Sam se mostrava muito ocupado, mesmo após termos decidido que devíamos sair dali o quanto antes, pois do contrário eu perderia a janela de transferência para a Asimovia e estaria condenada a viver presa neste corpo para sempre. Decidi bisbilhotar e ver o que o mantinha tão atarefado e nos poucos minutos que parei para observa-lo o vi invadir uma câmera de segurança com incrível facilidade.
E de certa forma era até que bem simples cometer esse tipo de invasão.
Ele notou que eu o estava espiando e se virou para mim deixando sua total concentração nos seus códigos de lado por alguns segundos.
— Pois não? — Disse ele removendo os fones auriculares.
— Desculpe, não quis atrapalhar. — Falei constrangida.
— Não atrapalha, — ele sorriu para deixar bem claro que não se incomodava — eu já ia te chamar, olha só o que temos aqui. — E dizendo isso ele compartilhou sua visão de realidade ampliada comigo.
Tratava-se de um vídeo que exibia a entrada do centro médico automatizado próximo da delegacia.
Eram imagens capturadas de uma câmera de segurança da rua em frente ao prédio. Segundo o horário marcado no canto inferior direito da gravação já haviam se passado alguns minutos desde que aquele arquivo fora criado.
Filipe casamata saiu batendo o pé do centro médico com os curativos ainda na cabeça.
— O babaca está tão bravo que saiu da internação mesmo sem ter recebido alta. — Sam se divertia e sorria ao falar da situação de Filipe. — Ele ignorou todos os alertas do serviço automatizado de emergência. — Explicou.
Ainda acompanhando as imagens eu o vi saindo porta fora chutando tudo pela frente. Parou, respirou fundo e chamou seu carro.
Menos de um minuto depois seu carro manobrou para pegá-lo.
— E onde ele está agora? — Me virei para Sam.
— Ele foi para a delegacia, deve estar lá agora.
Sam apertou mais um botão de forma triunfante.
— Agora a cereja do bolo, olha só: Achei esta chamada que ele fez para o departamento de Tecnologia da Informação da polícia. Para cada solicitação que os caras de TI recebem eles precisam emitir uma ordem de serviço com o vídeo da chamada original do usuário gravada em anexo.
— Eles são bem amadores quando se trata de segurança digital, não é?
— E como! Também, veja você — Sam deu de ombros — que há uma quantidade absurda de juniores e novatos tomando conta de funções de extrema responsabilidade.
— Corte de custos, não?
— Economia burra, isso sim. — Ele faz sinal para eu ficar quietinha. — Só precisei encontrar a ordem de serviço para achar a gravação da chamada.
Sorri para Sam de satisfação.
— Escute e olhe bem essa gravação.
Filipe bastante nervoso e já sentado no banco de seu carro manipula algum software enquanto o piloto automático guiava o veículo. O programa que ele usava era para fazer videoconferências
O computador de bordo começou a chamar o pessoal do departamento de tecnologia da polícia enquanto definia o trajeto mais rápido pelo GPS para levá-lo a delegacia.
— Rápido. — Ele gritou acelerando a máquina.
Uma voz foi ouvida pelo autofalante do carro.
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Quem me matou? (1º Lugar no 4º ScifiBR)
Bilim KurguUm beco escuro, uma mulher, um estranho vulto. Um assassinato. Oito meses depois a vitima é ressuscitada pela polícia para que ela ajude no encalço do seu próprio assassino. No futuro fantasmas existem... e eles são digitais... O Autor WMachado é pu...