Goodbyes and welcomes...

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Eu conheci o Cadu no início da faculdade. Juliana, que é minha amiga desde sempre nos apresentou em um bar durante as boas vindas dos veteranos aos calouros. Boas vindas em partes né, tivemos que arrecadar dinheiro nas ruas para todos beberem naquele dia, contudo foi legal. Cadu é jogador de futebol, nos conhecemos no ano em que ele se formou então quando eu estava ingressando ele estava se preparando para sair. Mas passamos àquele ano incrivelmente bem. Primeiro nos tornamos muito amigos, saíamos todos juntos, uma galera enorme por conta de sua popularidade, com muitas garotas atrás dele e de seus amigos, porém quando estavam eu, Juliana e as meninas do nosso ano, eles eram praticamente nossos seguranças particulares. Aos poucos eu comecei a me dar conta do quanto eu gostava da companhia do Cadu, dos seus cabelos negros que caiam para fora do boné azul que sempre usava, dos seus braços fortes, sua pele bronzeada e seu sorriso. Passei a me dar conta também que nossos olhares se cruzavam em muitos momentos, trocávamos sorrisos secretos enquanto todos estavam conversando até que um dia, sozinhos, nos beijamos. Com o passar do tempo veio o pedido de namoro e agora já são 3 anos com ele. Sempre foi bom tê-lo, costumamos conversar no telefone quando ele está fora com o time, jogando em outros lugares. Hoje ele está aqui no campus, depois de quatro meses que passou na Ásia, com o time.

Virei para abraça-lo. – Cadu – Gritei empolgada. Enchi seu rosto de beijos e ele sorrindo, me abraçou pela cintura me erguendo. – Que saudades!

– Vão para um quarto, ou um beco qualquer, podem ir no meu carro.- Juliana sugeriu. Brincando, mas eu consideraria a opção. Ignoramos seu comentário e ela seguiu para a aula.

– Ora, ora, se não é a minha namorada, mais linda do que nunca. – Ele disse, continuamos abraçados falando entre beijos.

– Em pessoa. Quando você chegou? Você disse que viria semana que vem, os nossos amigos queriam fazer uma festa e tudo, eles acompanharam todos os jogos da temporada pela internet.

– Chegamos de madrugada. Eu queria ver se te encontraria com algum jogador do júnior da faculdade. – Ele riu.

– Nossa amor, eu estava com muitas saudades, até dessas piadas bobas sobre eu sempre estar afim de alguém do time. Eu só tenho olhos pra você. – Antes que ele respondesse, dei-lhe um beijo muito demorado.

Não iria de jeito nenhum à aula hoje, fomos tomar café da manhã juntos e ele me pediu para contar tudo o que aconteceu nos últimos meses. Perguntou sobre a minha mãe e o bebê e como estava a convivência com a minha meia-irmã.

– Minha opinião é que uma garota de 24 anos pode muito bem morar sozinha, ter um trabalho de verdade e não viver chegando pelas manhãs, bêbada. – Cadu disse com humor.

– Diz isso ao pai dela. – Nós rimos.

Nós conversamos por mais duas horas. Depois fomos até a Orla do Leblon por que Cadu estava com saudades da nossa cidade. Meu corpo estava aqui, eu estava sorrindo e agradando-lhe com beijos, mas meus pensamentos não haviam deixado a Marina e seus braços em torno de mim, nem seu perfume impregnado em minha pele e a preocupação de saber se ela estava bem depois de todo aquele álcool. Eu chacoalhei a cabeça, voltando até aqui. Eu tinha Cadu e Marina é suposta para saber se cuidar muito bem. Eu não posso me preocupar com ela. Eu não posso e nem preciso, mas eu quero?

– Aliás, você está usando perfume novo? - Ele distraidamente perguntou enquanto olhava para o horizonte infinito sentindo a brisa do mar no meu corpo todo e a pergunta acabou ficando no ar.

***

Minha mãe mandou preparar um almoço no sábado para dar boas vindas ao Cadu. Ela o adora e está muito feliz por ele ter voltado. Ela foi para a casa da minha avó com Ricardo e Cadu vem para assistirmos filme e comer uma pizza em casa esta noite. Por incrível que pareça, Marina está em casa e isso não estava nos meus planos. Ela sempre sai. Sempre.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now