My Sweet Redemption

Basta dirigir-me como Sra. Torres

Ela encolheu os ombros em um casaco azul-marinho e rapidamente trancou a porta do apartamento. Torres fez um gesto para ela liderar o caminho e seguiu-a silenciosamente pelo corredor. Uma vez fora da porta da frente, abriu seu guarda-chuva e ficou um pouco sem jeito. Arizona olhou para ela, intrigada.

— Seria mais fácil para cobrir nós duas, se você pegar o meu braço.

Torres ofereceu-lhe a curva de seu braço esquerdo, que estava segurando o guarda-chuva.

— Se você não se importar. — Acrescentou.

Arizona pegou seu braço e olhou para ela com uma expressão suave.

Elas dirigiram em silêncio até a frente do porto, um lugar que Arizona tinha ouvido falar, mas ainda não tinha explorado. Antes de Torres dar as chaves para o manobrista do restaurante, ela pediu para Arizona lhe entregar seu batom vermelho vinho que estava guardado em sua perfeita necessaire da Chanel no porta luvas. Assim a loira o fez, entregando-a para a mesma e observando-a de canto retocar seus lábios carnudos com o tom que os favorecia ainda mais, se é que isso era possível.

Quando Arizona alisou brevemente seu cabelo na tentativa de domá-lo, Torres sentiu o aroma de seu perfume e fechou os olhos, só por um segundo.

— Baunilha. — Ela murmurou.

— O quê? — Arizona perguntou.

— Nada.

[...]

O porto Sixty Steakhouse era um marco em Toronto, um restaurante famoso muito caro e popular entre os executivos, políticos e vários outros personagens impressionantes. Torres quis comer lá porque sua carne era superior a qualquer outra que ela tinha provado. Por isso, nunca lhe ocorreu levar a Srta. Robbins em qualquer outro lugar.

Reneé, o Maitre, cumprimentou-a calorosamente com um aperto de mão firme e uma saudação em italiano.

Torres respondeu igualmente de forma calorosa, também em italiano.

— E quem é esta beleza? — Reneé beijou as costas das mãos de Arizona enquanto ele tagarelava com ela em italiano muito detalhadamente sobre seus olhos, seu cabelo e sua pele.

Arizona corou e agradeceu-lhe, timidamente, mas com determinação, respondeu-lhe em sua própria língua. A Srta. Robbins tinha uma voz linda, é verdade, mas ela falando em italiano era algo celestial. A abertura e o fechamento de sua boca rubi, a maneira delicada que quase cantou as palavras, a língua que colocava para fora para molhar os lábios de vez em quando... Torres teve que se lembrar de fechar a boca depois que ficou aberta.

Reneé ficou tão surpreso e satisfeito com sua resposta que beijou suas bochechas não apenas uma, mas duas vezes e rapidamente as levou para a parte de trás do restaurante onde ele lhes forneceu sua melhor e mais romântica mesa para duas.

Torres pairava sobre sua cadeira relutantemente quando percebeu o que Reneé estava fazendo. Ela havia se sentado nessa mesa antes, não muito tempo atrás, mas com outra pessoa. Isso foi um erro que a mesma precisava corrigir, mas assim que ela limpou a garganta para oferecer um esclarecimento, Reneé perguntou se Arizona aceitaria uma garrafa de vinho de uma safra muito especial que vinha de sua família na Toscana.

Arizona lhe agradeceu calorosamente, mas explicou que sua Professora poderia ter outras preferências.

Sentou-se rapidamente, e sem querer ofender, disse que ficaria muito contente com o que Reneé oferecia. Reneé sorriu e retirou-se rapidamente.