ATENÇÃO! CONTEÚDO ADULTO!
Ponto de vista da Abi
Bem no fundo eu sei que não devia... lá mesmo, mesmo no fundo eu sei que estou a beijar um estranho, mas não me podem culpar quando o estranho beija assim... Não me podem culpar, quando o estranho tem este sabor, e quando tem este perfume... não me podem culpar quando o estranho é a pessoa mais próxima que tenho. Não me podem culpar quando o estranho é assim... e quando me beija assim, e quando me segura assim... não me podem culpar quando a sua pele parece dar choques na minha. Não me podem culpar quando me cresce água na boca apenas de olhar para ele... não me podem culpar quando ele parece ser a única pessoa decente que já deixei entrar na minha vida... não me podem culpar quando estou vulnerável como estou agora e quando há alguém como ele que está comigo... Não me podem culpar... eu sou adulta e descomprimetida... ninguém me pode culpar por nada que eu faça com ele.
Os pensamentos foram afastados da minha mente quando senti o seu braço por trás das minhas costas a pressionar-me mais contra ele, como se temesse que eu caísse em mim a qualquer momento e o afastasse. Mas mesmo que eu quisesse afastá-lo, acho que não ia ter coragem de o fazar... não ia conseguir privar-me a mim própria de sentir isto, nem que seja por mais alguns segundos.
Ele anda para a frente com o corpo colado ao meu, e faz-me recuar até à parede. Senti mais uma batida forte no peito quando a sua língua deslizou no meu lábio. As minhas costas encostaram na parede fria e isso fez-me arrepiar. As suas mãos deslizaram nos meus braços e entrelaçou os dedos nos meus, levando as minhas mãos com as suas para a parede, ao lado da minha cabeça, enquanto segura o resto do meu corpo com o seu. Consigo sentir o calor do seu corpo a penetrar na minha roupa e chegar à minha pele.
Os seus lábios afastaram-se um pouco dos meus, para podermos respirar. Ele abriu os olhos depois de mim e sorriu depois de lamber o seu lábio e mordê-lo de seguida... a maneira como olha para mim deixa-me tão assustada quando excitada. O seu olhar parece queimar quando percorre o meu corpo de uma ponta à outra e solta uma respiração fundo ao mesmo tempo que os seus olhos voltam aos meus. O que me assusta não é ele... é o descontrolo em que parece estar, e eu sempre achei que ele parecia uma pessoa controlada... e para descontrolada aqui basto eu.
Engoliu em seco e voltou a beijar-me contra a parede. Largou as minhas mãos que ainda estavam presas pelas suas, deslizou-as pela lateral do meu corpo até chegar à coxa, colocou-as por trás do meu corpo e apenas num movimento inesperado colocou-me no seu colo. Continua a pressionar-me na parede e entrelaço as pernas em volta da sua cintura, ao mesmo tempo que passo os meus braços por trás do seu pescoço para me segurar.
Desencostou-me da parede e começou a andar na diração do quarto. Deu um pontapé na porta e entrou. Sinto um ardor agradável no lábio inferior depois de ele me morder várias vezes naquele sítio. Ajoelhou-se em cima do colchão e só então me largou e eu caí de costas do colchão, ainda com as pernas em volta da sua cintura. Por um segundo ficou apenas a olhar para mim, mas a única coisa em que me consigo concentrar é na sua boca... sim... sem dúvida se há alguém descontrolado aqui, sou eu, porque não aguentei olhar para ele sem o puxar de novo para que continue a fazer aquela especie de magia que estava a fazer com a boca na minha.
Os seus lábios deslizaram da minha boca para o meu pescoço e a sua mão entrou para baixo da minha camisola do pijama.
"Zain..." Chamei-o apenas num sussurro para tentar colocar alguma razão nas nossas cabeças, mas ele não parece ter-me ouvido. "Zain." Chamei de novo.
"Hmm?" Nem sequer descolou a boca do meu pescoço.
"Eu não tenho preservativos." Só depois de dizer isto é que eu pensei se seria mesmo suposto eu assumir que ia acontecer apenas por estarmos na cama... mas acho que sim, era suposto.
"Não faz mal..." Sussurrou, enquanto a sua boca volta à minha. Como não faz mal?
"Tu tens?" Perguntei, a meio do beijo.
"Não... mas se confiares em mim eu confio em ti." Fiquei apenas a olhar para ele, para tentar perceber se a proposta é mesmo a que eu entendi. Ele reparou na minha reticência e parou de me beijar. Olhou-me nos olhos e apenas isso já foi o suficiente para me desconcentrar. "Eu confio em ti... só tens de confiar em mim também e não vai haver problema... Eu prometo." Beijou a minha testa. "Mas se quiseres parar por hoje e deixar isto para depois..." Oh não, não, não... não vamos deixar coisa nenhuma para depois.
"Cala-te." Coloquei a mão na sua nuca e puxei-o para que continuasse a beijar-me.
Sinto-me completamente dormente nos seus braços e nos seus beijos e eu não quero fazer isto acabar. Senti a sua risada na minha boca e a sua mão fpi mais longe dentro da minha camisola. Segurou-me com as duas mãos nas minhas costas e fez-nos rolar. Fiquei por cima dele, com um joelho de cada lado da sua cintura. Olhei para a sua cara... os lábios inchados, o sorriso de atrevido, o cabelo já desgrenhado... Engoli em seco e abanei a cabeça negativamente a repreender-me a mim própria pelo que vou fazer.
Despi a camisola do pijama e ele mordeu o lábio. Sentou-se no colchão e eu fiquei ao seu colo. Segura-me com uma mão de cada lado da minha cintura e morde o meu pescoço. Agarrei-lhe no cabelo e senti o seu sorriso na minha pele. Uma das suas mãos deslizou desde a minha nuca até ao final das minhas costas e acabou por entrar nos meu calções e agarrar no meu rabo. Com a outra mão desapertou o meu sutiã que caiu em cima do seu peito.
Agarrei no seu cinto e desapertei-o. Ele parece ter perdido o resto de bom senso que lhe sobrava quando o fiz. Fez-nos rolar de novo e ficou por cima de mim. Continuou a beijar-me, talvez com o objetivo de me fazer baixar a guarda, e se esse era o objetivo ele conseguiu, porque quando me beija eu só consigo focar-me no sabor da sua boca, no toque nos seus lábios, na sua língua na minha e a única coisa que conseguiu captar mais a minha atenção do que o seu beijo foi a sensação dele a entrar a mim. A surpresa fez-me prender uma expiração, que libertei devagar quando percebi que estava mesmo a acontecer...
O seu corpo está quente e tenso e por alguma razão isso deixa-me ainda mais fora de mim. Ondula sobre mim devagar e quando percebe que o meu corpo já se habituou àquele ritmo altera-o por completo e acelera até eu ter de agarrar nos lençóis da minha cama e a minha respiração já ter um compasso definido e depois abrandou de novo, mas não me permitiu que eu conseguisse encontrar o ritmo de respiração normal porque embora lento ele consegue atingir-me com força... muita força e isso faz-me prender a respiração sempre que entra em mim. Deslizei as unhas nas suas costas apenas como forma de conseguir libertar este energia fernética que se começa a formar em mim. Os meus músculos contraem e relaxam e sinto arrepios continuos a tomar conta de mim. Engulo em seco e respiro fundo a tentar relaxar de novo. Ele continuou durante mais alguns segundos e depois afastou-se de repente. Ficou de costas no colchão e respirou fundo.
"Foi por pouco..." Disse, entre respirações aceleradas. Virou a cabeça para mim e sorriu. Beijou a minha testa e depois os meus lábios de novo. "Achas que posso tomar um duche aqui?" Olhou para a sua barriga a tentar explicar o porquê do pedido e eu apenas assenti ao ver ao que ele se referia.
Beijou-me de novo. Levantou-se e saiu do quarto, deixando-me apenas a mim, a pensar no que raio eu acabei de fazer e no quanto isto foi uma irresponsabilidade.
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Vizinhança
Short StoryTudo começa quando Abigail chega ao seu novo apartamento, prestes a recomeçar toda a sua vida com pouco mais do que o essencial para viver. Mas algo tenta impedí-la de deixar o passado para trás das costas e viver um futuro mais brilhante.