➷ Confie em Mim, baby ➷

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Acaricio os cabelos de Nery e ela me encara com preocupação, seus grandes olhos azuis olham atentamente para os seguranças parado próximo a escada. Meu pai, Elliot e Ethan ainda estão aqui, eles estão bravos comigo por ter dispensado os seguranças ontem à noite, até Sawyer está bravo, mas se eu soubesse o risco que estava correndo, jamais teria feito isso.

— Papai!

Respiro fundo quando Judith grita e sai correndo dos braços do avô, viro a cabeça e vejo Christian recebendo-a em seus braços, Nery se levanta correndo e também vai para os braços dele. Eu fico sentada encarando-o, tentando conter toda a raiva que estou sentindo por ele ter me escondido que eu estou sendo caçada.

— Boa noite. — Christian murmura se aproximando, as meninas já estão grudadas em suas pernas. — Ray, Elliot, Ethan.

— Que bom que chegou, Christian. — Papai diz se levantando para cumprimenta-lo. — Como foi a viagem?

— Boa.

— Eu vou ir deitar. — Sussurro me levantando. — Boa noite para todos. Meninas, vamos, eu vou colocar vocês na cama.

Christian me encara e suspira exasperado, mas ele não diz nada, ele dá um beijo em cada uma das meninas e eu fico esperando elas virem. Levo cada uma para os seus quartos e espero até que durmam, depois volto ao andar de baixo.

Apenas os seguranças estão aqui e imagino que os outros já tenham ido, caminho até meu quarto e paro na porta ao ver Christian dentro do quarto, ele está dando de um lado para o outro enquanto fala ao celular. Encosto no batente e cruzo os braços enquanto lhe encaro.

Nós estamos juntos há tanto tempo e eu acho que nunca vou poder entender essa sua necessidade de me proteger, de estar sempre cuidando de mim. Eu queria apenas que ele entendesse que eu sou capaz de fazer as coisas, eu já deixei tanto para trás.

Seu olhar se encontra ao meu e ele abre um pequeno sorriso culpado, seus olhos estão cansados, ele todo parece exausto e eu imagino que tenha envelhecido uns dez anos até chegar aqui cheio de preocupação. Aproximo-me e lhe encaro.

— Por quê?

— Eu não queria que você soubesse. — Diz encolhendo os ombros. — Sua mãe já não é um assunto que te faz sofrer, você lutou muito para conseguir esquecer tudo, eu não queria que você voltasse a ficar mal.

— Christian, você não pode me esconder as coisas. — Sussurro tocando seu rosto. — Você quer me manter segura, eu entendo, mas você não estava aqui, eu dispensei os seguranças, algo poderia ter acontecido.

— Eu sei disso, e me sinto tão mal por isso, eu morreria se perdesse qualquer uma de vocês.

— Você não vai nos perder, mas não pode esconder as coisas de mim, eu quero que você confie em mim, como eu confio em você.

— Ana, amor, eu confio em você, mais do que qualquer outra pessoa.

— Então não me esconda mais as coisas, não importa o que seja.

Christian suspira com a expressão cansada, ele se aproxima mais e me puxa para um abraço, posso sentir todo o seu peso, todo o seu cansaço e principalmente o estresse. Envolvo meus braços em sua cintura e o aperto.

— Eu te amo, quero saber de tudo o que acontece. — Digo baixinho. — Eu sou a sua mulher, você não tem que esconder nada de mim.

— Será que você pode me desculpar?

— Só se você prometer ser mais sincero.

Afasto-me e encaro seus lindos olhos cinza, que me olham com tanta atenção e amor.

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