Prólogo

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Queria só avisar que essa é uma história totalmente minha e que há uma versão anterior dela publicada sendo Bella e Edward (Crepúsculo) como principais, então qualquer erro de "Ele" no lugar de "ela", mil perdões. Espero que gostem dessa história que amei escrever! E se estiver interessado/a em adaptar ela para o seu casal preferido, entre em contato comigo via twitter: cherrytoxic  

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24 de Dezembro de 2013

Natal é sempre muito bom aqui em casa. Árvores, meias, chaminés, presentes e ''Home Alone" na tv. Todos contando histórias engraçadas do ano que está no finalzinho. Eu estou na faculdade e daqui alguns meses completo 24 anos. Não sou boa com crianças, mesmo tendo experienciado a maternidade da minha irmã Helena. O choque veio com a notícia da minha mãe, que contou há alguns meses que está grávida, sendo uma gravidez de risco, além da preocupação com ela, minha empolgação é zero a partir do momento em que meu irmão é filho de um namorado, que agora é noivo, dela. Ele tem se emprenhando muito em dar atenção a ela, parecem um casal de adolescentes esperando o primeiro bebê, não é o caso para ambos. Ele tem uma filha que mora na Inglaterra com a mãe, pelo que eu ouvi ela terminou a faculdade e trabalha como fotógrafa. E vem nesse próximo ano para o Rio, que é onde moramos. Tudo tem sido uma correria devido as mudanças que estão sendo feitas de: casa maior, quartos, coisas para o bebê, quarto para mim, quarto para minha nova meia-irmã-britânica e etc. Mas hoje minha irmã chega com a família. Minha mãe me disse há algumas horas que a minha meia-irmã-britânica também chega hoje, e que eu preciso ir ajuda-la com suas malas. Eu não discuti por motivos óbvios mas estou tão revoltada por ter que sair hoje, véspera de natal. Acho que o meu natal não será tão bom assim.

O telefone tocou.

– Clara, não posso atender querida. Deve ser sua irmã, eu te disse que era para você sair à meia-hora.

Eu ainda estava deitada na minha cama olhando para o meu notebook enquanto navegava pela internet. Peguei o telefone na base ao lado da minha cama.

–Alô!

– Oi, é da casa dos Fernandes? – Uma voz doce, carregada de um sotaque britânico me fez sentar na cama de repente. Ela continuou. – Alô?

– Ah, oi, s-sim. – Gaguejei.

– Eu estou no aeroporto há 20 minutos, não estou vendo ninguém com as características que meu pai me deu, acho que me desencontrei da sua filha Sra. Fernandes.

Eu dei uma risada – Eu deveria estar aí, me desculpa, estou indo agora mesmo. – Eu levantei com o telefone no ouvido e abri meu armário a procura de um casaco.

– Acabo de descobrir que minha nova meia-irmã me odeia e quer me matar congelada. Ok, estou no café do primeiro andar. Leve o tempo que pre... – Ela fez uma pausa e eu acho que ouvi um sorriso. – Não... Se apresse muito. Até logo.

Ela desligou e eu olhei para o telefone antes de jogá-lo na cama, vesti as roupas com pressa, desci as escadas correndo e dei um beijo na minha mãe antes de sair. Dei de cara com minha família chegando no quintal mas dei apenas um rápido beijo em todos. Entrei no carro e sai em direção ao aeroporto.

Eu já vi uma foto da minha nova irmã. Mas ela tinha uns míseros 15 anos na foto na carteira do Ricardo, o noivo da minha mãe. Em 20 minutos aproximadamente eu estacionei na frente do aeroporto onde não era permitido encostar por muito tempo. Saltei do carro e procurei pelo café no primeiro piso. Olhei para os lados para ver se tinha alguém da segurança me olhando e como não tinha eu bati a porta do carro e entrei no aeroporto. Dei de cara com um café e de costas, sentada na baqueta havia uma única menina com muitas malas, estava lendo um jornal, meio solitária com uma xícara de chá. Me aproximei e dei um toque tímido em suas cotas e ela se virou. Eu franzi o cenho por que ela não tinha muito haver com a garota magricela que eu havia visto na foto. Eu ia me desculpar, mas ela foi mais rápida, se levantando e sorrindo.

–Ah Clara, graças a Deus. – Ela me abraçou intimamente. Eu continuei com uma cara de, "O que?" – Ela pegou as malas e eu a ajudei com mais duas; – A sua vingança foi maligna e não tenho dúvidas com relação ao seu ódio antecipado por estar te fazendo sair de casa nesse frio, boa jogada, me fez esperar 1 hora. – Ela riu alto e eu não sabia o que dizer.

– Me desculpa, minha mãe avisou mas eu não controlei a hora, eu estava muito ocupada. Me desculpa. – Sim Clara, ocupada fazendo nada na internet.

Eu a guiei até meu carro e abri o porta-malas. Coloquei as malas dentro e ela fez o mesmo com as que estava levando, apenas uma que não deu e ela colocou no banco de trás.

Entramos e dei partida, liguei o aquecedor por que realmente estava frio.

– Me prepare, irmãzinha. O que teremos nessa primeira véspera em família?

Contei a ela tudo sobre minha família, sobre as perguntas indiscretas e tradições. Parando para responder as perguntas que ela fazia entre as minhas explicações e rapidamente estávamos em casa.

Ela rapidamente saltou do carro e correu para dentro de casa, ela realmente estava com saudades da minha mãe por que quando ela apareceu na porta ela simplesmente a abraçou como uma pessoa que realmente se importa. E o que me deixou mais chocada, ela se abaixou e dedicou uns bons 5 minutos conversando com nosso irmão compartilhado. Eu fiquei ali, congelada. Eu nunca havia dado importância ao bebê.

Marina aparenta ter a minha idade, mas seu corpo é magro e ela é tão bonita que eu fico procurando semelhança com o pai o tempo todo. Seus cabelos são castanhos e lisos até o meio das costas, seus olhos são castanhos e ela tem uma voz muito doce. Seu sotaque é algo a que eu realmente quero dedicar um tempo para ouvir... Apenas ouvir.

Logo atrás de mim, Ricardo estacionou e eu já estava a caminho de casa quando ele fez um carinho em meus cabelos como se eu fosse uma garotinha e me deu um sorriso carinhoso. Ok, Natal.

Entramos e a "festa" começou. Minha sobrinha me enchendo para jogar algum jogo de tabuleiro com ela e eu inventando mil coisas. Marina pegou a Luíza no colo e a jogou no alto. Todos na sala riram com as gargalhadas que a menina dava recebendo aquela atenção toda, eu apenas observei. Essa definitivamente não era a meia-irmã que eu esperei.

A noite se arrastou como uma boa véspera, abrimos presentes e depois comemos. Já eram 3 da madrugada quando recebi a função de colocar a Luíza desmaiada após se encher de comida na cama, no segundo andar. Quando fui acordar ela por não querer subir escadas com ela no colo, Marina me segurou pelo braço e fez menção de pegá-la, eu dei um passo para trás e ela subiu com a minha sobrinha nos braços, ela me chamou do topo da escada, pois não sabia em qual quarto colocar a menina. Nossa nova casa consistia de dois andares. O segundo se esticava em um longo corredor, seis quartos e dois banheiros divididos de quatro em quatro, praticamente do mesmo tamanho. Nossa família havia crescido e com Marina vindo morar conosco, foi inevitável uma casa com tanto espaço, além do mais, minha família sempre vinha para cá.

Abri a porta logo em frente a escada e apontei a cama do canto. Marina deitou a Luíza e puxou o cobertor.

Ela saiu e eu puxei a porta e já ia descer mas ela segurou a minha mão.

–Irmãzinha, vamos dividir quartos também? – Seu sorriso era travesso.

– Não, é em frente. Aqui – Eu fui em direção ao meu quarto e mostrei a ela minha porta, ela abriu a da frente e o quarto ainda estava sem nenhuma decoração. Sem personalidade, apenas com uma cama e cortinas brancas. Ela assoviou enquanto entrava. Eu cheguei na porta.

–Temos muito espaço, irmãzinha. Poderíamos dividir não acha?

– Não, eu gosto de ficar sozinha. – Eu estava rindo, "irmãzinha" não era um bom apelido. – Boa noite, Marina. Eu vou dormir agora. Foi bom conhece-la, será bom tê-la conosco e desculpa por mais cedo, no aeroporto. – Dei-lhe um sorriso de desculpas.

– Foi realmente bom. Sua família é maravilhosa e espero me tornar parte dela de verdade. Será difícil acostumar com uma irmã tão linda e logo aqui na frente – Ela apontou pra minha porta e sorriu – Boa noite!

Eu sai em direção ao meu quarto, entrei e arrisquei uma olhada para trás e ela estava encostada, me observando.

Fechei a porta antes de ficar ainda mais sem graça, peguei roupas para dormir e tomei um banho rápido no meu banheiro. Quando deitei, realmente analisei meu dia. Uau. Que Natal.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now