➷ Por Amor ➷

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Por Christian... apenas por ele.

Subo em cima do palco e olho o auditório ainda vazio tentando conter o meu medo. Eu já estou vestida, farei uma dança e nada mais, mas eu só quero imaginar Christian aqui comigo nesse momento, eu só queria que fosse mais uma dança para ele, mas não é.

Eu aceitei vir aqui, dançar, porque eu não posso deixar tantas pessoas morrerem. Se qualquer um desses homens tocar em mim, eles morrem na hora e, eu já dei um jeito nisso. Eu pedi para ficar sozinha para por algumas horas antes de eles virem, então pude deixar pequenos papeis presos as cadeiras com avisos.

Elena joga sujo, muito sujo. Eu nunca conheci um homem que entrou aqui e saiu vivo, eles chegam achando que terão uma noite de prazer, mas estão vindo para a morte. Eles são mortos por amigos, familiares, esposas e até mesmo filhos. Essas pessoas procuram Elena para que ela mate outras pessoas, pessoas que devem ou que simplesmente tem muito dinheiro.

Primeiro, ela os avalia na sala de vidro, avalia o comportamento deles. Eles não sabem na maioria das vezes por que estão aqui, são chamados pelos próprios familiares as vezes. Então o teste começa aqui, no auditório, no salão ou em outra ala. Eles são informados que uma garota será a companheira deles da noite, mas se eles fizeram a escolha errada, jamais sairão daqui.

O segredo é nunca tocar em uma garota.

Se eles forem casados e tentarem tocar nas garotas, eles morrem por quererem trair suas esposas com meninas. E as esposas assistem tudo.

Fora essas mortes cruéis... há mais coisas, coisas que eu não consigo pensar agora.

Prendo o folego quando vejo os seguranças começarem a entrar com os homens e indicarem seus lugares. Eles ficam me olhando e eu sou tomada por um pouco de pavor quando me lembro da escola e do que aqueles malditos fizeram comigo, mas também me lembro de como Christian me salvou... foi a primeira vez que ele disse que me amava. É por esse amor que eu tenho que ser forte.

Os seguranças saem deixando-me sozinha com os homens, a música começa a tocar e eu começo a mexer meu corpo de forma lenta. Tenho que conter meus sorrisos idiotas quando vejo a cara deles achando os papéis. Eu escrevi que eles estavam em perigo e que deveriam comer o papel depois. Eles poderiam apenas guardar e não deixar Elena ver, mas eu também posso me divertir.

A música não está nem na metade e dois deles já saíram da sala, enquanto os outros estão se afastando de forma lenta. Paro de dançar e encontro-me sozinha na sala, mas não posso rir ou qualquer coisa semelhante, apenas fico olhando para a porta tentando entender o que aconteceu.

Elena entra com uma cara furiosa e me encara.

— Eles não gostaram. — Diz com raiva. — Você não fez um bom trabalho.

— Eu não danço há mais de cinco anos, não tenho culpa disso. — Murmuro descendo do palco. — Eu falei que não estava pronta.

— Nós iriamos ganhar um bom dinheiro com a morte daqueles homens.

— O que você quer que eu faça?

— Você é a culpada, nós precisávamos de prova de traição!

— Não fale assim comigo! — Grito me aproximando. — Enfia nessa sua cabeça de merda, que eu não estou pronta para dançar e quer saber? Eu não quero mais fazer isso, sua ridícula.

— Elizabeth, por que você está me tratando assim? Nós costumávamos ser amigas.

— Você deixou Raymond me levar, você não está me dando espaço agora, eu não quero ser amiga de uma pessoa que não confia em mim.

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