T&C
Capítulo 5
Pov's Cheryl
Eu não consegui cumprir com minha "promessa" de não fugir, e a essa altura Toni já deveria me odiar, ou pelo menos ter desistido de mim. Uma parte minha doia terrivelmente ao pensar nessa possibilidade, era tão difícil encontrar alguém que se interesse verdadeiramente por mim, e aqui estou eu jogando isso fora. Eu sou uma covarde, estou fugindo de todas essas sensações, estou fugindo dessa liberdade acolhedora que sinto com Toni, mas como eu posso largar todas essas amarras, todas essas reservas, os medos bobos de me permitir, o medo de deixá-la entrar, e quando enfim entrar... Eu acabo sozinha mais uma vez.
Eu deveria entender de uma vez que nenhuma pessoa dura por tempo o suficiente na minha vida.
Após Toni ter me deixado confusa, - Como sempre. - Eu acabei ligando para Betty, avisei que as vixens estariam à disposição para ajudar no Pop's, ela logo garantiu que entregaria a última cópia do vídeo. O vídeo em que mostrara o assassinato de Jason, e o verdadeiro culpado. Eu vou ser sincera, não estou fazendo isso pela chantagem, eu estou fazendo isso por mim, para meu próprio bem e paz.
Agora voltamos ao tópico inicial disso tudo. Toni foi ao pop's naquela noite, e eu estava na companhia de Josie, sim, isso mesmo. Uma das pussycats estava doente, e eu humildemente me ofereci para cantar em seu lugar. Eu usava um short muito curto na cor vinho, uma blusa curta amarela, as botas longas na cor vinho também. Era mais uma cor que combinava perfeitamente com meu tom de pele.
Josie tentava se reaproximar, o que incomodou Toni, percebi pelos olhares incomodados que ela lançava em nossa direção constantemente. Após cantar com as pussycats, Toni tentou diversas vezes falar comigo, e eu não dei oportunidades, acabei fugindo mais uma vez.
- Você prometeu que não iria fugir. - Sua voz me tirou das divagações.
- Eu não estou fugindo. - Respondi sem encarar-lhe.
- Então por que não olha nos meus olhos, Cheryl? - A voz sai entre dentes.
Eu não a olhava nos olhos, porque bem, eu aceitei o fato de que não conseguiria resistir a nada se olhasse naqueles olhos brilhosos e expressivos.
Toni havia esperado pacientemente toda a aula de matemática acabar para vim me interrogar, e aqui está ela.
Ergui meu rosto em sua direção, mas sem fixar totalmente nos olhos castanhos. Suas mãos quentes vieram rápidas até meu rosto, e como no dia da crise ela o segurou entre suas mãos. Minhas mãos ganharam vida própria, pois as danadinhas fecharam-se em punhos na blusa de Toni, e seu corpo bateu contra o meu. Eu estava sentada em uma das cadeiras altas da sala, abri as pernas para acomodar Toni entre elas, dessa vez eu era um pouco mais baixa.
Como se isso alterasse algo, e tirasse todo o controle que ela tem sobre mim.
Senti seus lábios quentes moverem-se sobre os meus, o beijo calmo, não havia pressa em nada, todos os movimentos cuidadosamente encaixados, pausados, e voltavam a se encaixar de novo.
- Cheryl, por favor, não fuja. Me deixe entrar aqui. - Sua mão deslizou do meu rosto até meu peito, tocou suavemente, e então a voltou para o meu rosto. Seus polegares acariciavam minhas bochechas.
- Você não entende? Eu quero, quero mesmo, mas é muito difícil deixar alguém entrar. E se você for embora depois? - Pela primeira vez eu sou sincera com ela sobre meus medos.
- Eu não vou à lugar algum. - Ela promete, e vejo em seus olhos que ela não pretendia quebrar essa promessa.
- Por que eu? Você sequer me conhece, não sabe as coisas que já fiz. - Tento persuadir.
Ela balança a cabeça, e puxa meu rosto para um beijo rápido.
- Eu pretendo conhecer, e por que você? - Ela repete a pergunta. - Tem algo em você, é como um imã que sempre me puxa até você. É uma mistura constante de sentimentos, eu não vou e nem quero me privar de sentir isso. Você vale a pena. - Essa frase, ela já repetiu tantas vezes, em todas eu sinto como se meu corpo fosse implodir de um jeito bom.
- Você pode sorrir pra mim? - Ela pergunta subitamente, eu arqueio uma sobrancelha confusa.
- Você deve ser ainda mais linda sorrindo. Sem todo aquele deboche, é claro. - Ela explica sorrindo de um jeito bobo.
Sinto meus lábios curvarem-se em um sorriso largo. Seus dedos apertam dois pontinhos no meu rosto.
- Você tem covinhas. - Ela sorrir boba.
Reviro os olhos fingindo indiferença. Mas volto a sorrir em seguida.
Eu realmente não consigo não me render a Toni Topaz.
- Opa! Atrapalho algo? - Kevin havia acabado de entrar na sala, nos encarava com os olhos quase saltando das órbitas.
Era algo cômico.
- Não. - Toni se afasta, percebo uma pontada de sarcasmo em sua voz, prendo a risada atraindo seu olhar irritado.
Ela tira as mãos do meu rosto, e desliza uma delas para seu bolso, tão rápido o movimento, ela segurou em minha mão e depositou um pequeno papel. Fixou seus olhos no meu, virou- se para Kevin e acenou antes de sair.
- Santíssima senhora do Vale. - Kevin gritou perfurando meus tímpanos com sua voz irritante. Sim, eu acho a voz de todo mundo irritante, com exceção da morena de cabelos cor de rosa.
O ignorei totalmente, abri o papel que estava um pouco amassado.
"22hrs na estrada leste, por favor. Não fuja, você vale a pena."
Aquela maldita frase, ela parecia ter virado o nosso "okay", pela parte de Toni, é claro.
- Você vai, não é? - Kevin estava do meu lado, eu nem sequer o percebi se aproximar, saltei assustada da cadeira.
- Cai fora daqui, Hobo. - Digo irritada.
- Nem pensar, isso é incrível. Você toda maravilhosa, uma rainha, com uma serpent sul, minha senhora do vale. Eu estou tendo um crush por esse casal. - Ele tagarelava tão animado, o que me fez revirar os olhos impaciente.
- Não conte a ninguém. - Digo firme fazendo- o parar de falar por alguns segundos. - Não agora. - Concluo.
- Não contarei. - Ele afirma, mas não acredito. - Desde que você me conte como tudo aconteceu. - Ele engancha seu braço ao meu, e me puxa para fora sala, sua empolgação era infinita, não conseguia ficar calado por mais de dois segundos.
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Toni Topaz & Cheryl Blossom
FanfictionEu posso fingir um sorriso Eu posso forçar um riso Eu posso dançar e atuar Mas eu sou só humana E eu sangro quando caio Eu sou só humana E eu me despedaço e eu me quebro