CAPÍTULO 20

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POR AMOR - POR ANNE

"Às vezes por amor, você entra na frente da bala e morre no lugar do ser amado... O amor se doa o amor não é mal."

Não queria que JP soubesse que as ameaças voltaram q chegar a todo vapor, agora que sabiam que eu o amava e ainda tinha a mãe dele. Ela jura de pés juntos que caiu no serviço e por isso fraturou uma costela, nada grave graças a Deus, mas nada tira da minha cabeça que eu tive uma parcela de culpa.

Apenas Max, JP e eu sabíamos da casa de praia no interior do RJ, na verdade, JP só sabia da existência da casa. Eu confio nele com todo amor que habita em mim, mais ele está sendo prejudicado por eu ter aparecido em sua vida. Parece que tentaram arrombar a casa e um dos vizinhos longínquos ouviram o alarme e chamaram a policia de lá que entrou em contato comigo.

Hoje estou de volta pra casa, super ansiosa pra tomar um banho de banheira com JP me fazendo aquela massagem especial depois de brincar com espoleta a nossa cachorrinha. Só de lembrar começo a sorrir sozinha. JP consegue ser fofo em tudo, até hoje em um pouco mais de três meses juntos, não encontrei nenhum defeito.

Não sei por que, mas me veio a cabeça o dia que gravei o áudio para ele, fiquei tão aflita de algo realmente acontecer que chorei como um bebezinho morrendo de fome. Quando pus os pés na área de desembarque notei uma energia estranha, mais não me importei.

Tudo o que eu queria era abrir a porta do apartamento, torcendo que a mãe do JP esteja na cozinha seu lugar predileto e pular no colo dele dizendo o quanto estou morrendo de saudade e o quanto ele me excitou com suas mensagens. Me senti uma verdadeira adolescente. Sinto minhas bochechas enrubescerem só de lembrar das chamadas de vídeo. Nunca em minha pobre existência, imaginei viver algo tão intenso.

Meus pensamentos foram interrompidos por um bip de uma nova mensagem no meu celular. Sorri achando que era de JP, mas na verdade era uma foto da porta da minha casa.

"Posso abrir ou prefere se entregar? Se você se entregar, ninguém sairá machucado.. Bem não eles. A sua direita tem um café, venha aqui."

Sem pensar duas vezes, virei à direita ao invés de seguir reto para o estacionamento. Meu corpo arrepiou de uma maneira muito ruim, ao ver sua silhueta. Fui muito burra de imaginar que eu teria conseguido matá-lo com cacos de vidro. Senti-me uma assassinada mesmo sabendo que se tratava de um pedófilo. Eu só tinha 13 anos porra.

Sofri um aborto espontâneo achando que era menstruação, porque o filho da puta, me machucava ao extremo. Foram anos para retomar a minha vida. Por um segundo, achei que era minha mãe que me ameaçava para tentar se aproximar, estava redondamente enganada. Só queria saber quem além dele estava fazendo tudo isso, se bem que tenho grandes suspeitas agora.

Arrancando a coragem da puta que me pariu que com certeza eu não tinha, dei os últimos passos. E então pude ver que seu rosto estava semi deformado de um lado. Eu sempre achei que tinha acertado a parte traseira da cabeça dele, mas foi à fonte do lado direito.

Oi putinha delicia de papai, cresceu hein... Tá tesuda.

— E você. Nojento como sempre.

Ah! Aquele favelado te ensinou a falar mais do que 'PARA POR FAVOR!' _Ele exclamou numa tentava horrível de imitar minha voz.

— Vai diz logo o que você quer que tenho mais o que fazer.

Não tão fácil minha putinha, foi tão difícil arrumar os aliados certos. Eu tive que ralar para te seguir. Sabia que você me fez matar sua mãe? _Anésio, meu ex-padrasto, faz o sinal da cruz, claramente enlouquecido. — A abelhinha, enlouqueceu porque você foi embora, ai tive que matar ela por sua culpa. Eu a fiz por aquela saia jeans sua e aquele top vermelho. Hummm fico de pau duro só de lembrar. Comi ela chamando seu nome e ela gritava 'PARA PAPAI', ai depois grita 'METE GOSTOSO'. Eu perdia a vontade, eu só gostava quando ela pedia para parar igual você, mais sabe Anne, ela não era mais a mesma, então eu peguei um travesseiro e sufoquei ela, depois chamei a policia e disse que ela tinha ficado nervosa e bomm morreu.

Por mais que eu devesse ter ódio, ela ainda era minha mãe, poderia ter ficado do meu lado e saído junto comigo. Como sempre fui fraca. Senti uma ânsia de vomito, mais graças a Deus, consegui controlar.

— Agora já sei da historia sórdida. O que você quer.

Eu preciso te levar ao esconderijo, e então você vai passar tudo que e seu para o nome de outra pessoa, ai talvez a gente solta você.

Mentalmente eu pedia para que JP prestasse queixa e o advogado entrasse em contato com ele. Apenas aquele papel previamente assinado por nós dois tem validade.

"É tudo por você meu amor"

Anésio me fez levantar e fingir satisfeita em estar ao lado dele.
Eu queria chorar e espernear, mas aquela foto me fez dar continuidade. Ele então pegou o meu celular que eu nem sabia que tinha nas mãos e jogou no lixo. Só havia duas formas de ser rastreada e era pelo celular ou meu carro. Em torno de não sei quanto tempo, uma hora talvez, chegamos a um abrigo. Um local que cheirava a mofo, todo fechado me aguardava.

Que bom que você chegou papai.

— Liliana?

(Completo) SINAL VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora