Era o fim.

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   Na manhã seguinte vi o papel da faculdade sobre o criado - mudo, fiquei contente de saber que iria entrar em uma universidade dos meu sonhos.
   Ligo para Jully pelo celular fixo assim que levanto e a mesma atende na segunda chamada.

-Estou indo aí - falei animada e desligo o celular. Tomei meu banho como de costume e me arrumei, passei uns remédios nos machucados e sai de casa.
  Quando cheguei lá entrei e falei com a mãe dela, subi as escadas.

-Kat...Tenho uma notícia triste- Jully falou com um semblante triste. -Eu não vou para a Inglaterra.

-C-como assim?- ela pega o papel e me mostra; A mesma havia passado em uma faculdade no país. Fiquei triste, obviamente.-Tudo bem - ela me abraçou e lágrimas caíram. Eu iria para Inglaterra mas ela...Ia ficar nos Estados Unidos.

    (...)

-Pegou tudo?-Christian falava sem parar parecia minha mãe e nesse momento me lembrei de quanto ela ficaria feliz por me ver numa universidade.
     Eu avistava os aviões do lado de fora do aeroporto, meus pensamentos se elevavam à minha vida aqui, nessa cidade. Desde que cheguei tão novinha e agora estaria indo embora, mas iria atrás dos meus sonhos.
    Dei um breve suspiro e abracei Christian e Jully e segui à caminho do meu vôo.
    Procurei dentro do avião meu assento e relaxei; peguei meu celular (tive que comprar um) e comecei mexer até levantar vôo.
     (...)

   Logo nas primeiras semanas de aula conheci umas garotas que ficavam no mesmo quarto que eu e no primeiro dia acabei me esbarrando com um menino de cabelos loiros, acima do ombro, aparentava está tão perdido quanto eu o que foi Hilário.
Era surreal,tudo, estava amando aquele país.  Todos os dias falava com Christian e Jully. Perdí contato com Guilherme ou qualquer outro.
  Estudava demais e precisava de um tempo para mim, então  comecei a pensar comigo mesma "Por que não escrever uma espécie de diário?" Foi o que fiz durante dois anos até chegar aonde percebi que deveria.
    Karen, uma amiga da universidade e colega de quarto leu meus rabiscos, disse que daria um ótimo livro e se quisesse, encaminharia para seu pai que trabalhava numa editora.  De início achei que seria desnecessário mas no final, ela me convenceu. Eu dei a ela o arquivo em formato de PDF, que depois de 4 meses aceitou fazer a publicação.

-Parabéns sra. Mcsandelo. -Jullius, pai de Karen falou dando um aperto de mão. - Ficaremos honrados de ter esse raio de luz na empresa.

-Obrigada -falei sorrindo e fechando o contrato. Minha amiga me abraçou logo em que sai da sala. Algumas mechas do cabelo ruivo de Karen entraram pela minha boca, fazendo-me cuspir.

-Vamos comemorar aonde?- falou ela mostrando duas identidades falsas e colocando um sorriso cínico no rosto.

-Okay. Vamos lá! -falei colocando minha jaqueta de couro preta.

    Era umas 21:00 quando chegamos na balada, a garota retirou da bolsa as identidade.

-Recapitulando, você se chama Sabrine Rolls e eu Haylie Xont. Okay?! Temos 21 anos e viemos beber.- Ela deu ênfase à última frase.
    Se eu estava nervosa por entrar com falsos papéis me identificando como outra pessoa?! Claro que estava, entretanto tinha que seguir o plano.
    O moço pediu nossas identidades assim que chegamos na sua frente, apontou uma lanterna no nosso rosto e deixou adentrarmos o local.
    Bebi um copo, dois, três. "Vai, vai, vai, vira o copo, vira." Eles falavam para que eu bebesse mais e mais.
   Teve uma hora de que eu não aguentava mais e parei, minha visão já estava turva. Falei que iria no banheiro para alguns colegas.
    Logo que sai de lá, fechei por alguns segundos meus olhos e só pus a abrir - los assim que um grupo de garotas se esbarrou comigo.

  -Ora, ora, pensei que estava morta, mas quem é vivo sempre aparece, não é mesmo Katarina?!- O olhar de Melanie continuava o mesmo, sedutor e hostil, seria impossível descrever como era, talvez, se você passasse  por cada momento em que passei saberia. Ela apontou para mim e disse totalmente devagar "Peguem-a".
    Eu corri pelo bar enorme até a saída dos fundos, elas me seguiram, tentei subir a grade de arames mas elas me puxaram e começaram a me socar. Eu chorava e ecoavam alguns pequenos gritos, semicerrei os olhos para que pensassem que havia morrido ou desmaiado só que isso realmente aconteceu. Acordei algumas horas depois, ainda estava escuro e um rapaz estava cuidando de alguns machucados meus, assim que viu que acordara fixou o Olhar em mim.
-Não sabia que garotas superdotadas se metiam em briga. -falou com um sorriso divertido.

KAT {EM REVISÃO }Onde histórias criam vida. Descubra agora