Troublemaker

19

Se existia uma coisa que Emma havia aprendido nos últimos quinze anos era que: a vida não será um mar de rosas, até porque nas rosas à espinhos e eles ferem.

Observar Caitlin era como olhar para uma rosa murcha. Emma sentia vontade de cuida-la, trata-la, porém a única coisa que poderia fazer era observá-la ou acabaria machucando-a ainda mais. A história já estava escrita, mas suas ramificações poderiam levá-la para outro lado. Emma odiava quando uma história não seguia ao roteiro original. Mas não lembrou que se aquela história seguisse ao roteiro original ela não estaria ali.

-Diga-me o que se passa nesta cabecinha. - Harry disse se sentando ao lado dela. Emma deitou a cabeça no ombro dele, o laboratório estava vazio mesmo com toda aquela multidão que havia pousado e chegado a Central. - Isso é por causa de Iris? Por causa do bebê? - negou com a cabeça. - Você já sabia do bebê? - assentiu. - Então se você já sabia do bebê e sabe que seus pais ficaram juntos, por que está triste?

-Eu não sei. É como se algo estivesse errado. Sei que tudo o que está acontecendo devia estar acontecendo, mas mesmo assim não consigo deixar de me sentir estranha com isso. - explicou de maneira confusa, Harry franziu a testa.

-Esta com medo de mudar a linha temporal. Por isso não sabe o que fazer, porém, ao mesmo tempo, tem medo de já ter mudado a linha temporal e piorado a situação. Qualquer passo que der pode levar ao caminho errado, mas também ao certo. - ele disse em um tom analítico. Emma amava quando Harry sabia exatamente o que ela estava pensando sem ela precisar falar nada. - Mas você não vai saber se errou ou acertou se ficar parada no lugar, o melhor jeito de vencer o medo, é enfrentando-o.

Emma fechou os olhos por um instante então sentiu a mão de Harry em seu cabelo, ele lentamente acariciava os fios com uma certa hesitação. Ela então empurrou ainda mais cabeça contra o ombro dele e o gesto de carinho se intensificou.

-Obrigada. Sei que sou exatamente o tipo de problema que você queria evitar na sua vida, mas obrigada por cuidar de mim.

-Você, Emma Allen, deverá ser muito preciosa para mim ou eu não serei capaz de te aguentar. - Harry resmungou baixinho. Ela riu.

-Te adoro. - murmurou.

Harry se afastou dela e beijou sua testa. Disse que precisava ir atrás de Cisco para resolver alguns problemas no laboratório, mas avisou que sua sala sempre estaria aberta para ela. Emma sorriu e o deixou partir.

Adorava Harry mais do que conseguia descrever. Havia crescido cercada de história sobre vilões, heróis, batalhas épicas e lições de vida, mas sabia que nenhum herói conseguia salvar o mundo sozinhos, eles tinha um time, uma equipe, uma família.

As pessoas gostavam de saber o que aconteceu, já Emma gostava mais de saber o porquê que levou aquilo a acontecer. Ela gostava de descobrir o caminho, a estrada que leva até o lugar. Seu pai dizia que ela daria uma ótima detetive. Mas Emma sempre preferiu ajudar as pessoas de outra maneira, ansiava para que sua carta de aprovação finalmente chegasse para que enfim pudesse cursar psicologia como tanto queria. Entrar na mente das pessoas era algo que lhe agradava.

-Emma? - seu nome foi chamado a fazendo erguer a cabeça. Tommy lhe sorriu com afeto. - Posso saber aonde está cabecinha estava?

-Em um lugar bem longe daqui. - disse tentando entender qual era o problema dos homens com as palavras em diminutivo.

Tommy se inclinou sobre ela e lhe roubou um beijo, Emma sorriu. O namoro podia ser bem recente, mas o carinho e o afeto entre eles já era uma coisa de longa data. - Onde estão seus pais?

-Voltaram para Star, não podem deixar Will sozinho com tia Thea por muito tempo ou um deles pode acabar na cadeia. - ele falou puxando uma cadeira e se sentando a frente dela. - Você acredita que papai quer que eu faça um exame para prova que eu sou filho dele mesmo.