Final

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              Paola narrando

O elo que eu e Henrique tínhamos, era inquebrável. Tantas separações, tantas brigas, tantas decepções ao longo do tempo... Mas é tipo aquela música "O que Deus uniu ninguém pode separar".

Acredito que sim, foi Deus que uniu nossas vidas. Se não fosse daquele jeito, Helena não estaria aqui muito menos Miguel. Os dois são os melhores presentes da minha vida.

- Cunha. - Rafaela falou comigo.

- Oi Rafa. Que foi?

- Eu tenho uma coisa pra falar. - sorriu.

- Desembucha ué.

- Eu e Caio vamos adotar uma menina.

- Que notícia linda Rafa! Esse é um gesto tão nobre, tão majestoso. Parabéns! - a abracei.

- Já que não posso mais ter filhos de sangue, decidi que  posso adotar. Tantas menininhas bebês abandonadas. E agora que meu filho construiu sua própria vida eu estou solitária.

- Você vai saber a felicidade que um filho te traz a essa altura do tempo. 

Estávamos no aniversário de Guilherme. Meu sobrinho fazia 18 anos, eu estava feliz por ele, não só por ele como por todos. Miguel e Caroline, Maju e Lucas, Rafa e CL, Neguinho e Taís, Paulinho e a namorada, meu irmão enfim... Todos! E ah, principalmente Mari e Jp, esses daí são dois de cabeça dura. Brigam, separam, quebram a cara e voltam.

- No que a minha princesa tanto pensa. - Henrique me abraçou.

- Em como meus amigos estão felizes, e como meu marido é gostoso e foda na cama. - falei baixinho.

- Meu Deus que mulher safada.

- Muito. Você não viu nem a metade.

Me juntei com as meninas pra dançar pagode, o clima estava animado demais. Minha nora sambava como ninguém, amo tanto essa garota. Sempre quis uma nora que fechasse comigo assim.

Hoje eu estava mais na minha. Nem bebendo estava. Só uma cerveja de leve.

- Mãe. - Miguel me chamou.

- Que foi coisinha linda da mamãe. - Falei com uma voz melosa.

- Para Dona Paola, meus amigos estão aqui.

- Ah tá, vergonha de ter carregado você eu não tive.

- Tá chega de drama, eu só queria dizer que eu e Carol vamos se mudar. - sorriu.

- Como assim se mudar? - arquiei as sombrancelhas.

- Sim. Já falei com meu pai, ele deu uma casa pra nós, só falta mobiliar.

- Mas filho... Você tem tudo lá na nossa casa, eu estou perto do meu netinho e da minha nora. Por que essa decisão agora?

- Mãe, não sou mais criança. Já tenho minha mulher, meu filho, claro que gostamos de viver com vocês. Mas queremos nosso espaço.

- Tá bom filho. - abaixei a cabeça.- Eu vou sentir saudades mas você já é grandinho.

- Meu Deus. - riu. - Eu vou morar duas quadras distante da tua casa.

- Mas coração de mãe é assim. Eu ja tô velha do coração mole.

- Ah mano, tu devia trabalhar na globo. - me olhou. - A senhora é muito dramática.

- Mas é porque te amo meu bebêzinho. - abracei ele.

- Também minha novinha. - deu um beijo em meu rosto.

Carreguei esse menino na barriga tanto tempo, e agora ele vai embora. Pra uma mãe isso é estranho. Mas criamos os filhos para o mundo,não pra nós.

Me despedi de todos meus amigos e fui para casa.
Eu estava muito feliz hoje, amando a vida.

Entrei no meu quarto, tomei banho e mexi no guarda- roupas. Achei o colar que Henrique me deu, significando amor eterno.  Eu amo tanto esse homem a ponto de me doar inteiramente para ele.

- Meu amor. Que foi? Você tá tão calada. - Henrique me abraçou.

- Eu te amo sabia? - falei. - Eu não me arrependo das dores que senti pra poder ficar contigo. Só pensava em ter você pra mim. Quando te conheci senti medo, medo pelo fato de você ser um bandido. Mas quando te conheci pensei que você era diferente, me decepcionei, mas em meio a decepção eu tive o melhor presente da minha vida.

- Miguel. - sorriu.

- E eu perdoei você, por que te amo, Coringa. A vida não é tão boa se nela não tenho você.

- Obrigada. Obrigada por lutar por mim, por me dar dois filhos, por brigar com seus próprios pais por amor a mim, eu te amo. Você é a mulher da minha vida Paola. Minha eterna namorada. - me deu um beijo e meus olhos encheram de lágrimas.

Quando pequena, sonhei com um conto de fadas, na adolescência, eu pensava que iria namorar, noivar, casar e ser feliz para sempre como numa novela da globo.  Mas agora percebi que o amor é real, somos seres humanos, errantes, frágeis.

E amar ... Ah amar é mais do que postar fotos nas redes sociais, mais que estar junto nos momentos bons, mas sim estar apesar de todas dificuldades.

Eu ainda acredito na boda de prata, na boda de ouro. E é assim que vai ser comigo e Henrique.

Ele será eternamente meu. Meu Coringa

             Me despedindo mais uma vez, eu chorei com esse final. Eu sou emotiva, mas Paola e Coringa foram os melhores personagens que já criei na minha vida.  Enfim, a dor da despedida é grande, mas vem aí o livro três. E comentem que eu vou deixar um capítulo bônus para vocês.😻

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