O Diário de Igor Jankov (Pausado temporariamente)

07 de Novembro de 1925

07 de Novembro de 1925

Estou no meio da madrugada nesse momento. Analisei tudo que tinha, mas não consigo encontrar a resposta para o ciclo que Harald se referia. Retirando as datas específicas, consigo montar um padrão cíclico sim. Usando o ano 1975 como ponto de partida, posso desenhar um ciclo progressivo. Cheguei na aldeia no dia 23 de Outubro.  No dia 24 não saí, e no próximo encontrei o pavilhão no futuro. 

No dia 26 retornei a 1975, e nos dias 27 e 28 retornei ao passado. Dia 29 tive o encontro com os mercenários no futuro e dia 30 retornei para 1975. Baseado nisso, penso que os dias no passado aumentam a cada ciclo. É uma teoria muito fraca, e bem possível que esteja errada. Mas é o melhor que tenho no momento. 

Pelos meus cálculos hoje e amanhã são os últimos dois dias do ciclo no passado. Vou deixar o que consegui com as informações que tenho. Existe um pouco de achismo aqui, mas é o melhor que consegui.

23 de Outubro – 1975

24 de Outubro – não saí da aldeia, mas imagino que passado.

25 de Outubro – 2000

26 de Outubro – 1975

27 de Outubro – 1600

28 de Outubro – -8000

29 de Outubro - 2000

30 de Outubro - 1975

31 de Outubro - 1925

(A partir daqui são suposições)

01 de Novembro - Passado

02 de Novembro - Passado

03 de Novembro - Futuro

04 de Novembro - 1975

05 de Novembro - Passado

06 de Novembro - Passado

07 de Novembro - Passado

08 de Novembro - Passado

09 de Novembro - Futuro

10 de Novembro - 1975

E assim se segue, adicionando um novo dia no passado em cada ciclo. É o melhor que pude fazer, e espero estar correto. Já não sei mais o que fazer. Se não conseguir encontrar a aldeia hoje ou amanhã, preciso esperar dias na floresta até que o novo ciclo se inicie.

07 de Novembro de 1925  - Parte II

Acaua chegou na minha oca escondido com duas espadas muito antigas, querendo que o ensinasse a lutar com elas. Disse que as encontrou na floresta, mas não estou muito interessado na sua procedência. 

Brinquei um pouco com ele e mostrei alguns movimentos que aprendi com filmes. Lhe expliquei toda a situação e que precisamos sair daqui com urgência. Ele não quer me acompanhar. Tem medo de abandonar a sua tribo e sair pelo mundo. Tentei de tudo para convencê-lo, mas não foi o suficiente.

Eu disse ao menino que o levaria para ver uma girafa se viesse comigo, e que teríamos aventuras como o rei Arthur. Voltaria para a sua aldeia como um herói. Eu menti para ele, e isso me enche de tristeza, Marie. Mas estou desesperado. 

Ele disse que não podia e se foi. As espadas ficaram comigo e as escondi na oca. Se não encontrar uma forma de sair daqui, vou matar o padre. Se nada mais, ao menos vou libertar essa aldeia do controle dele.

 07 de Novembro de 1925 - Parte III  

Harald fez uma rápida visita quando o sol se levantou. Perguntou como eu estava me sentindo e como havia sido minha noite, e me disse que esperava que muito agradável. Me perguntou se tinha algo para lhe contar, e que não deveria esconder nada de um homem de Deus, porque homens de Deus tem formas de arrancar os segredos mais sórdidos das pessoas.

Ele soltou um crucifixo na entrada da oca e saiu, dizendo que voltaria mais tarde. Um dos meus guardas, um homem feito e  forte, chorou ao ver o crucifixo. Eu não sei o que esse monstro fez com essas pessoas, mas eu vou matá-lo. Nunca senti uma vontade tão grande de acabar com alguém.

07 de Novembro de 1925 - Parte IV   

A aldeia recebeu alerta de um ataque chegando. Todos os guerreiros partiram para encontrá-los, junto com Harald.  O alarme era falso. Acaua esvaziou a aldeia e nocauteou o guarda que ficara comigo. Nós conseguimos escapar, mas temos perseguidores na nossa cola.

Quando chegamos na aldeia, a encontramos guardada por uma dezena de índios. Não nos viram, mas não poderemos entrar, a menos que enfrentemos os guardas deixados por Harald. Acaua me trouxe para uma pequena caverna que usa de esconderijo, e passamos nosso tempo praticando esgrima.

Escrevo antes de dormir. Conseguimos fugir das garras do padre Harald, mas o perigo segue rondando do lado de fora. Precisamos encontrar uma forma de contornar a defesa da aldeia agora.

Estou um pouco cansado disso tudo. Parece que a cada passo que dou para frente, acabo dando dois para trás logo em seguida. Pensarei em algo. Saudades minha girafinha.