dos sonhos.

Pego o vestido que ele me deu hoje de aniversário e o visto. Ele é verde e branco. Meu papai escolheu assim por que se parece com a cor dos meus olhos.
Quero lhe fazer uma surpresa agora. Saio sem fazer nenhum ruído.
Sem conseguir me conter começo a rir. Tudo isto me parece uma grande aventura.
Vou até seu quarto e não o encontro deitado ao lado da mamãe.
Sabendo que só poderia então estar na sala corro até lá, fazedo o menor barulho possível.

  Apa*, olhe o vestido que o senhor me destes. rodopio como uma dançarina. Me aproximo quando ele não me responde e vejo seus olhinhos fechados. O senhor estás a dormir não é?

Rio ainda mais. Chego perto e balanço seu ombro bem devagar. Ele não acorda. Mamãe diz que o sono do papai é sempre profundo.

Papai, acorde, o senhor tem de ir para cama. Está frio aqui, o senhor já estás ficando gelado.
Chamo por ele e balanço seus ombros ainda mais forte.

A caneta que estava em sua mão caí no chão fazendo muito barulho. A pego e coloco na mesinha.

Por que o senhor não acorda? o balanço mais forte. Vamos, já está tarde.

Puxo seu braço tentando o fazer se levantar e nada, tudo o que faz é continuar a dormir.

Papai, o senhor disse que iríamos brincar na floresta amanhã. O senhor me prometeu, lembra?

Por mais que não entendesse muito bem o que era a morte, naquele momento entendi muito bem o que tinha acontecido com meu pai, só não conseguia aceitar.

Pai. começo a gritar. Papai, não faça isto comigo. Pai, não, não. Por favor, fique aqui comigo. Segure minha mão. Estou com medo agora.

Encosto na parede e tampo meu rostinho. Não quero o ver, no entanto preciso acordá-lo.
Subo em seu colo e começo a balançar seu corpo.
Seguro seu rosto com minhas duas mãos e beijo sua bochecha.

A Mansão de ChurchillOnde histórias criam vida. Descubra agora