Hey, Sophia!

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Por incrível que pareça, eu ainda não havia segurado minha irmã que mesmo horas depois na pequena recepção, estava cercada por toda a nossa família e amigos.

Minha avó segurava a Sophia, Marina estava capturando todos os movimentos que ela fazia com a filmadora em uma mão e a câmera fotográfica na outra. As crianças estavam todas eufóricas querendo segurá-la ou vê-la também. Eu e Juliana estávamos em um canto conversando e observando.

– Então, ela pode ter sido criada sabendo que os pais eram brasileiros mas ela é realmente britânica, hein? – Ela disse rindo enquanto bebia em pequenos goles o refrigerante e observava os trejeitos da Marina.

– Não te disse? – Eu ri também, ambas olhando disfarçadamente para ela. – Olha como ela está feliz com a nova irmã!

– Ela está mais feliz que todo mundo nessa sala junto... Vai ver ela demonstra mais.

– Bom, eu nunca a vi séria em nenhuma outra noite, sempre com aquele sorriso safado ou então bêbada. – Nós rimos outra vez. Continuei, - O Cadu e eu vamos conversar, acho que acabou.

– E isso por...?

– Acho que apenas chegou a hora.

– Tá, e eu supostamente devo acreditar em você por que somos amigas e você não omitiria nada de mim. – Ela ficou séria.

Olhei para ela que estava claramente esperando uma explicação. – Ok, talvez a Marina tenha um pouco de culpa. Mas também por que nós nos acomodamos e você sabe disso. Essas viagens de meses, temporadas e mais temporadas. Ele deve se sentir solitário como eu, impossível que não. – Eu respirei fundo. – Mas ela, - eu apontei com o queixo, assim como ela havia feito. – é para ser apenas a minha irmã. Mesmo que desfile nua e molhada no meu quarto na frente do meu namorado.

– Ah, não quero ouv.. – Ju começou.

Meu celular tocou e ela não terminou a frase, no visor mostrava o nome do Cadu e nós nos entreolhamos com uma das sobrancelhas erguida.

– Oi, Cadu?

– Hey, Clarinha. Eu estou aqui na frente.. hm... da sua casa.

– Wow, estou indo abrir a porta para você. Venha conhecer minha irmã. – Eu disse empolgada indo em direção a porta.

– Ok, estou saindo do carro. – Nós desligamos e um momento depois ele estava passando pela porta, me deu um beijo tímido no rosto e entrou.

– Boa noite! – Ele cumprimentou a todos, que na mesma hora responderam com muitos sorrisos. Cadu era muito querido.

Ele se aproximou do circulo em volta da Sophia, que agora estava sendo segurada pela mãe da Juliana. Ele, como todos os outros na sala, se rendeu aos encantos da bebê. Segurou sua mãozinha e sorriu olhando. Eu ri olhando para a minha mãe, que estava relaxada nos braços do Ricardo.

Depois de com muito esforço se afastar da Sophia, nós fomos lá para cima conversar. Na subida, troquei olhares com a Juliana que estava rindo da minha situação com certeza.

Abri a porta do quarto de hóspedes e sentamos, um em cada cama, de frente pra ele, comecei.

– Então..

– Eu só queria que você tivesse certeza que estamos bem. Você tem uma família maravilhosa, - ele apontou para a porta. – E eu ficaria muito chateado, se depois de todo esse tempo, eu saísse por aquela porta e não pudesse voltar para ver o sorriso banguela daquela criaturinha perfeita em sua sala. – Ele riu e eu não resisti.

Dei um pulo e no outro momento estava abraçando-o ternamente. Ele correspondeu o abraço e nós ficamos ali, pelo que pareceu uma eternidade.

– Cadu, você sempre será bem-vindo. Nós sempre teremos isso. – Eu o apertei, como se isso explicasse.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now