O Diário de Igor Jankov (Pausado temporariamente)

24 de Novembro de 2036

24 de Novembro de 2036

Marie, passei os últimos três dias escondido na floresta. A posição que usei para cobrir a fuga de Villa foi atacada e tive que fugir. Meu diário acabou ficando para trás, e só agora consegui reavê-lo.  E tive que pagar caro por ele. Dois mercenários estavam mantendo guarda no posto, e tive que matá-los. Consegui o diário, mas também os coloquei de volta no meu rastro.

Não sei o que aconteceu com Villa e Kiara. Não os vi depois que partiram, e não tenho ideia do que possa ter se passado. Eu ainda escuto tiros na floresta de tempos em tempos, imagino que deva ser Acaua lhes mostrando o que um guerreiro de verdade pode fazer. Meu coração espera que seja isso ao menos.

Vou me mexer, Marie. Não posso ficar muito tempo parado no mesmo lugar.

24 de Novembro de 2036 - Parte II

Está quieto aqui. Estou escondido dentro de um velho tronco de árvore oco que encontrei. Consigo ficar dentro da terra, e tenho uma visão muito melhor do lado de fora do que os mercenários poderiam ter de mim aqui dentro.

Os últimos dias foram difíceis para mim. Meu ferimento ainda incomoda bastante, e meu corpo não está completamente recuperado. Esse pequeno refúgio que encontrei salvou a minha vida mais de uma vez. Não acredito que teria sobrevivo muito tempo na floresta sem ele.

Nós conseguimos causar um bom dano nesse grupo de Harald, que sigo sem saber de onde veio. Eu contei no mínimo 13 mortos até agora, já contando os dois que tive que matar para recuperar meu diário.  Isso já constitui basicamente a metade deles. Eu acredito que Acaua deixou grande parte desses corpos no chão. Fico feliz pelo sucesso, mas ao mesmo tempo me preocupo com o que isso possa significar para ele. Tirar uma vida não é algo que se deva fazer de consciência tranquila, e ele é jovem demais para tudo isso. Não quero que isso se torne algo comum para ele.

Matar é errado, é ruim. Indiferente a qual propósito esteja servindo. Eu matei pessoas aqui, sim, e cada uma dessas mortes tira um pedaço de mim com elas. Eu também sei que externei meu desejo de matar Harald aqui, e eu estou errado. Me deixei levar pela raiva, mas em momento algum defendo esse tipo de atitude.

24 de Novembro de 2036 - Parte III

Nos últimos a atmosfera da floresta esteve mudando. O ar se torna mais pesado dia após dia, pequenos tremores de terra aumentam em quantidade e intensidade. A aldeia está ficando mais instável. Eu não sei o que fazer. Mesmo que não houvessem todas essas pessoas tentando me impedir, eu não saberia como posicionar as traves, e nem o que teria que fazer depois disso.

Acho que a única coisa que me resta fazer é atacar Harald. Se eu conseguir separá-lo do grupo, posso interrogá-lo e descobrir o que ele quer. Se eu puder descobrir o porquê, o motivo pelo qual ele quer impedir Villa e Kiara de dissipar a energia da aldeia, talvez possa encontrar alguma solução para isso.

Não tenho equipamento e nem saúde para realizar isso, mas não vejo que alternativa me resta. Vou acabar morrendo de um jeito ou de outro, ao menos posso tentar morrer com um propósito, não?

A saudade dói Girafinha. Mas o medo por você e pelo mundo dói mais.