When you're gone...

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                               Vanessa? O que ela estava fazendo no apartamento? Como ela havia entrado? Onde estava a Marina?

Apertei meus olhos bem fechados assim que recuperei a minha consciência com uma sequencia de perguntas sem respostas. Parecia que haviam ligado uma sirene dentro da minha cabeça, estava doendo demais. Eu tentei levantar as mãos sentindo uma dor excruciante na minha cabeça, mas aí me dei conta de como eu estava... Deitada em um chão muito empoeirado e gelado, minhas mãos e meus pés estavam presos a algo que parecia nylon, havia também uma luz fraca e amarelada acima de mim que não chegava nem a iluminar todo o ambiente, eu não conseguia ver janelas ou portas e o desespero chegou em poucos segundos.

Eu gritei por ajuda uma vez. E gritei de novo. De novo. E mais uma vez.

Por vários minutos eu pedi por socorro até a minha própria voz machucar a minha garganta e o cheiro de mofo estava irritando completamente o meu nariz, eu não sabia há quanto tempo eu estava aqui presa nem se era dia ou noite. De repente uma porta se abriu e fechou não dando tempo nem de eu olhar para saber de onde estava vindo, não havia luz também do local onde esta se abriu. Eu fiquei calada e sentia meu corpo tremer por inteiro.

– Quem está ai? – Eu disse depois de cansar de esperar a pessoa dizer alguma coisa.

– Estragaria a brincadeira, não acha? – Uma voz masculina desconhecida disse. Ele desligou a única luz que estava acesa e ligou uma lanterna pequena, iluminou o meu rosto e se abaixou. A luz forte fez com que eu fechasse meus olhos e virasse meu rosto. Ele passou a mão no meu rosto sem que eu pudesse me defender.

– Por que eu? – Eu sussurrei, esforçando-me para segurar as lágrimas.

– Porque você vale um bom dinheiro. – Ele disse deixando a lanterna no chão e pareceu sentar ao meu lado, as mãos gelada seguraram o meu corpo e no susto do que ele faria comigo eu comecei a gritar até ele parar. – Ok, chega de gritar, eu só ia te ajudar a sentar. – Ele gritou nervoso e eu me calei com o choque. Lágrimas silenciosas se multiplicaram e eu sentia meu coração batendo tão forte que estava doendo.

Escutei os passos se afastando e a porta se abriu e fechou novamente me deixando apenas no som do meu choro silencioso. Eu adormeci tão cansada de esperar por alguém, de gritar socorro em vão e das dores que não passavam nunca e estavam aumentando a cada minuto naquele lugar.

Quando acordei novamente eu estava sentada e encostada em uma parede tão gelada quanto o chão. Movi as mãos na esperança de estarem desatadas, mas continuavam amarradas. As dores e o medo não davam espaço para me preocupar com a fome, ainda que sentisse meu estômago reclamando constantemente. Eu levantei as minhas duas mãos até o ponto onde mais doía em minha cabeça e havia sangue já seco em meus cabelos e com certeza um corte que levaria pontos. Eu já estava começando a achar que deveria ter acreditado na Marina, quando ela disse que não era coisa da Vanessa. Nem ela poderia ser tão cruel a ponto de fazer isso comigo.

***

Marina's POV.

Parei no drive-thru do McDonald's e fiz um pedido para dois e um em especial para Sophia, que se divertia sozinha com o som ligado tocando um dos seus cd's favoritos, nós duas cantávamos a música alegre que a fazia rir. Clara odiaria estar aqui nesse momento, ela não gosta quando eu dirijo e canto com a Sophia e confesso que isso me motiva a fazer. Eu ri com o pensamento e enquanto esperávamos nosso pedido no carro, eu pensei em ligar para avisar que estaríamos a caminho, mas não deu tempo por que o pedido chegou rápido e dei partida no carro.

Estacionei no subsolo do prédio e entre a espera do elevador, Sophia pediu para que eu a pegasse no colo, e mesmo com o pacote da comida na mão ela se aninhou no meu ombro, toda sonolenta.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now