CAPÍTULO 13

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VRAUMNNNNNN - POR ANNE

"Faça por amor e tudo entrará nos eixos."

O furacão JP saiu da minha sala e então lembrei que ainda nem tomei café da manhã e já era hora do almoço. Me lembro que tive que me segurar para não estourar os botões de sua camisa, até porque não esta sendo hoje que as caça de homens lindos e gostosos, vão ver o meu homem sem camisa. Merda! Do que estou falando? Mas a frase soa tão bem. Comi rapidamente o que Maria tinha comprado para mim já frio e saio pra trabalhar na oficina.

Hoje não tem como me concentrar com o cheiro de JP impregnado na minha sala. Coloquei meu macacão que fica sempre limpo e dobrado pra quando eu preciso de atividade na minha rotina trabalhista e o Sr João o mecânico responsável me disse que estavam tendo trabalho para identificar o defeito de um Cívic que chegou ha dois dias.

Eu trabalho da seguinte forma, quando o cliente compra a peça que geralmente já é mais barato que a concorrência, ganha 30 por cento de desconto se levar o conserto para algumas de minhas oficinas óbvio tudo programado para realmente ser feito o serviço, então na maioria das vezes o orçamento tem vindo já com a logo da Rodgers.

Abri o capô e o Sr João ligou a máquina, fiquei triste por um bebê lindo desse estar dodói, mas eu ia me concentrar em resolver o problema dele. Com a ajuda do mecânico levantamos o Cívic e mãos à obra. Duas da tarde e chega um motoboy com almoço.

Maria sempre faz isso quando vou pra oficina. Ela sabe que esqueço da vida quando vou pra oficina. Fui ao banheiro para lavar as mãos e os outros também já que o almoço hoje era por conta da casa. Meu macacão estava sujo e ate meu rosto, tirei o celular do bolso e mandei uma foto para o JP com a legenda.

"Pegando no pesado... Boa tarde." _A resposta veio imediata.

"— Puta que pariu... O que é que é isso mulher??? Devo ter sido muito bonzinho para ganhar um presente desses. Deliciosa até cheia de GRAXA."

"Fazendo o que amo. Apenas isso." _Um breve sorriso veio involuntariamente ao meu rosto.

"— Nossa essa é de longe a minha foto preferida 10, 10, 10. Virou a foto de capa no meu celular. Confesso que estou de pau duro e com ciúmes."

"Hummmm.. Vai na faculdade hoje?"

"— Vou sim, semana de prova."

" Ok! Vou almoçar aqui e depois voltar para minha missão."

"— Que é?"

" Descobrir o defeito de um Cívic."

"— Aposto que tá com barulho estranho como se tivesse afogado."

"Sim, mais não e só isso. O dono deu carta branca por isso estamos tratando de finalizar o B.O. Agora tenho que voltar mesmo, se não acabo voltando pra casa sem terminar."

"— Vai lá mecânica gostosa."

Sorri internamente e almocei com vontade, parecia que fazia meses que não comia. Às 18:30 da tarde estava tirando a belezinha da oficina pra observar se está tudo ok.

— Seu João, amanhã você manda pro banho de tinta que pelo que o dono disse quer o carro como se fosse novo. Então vamos dar isso a ele.

Peguei uma sacola grande e cobri o banco do meu carro e fui direto para casa. Depois de um banho maravilhoso e me alimentar, tirei meu bebê sênior da garagem e vou fazer uma surpresinha para JP. Pontualmente às 22:30 vem ele e Tony na minha direção.

— Oi JP. Oi Tony.

Os dois me cumprimentaram e JP olhava de mim pro carro enquanto Tony se despedia.

— Dirige meu bebê e me diz o que acha. _Jogo a chave do Gol pra JP que fica excitado com a ideia, como se fosse a primeira vez que dirigisse.

Achei que era só um projeto.

— O meu projeto. Agora vai liga e acelera. _Em questões de segundos ouvi o ronco do motor e como sempre fechei os olhos em apreciação. Vraumnnnnnn.

∞∞∞∞

POR JP

Quando você lê um projeto ou até mesmo faz o seu próprio, você não consegue idealiza-lo com perfeição. Essa maquina diante é muito mais do que sonhei, é um pacote completo ser dirigido por um mulherão da porra e minha.

Conta mais sobre essa fera.

— Bem na adolescência, eu era uma pessoa, digamos estranha e sem amigos. Quando eu saia da escola, gostava de sentar na rodovia, pra escutar o barulho dos motores e o do Gol Quadrado que sempre foi o único que fez o meu coração bater mais forte.

É sério isso Anne?

— Claro que sim seu bobo. _Anne riu e me deu um tapinha no braço.

E como surgiu a ideia de ser engenheira?

— Se não for pra fazer algo que amo, prefiro não fazer nada. Eu acredito que fazendo o que amo eu não trabalho nenhum dia da minha vida. E quando a rotina fica pesada demais eu sempre corro pra oficina ou pra garagem e passeio com ele.

Você quer ir em algum lugar específico?

— Apesar de cansada não quero ir pra casa ainda.

Então vou te levar para o meu segundo lugar preferido no mundo.

Alguns minutos depois estacionei no cruzeiro. É mais próximo da casa da Anne do que da minha, mais sempre amei o lugar. É como se ficássemos mais próximos do céu. Acionei a porta que abre para cima e Anne saiu em disparada até a beirada. Abriu os braços e tudo que eu queria era eternizar aquele momento. Selvagem num segundo e delicada em outros. Anne parecia perdida em pensamentos. Abracei-a por trás e Anne encostou sua cabeça em meu peito e me senti tão em casa. Ela então se virou de frente para mim e me beijou de uma forma tão.. Doce.

— Me faça esquecer, por favor.

Do que Anne?

— De tudo, do passado, da escuridão.

Me conta sobre isso?

— Hoje não. Você só precisa saber que e o único que entrou no gol e dirigiu ele sem ser eu. E se quiser, a me possuir em cima daquele capô.

Eu sei que Anne estava vulnerável sabe-se lá por que. Mas se minha princesapediu. Estarei dando isso a ela. Andamos juntos ate o capô e peça a peçacomecei a despedi-la. Seu corpo quente entrando em contato com o frio arrepiouseu corpo macio e beijei cada pedacinho do mesmo amando-a como se fosse àprimeira vez. Eu não precisei mais do que 60 segundos de um sinal vermelho parame apaixonar.

(Completo) SINAL VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora