Colors and promises...

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Havíamos decidido que após o evento dos bilhetes a melhor alternativa seria passar um tempo fora. Na minha cabeça, tudo não passava de exagero da Marina, mas para tranquiliza-la, faríamos sua vontade. Nós pegamos duas malas pequenas e preenchemos apenas com o suficiente para ficar por alguns dias no apartamento da Barra da Tijuca.

Dois seguranças se ofereceram para descer com as malas enquanto Sophia escolhia os brinquedos que queria levar e eu ligava para a Rosa para avisa-la da novidade. Em seguida avisei minha avó também e Marina instruía o chefe da segurança com novas ordens.

Uma hora mais tarde já estávamos no apartamento onde eu morei durante a minha vida toda com a minha mãe e eu imediatamente lembrei que não havia estado aqui desde que nos mudamos para a casa no Leblon, meses antes da Sophia e eu só sabia que estava habitável por que a Rosa passava aqui toda sexta para retirar o pó.

Do lado de fora, o que víamos em primeiro lugar era apenas uma porta giratória e uma faixada toda dourada em um prédio de seis andares, que a primeira vista era um típico prédio de classe média e um porteiro que já era de idade avançada sentado na pequena guarita em próxima ao portão.

Quando me viu, ele automaticamente saiu de seu posto e veio de encontro com um sorriso largo no rosto, assim que eu saí do carro ele me abraçou como se eu fosse uma garotinha. Eu o apresentei para a minha "nova" família sem explicar muito e seu olhar pareceu confuso quando olhou para Marina, mas sua expressão não disse nada além de alegria por me rever. Ele pediu que alguns rapazes que estavam cuidando do jardim se encarregaram das malas enquanto entramos.

Sophia estava super animada com o lugar novo, por que o tempo todo avisamos que era a nossa segunda casa, então estava toda sorridente e inquieta quando a Marina pegou a chave para abrir a porta do último apartamento do corredor no sexto andar.

O apartamento era aconchegante. Não era imenso como a nossa casa e não estava tão bem decorado também. Sophia gritou e saiu correndo na frente para conhecer o que havia pelo corredor e nós olhamos uma para a outra e rimos. Nós entramos de mãos dadas e eu fui mostrando a Marina todos os cômodos passando primeiro pela a sala que fazia uma divisão em balcões com a cozinha americana, a sala de jantar logo ali ao lado e pelo corredor chegavamos a duas suítes que costumavam ser uma minha e a outra da minha mãe, um banheiro e uma pequena biblioteca. Todos do mesmo tamanho e até que eram espaçosos, mas os quartos estavam completamente sem vida.

Mais tarde no mesmo dia fomos comprar tintas e móveis. Até nos esquecemos dos problemas quando começamos a remontar o quarto da Sophia. Nós três estávamos mais pintadas do que o quarto que estava ganhando uma cor lilás que a Sophia havia escolhido. Ligamos o som alto e cantávamos enquanto terminávamos de pintar. Pela tarde os móveis chegaram e enquanto montavam no nosso quarto, nós montávamos os da Sophia. Ela dava pulinhos de alegria com as coisas novas. Nós deixamos tudo pelo meio e quando a tinha estava seca nós passamos um papel de parede com um tema infantil de bonecas e flores. Marina foi pintar o nosso enquanto eu limpava primeiro e depois arrumava suas roupas em seu novo armário e os brinquedos em um baú, alguns ficaram pelo tapete e ela começou a brincar enquanto eu terminava de colocar a cortina.

Fui ajudar a Marina e só acabamos o nosso quarto quando já era noite. Nós três tomamos banho juntas e mesmo com a ajuda da Marina para tirar a tinta do nosso corpo, demoramos quase meia hora. Eu dei janta a Sophia que dormiu em seguida em questão de segundos. Eu a coloquei na cama e voltei até o sofá, liguei a tv em qualquer coisa e me esparramei, morta de cansaço.

– Cadê ela? – A voz da Marina me despertou de um cochilo.

– Dormiu. – Eu ronronei, me espreguiçando.

– E você também, pelo jeito. – Ela riu e me deu um beijo na cabeça ainda em pé, atrás do sofá.

– Estava te esperando para comermos juntas. – Eu disse levantando e segurando sua mão enquanto ia até ela. Fomos até a cozinha e ela me abraçou enquanto eu servia a nós duas.

Almost FamilyWhere stories live. Discover now