So make a wish...

219 11 3
                                    

A noite da véspera de Natal me fez ver o quanto as coisas podem realmente mudar de um ano para o outro...

Meus avós estavam sentados rindo e nos assistindo brincar de mímica com as crianças e entre risadas, estávamos tentando preencher a lacuna que minha mãe e o Ricardo deixaram. Mesmo com o tempo passando, a dor continuava ali. Mas não era disso que se tratava essa noite, pois era a oportunidade que tínhamos de reunir a todos em uma noite agradável e "feliz". Agora era a vez da Mari fazer mímica e ela estava tentando dar dicas do nome de algum filme, mas ninguém conseguia adivinhar.

– Clara, me ajuda na cozinha? – Marina disse um pouco alto demais, como se quisesse que todo mundo a escutasse.

Eu concordei com a cabeça, mesmo sem saber no que ela precisaria de ajuda, e entreguei a Sophia para minha avó.

– Já ta na hora de... – Comecei, mas a Marina me empurrou contra o balcão assim que já não estávamos mais a vista dos outros e me beijou com vontade.

Eu ri pega de surpresa, mas o beijo sensual me fez querer mais dela ali mesmo. Ela passou os braços por de baixo dos meus e apoiou as mãos contra o balcão atrás da gente e eu a abracei pela cintura. Mesmo com as risadas altas vindas da sala de estar, era como se estivéssemos sozinhas.

– É difícil ficar sem te beijar. – Marina sussurrou entre o beijo. O corpo totalmente junto ao meu. Eu concordei com a cabeça esboçando um sorriso sem abrir os olhos. Meus olhos fechados, sentindo os lábios dela contra os meus. – Mas temos que voltar.

Eu choraminguei de brincadeira quando ela se afastou, mas acabei seguindo-a de volta para a sala. Marina pegou a câmera quando passamos pela mesa de centro da sala e começou a tirar fotos aleatórias. Um pouco mais tarde, fui a primeira a sair da brincadeira e foi exatamente quando estava pegando uma taça de vinho que o meu celular tocou.

– Juliana! – Cumprimentei-a alegremente enquanto caminhava para a varanda por causa do barulho.

– Clara, - Ela disse no mesmo tom que eu. - Eu só queria saber como estão as coisas e desejar Feliz Natal. – Eu quase pude vê-la sorrindo.

– Obrigada. Feliz Natal, Ju. Está tudo bem, estamos distraindo as crianças mais um pouco antes dos presentes.

Eu continuei conversando com a Juliana por mais alguns minutos até que eu vi um carro que eu não conhecia estacionar em frente. Eu me despedi rapidamente da Ju e coloquei as mãos na grade da varanda. O nosso quintal era bem extenso e por estar escuro eu não conseguia reconhecer, mas mesmo que não estivéssemos esperando mais pessoas, não foi difícil supor quem seria. Sorri para ela quando nossos olhares se cruzaram.

Vanessa subia as escadas da varanda com alguns presentes em seus braços e um sorriso em seu rosto. Eu desci alguns degraus para ajuda-la com as coisas que estavam quase caindo dos braços curtos dela.

– Que surpresa boa. – Eu disse.

– Desculpa a intromissão, Clara. Espero que não se incomode.

– Não... De jeito nenhum. Vamos entrar.

Guiei-a para dentro e na sala estavam todos prestando atenção em Pedro enquanto ele estava fazendo alguma mímica estranha.

Marina levantou em um pulo quando viu a amiga e veio cumprimenta-la.

– Vanessa, você veio!!. – Marina disse enquanto a abraçava.

– Desculpa não ter confirmado antes, – Ela disse sorrindo. – Aqui, - ela estendeu os presentes. – Tem pra Sophia, pros seus priminhos – ela me olhou e sorriu. – e pra vocês duas.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now