... Ela se solta e corre para fora do corredor. Na pressa de fugir, sua pulseira ficou presa no meu dedo, guardo o objeto no bolso frustrado e vou embora, sabendo que não tem como encontra-la no meio de tantas pessoas.
Já no quarto do hotel, deito n...
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Ema
Estamos em uma contagem regressiva para o casamento, apenas três dias. Mal posso esperar para tirar meu relacionamento com Anthony, das sombras. Acho que pode haver uma pequena chance de estar me apaixonando por ele novamente.
- Conheço esse olhar... - A voz de Aurora me traz de volta ao presente.
- Que olhar?
- De boba apaixonada.
- Eu não estou...
- Nem tente negar, estou vendo coraçõeszinhos saltando dos seus olhos.
- Aurora. - Espero até que ela olhe para mim. - Vocênão tem nada melhor pra fazer?
- Até tenho, mas te atormentar é bem mais divertido.
- Jura?! - Digo irônica.
- Estranho, não?
- Vindo de você, não duvido de nada. - Ela apenas me olha com uma carinha de inocente e volta ao trabalho.
Recentemente fiz a proposta e ela aceitou trabalhar comigo, me ajudando com a parte financeira de alguns documentos. Mandei colocar mais uma mesa na minha sala, tenho espaço sobrando aqui e odeio ficar sozinha.
Tento me concentrar nos documentos em minhas mãos, mas Anthony ocupa toda minha mente. Estamos nos dando tão bem, ele tem sido carinhoso, amoroso e principalmente compreensivo com minhas loucuras. Ontem surgiu uma reunião de última hora e não podemos nos encontrar, a saudade aperta e não consigo conter a vontade de vê-lo.
- Hum... Aurora...?
- Sim?
- Eu vou... levar esses documentos...
- Mentira, você vai invadir a sala de certa pessoa. - Ela estreita os olhos sobre mim.
- Claro que não. - Desconverso.
- Vou fingir que acredito.
Suspiro derrotada e ela me lança uma piscadela. Ajeito meu cabelo, retoco o batom e saio para ver meu homem, ardendo por um beijo daqueles que só ele sabe dar. Entro sem nem mesmo bater na porta e congelo com a cena que se desenrola a minha frente.
Anthony sentado em sua cadeira e Gina em seu colo, segurando seu rosto entre as mãos enquanto enfia a língua tão fundo em sua garganta, que não consigo entender como ele ainda não engasgou. Logo em seguida o vejo empurrando ela, no exato momento em que nossos olhos se encontram.
Dor, decepção, magoa, ódio, raiva, tristeza e tantos outros adjetivos negativos me representam agora. Era bom de mais para ser verdade, tudo que estávamos vivendo. Me viro e saio de lá sem nenhuma palavra. Volto para minha sala anestesiada, por mais que esteja um turbilhão de sentimentos estourando em meu peito agora, não consigo esboçar nenhuma reação.