A Garota e os Zumbis - A Fuga

Capítulo 1 - A Continuação

Eu entrei em desespero.
O zumbi parecia estar com uma perna quebrada, para a minha sorte. Enquanto eu tentava me soltar das amarras dos pulsos, ele vinha lentamente até mim.

- Calma... calma... - Eu dizia para mim mesma. - ...não se desespera, ou vai morrer, assim como ele quer.

Então comecei a tentar pensar em algo. Havia uma mesa naquela sala, tinha uma chave de fenda em cima dela, parecia ter sido posta estrategicamente ali. Respirei fundo, tentando pensar em um jeito de me soltar. Enquanto tentava me movimentar, mesmo sentada, notei que a cadeira rangia muito, o que significava que era velha.

Tive uma ideia.

Tentei levantar o máximo que pude, usando toda a energia que me restava e me joguei no chão. Nada.
Tentei novamente e falhei três vezes, então, na última tentativa, a cadeira já estava mole, enquanto o zumbi ainda caminhava até mim.

Quando me joguei no chão, a cadeira finalmente se despedaçou. Os seus encostos continuavam em meus braços e os pés presos em meus tornozelos, mas eu conseguia me mexer. Eu ainda estava no chão, tentando me recuperar do impacto e minha visão estava meio turva.

Então eu senti o zumbi cair sobre mim e tentar abocanhar meu braço. Imediatamente o empurrei, tentando alcançar um pedaço de madeira o mais rápido possível. Ele era forte, mas eu não iria desistir.

Eu tinha que proteger Jamie. Eu tinha que lutar pela minha amiga.

Quando finalmente alcancei um pedaço de madeira, o empurrei novamente e usei toda a minha força para afundar aquilo na sua cabeça, soltando um grito.

Meu corpo queria enfraquecer, eu estava suando e minhas mãos estavam manchadas da gosma do zumbi, mas eu consegui tirar aquele corpo de cima de mim e fui até a porta.

- Ei! Eu estou viva, não era o que queriam, mas sobrevivi, idiotas! - Na minha cabeça eu estava gritando, mas eu sentia que minha voz não estava tão alta.

Eu tentei me manter de pé, mas minhas pernas estavam fracas e tremiam, então eu tentei sentar no chão, mas acabei me jogando no mesmo sem querer. Eu não queria fechar os olhos, mas mesmo lutando contra aquela vontade, meus olhos se fecharam, e eu apaguei.

Abro meus olhos e me vejo em um local diferente, parecia uma cela mal iluminada. Minha visão estava se normalizando, então tudo estava parando de dançar e ficando normal.
Olho para minhas mãos e vejo meus pulsos quase que em carne viva.

Olho para o lado e vejo a silhueta de uma mulher loira deitada em uma cama ao lado da minha.

- Jamie? - Ela se mexe e vira para mim. Imediatamente levanto e vou até ela.

- Cristal? Graças a Deus... - Ela tentou levantar, com dificuldade. Pude observá-la. Ela estava toda machucada, arranhada, um de seus olhos estavam roxos, assim como seu corpo e haviam algumas manchas de sangue seco nela. Parecia que Jamie havia levado uma surra.

- Meu Deus... o que houve? - Digo, a ajudando a levantar e lhe dando um abraço com cuidado para não machucá-la.

- Aquele homem... ele fez coisas horríveis comigo. - Eu vi seus olhos se encherem de lágrimas e meu coração se partiu.

- Jamie, o que houve realmente? Você pode me contar. - Eu a puxei para sentar, então vi as lágrimas caírem de seus olhos.

- Ele... ele abusou de mim. Me bateu. Me fez fazer várias coisas que eu não queria. Eu fiquei com medo, Cristal. Medo de morrer. - Ela soluçava muito.

- Era aquele homem que te pegou?

- Sim... - Ela olhava para o nada, mais lágrimas jorrando.

- Eu vou me vingar, Jamie... - Levanto. - ...da pior forma que se pode imaginar. E não vou precisar nem pôr minhas mãos nele.

- O que fizeram com você? - Ela perguntou.

- Me amarraram em uma cadeira velha e soltaram um zumbi. Tive que me virar.

- Meu Deus... mas você está bem? Se machucou? Eu sinto muito, Cris.

- Sinta por eles, Jamie. Minha vingança vai ser pior, e não me importo em esperar.

Escutamos um barulho alto e paramos de falar sobre.

- Bom dia, meninas. - Era Mestre e o homem que abusou de Jamie. - Prontas para a diversão?

- Não. - O homem olhava para Jamie com um sorriso no rosto. Senti nojo. Jamie se escondeu atrás de mim. - Mestre, será que podemos conversar?

- Pode falar. - Balancei a cabeça.

- Sem ele. - Ele sorriu, fez um sinal com a cabeça e o homem saiu.

- Fale. - Me aproximei das grades da cela.

- Mate-o.

Ele começou a rir.

- Quer que eu mate um dos meus homens? Por qual motivo?

- O que você mandou ele fazer com a Jamie? Por que ela está toda machucada e foi abusada? Você acha que foi quem?

Sua expressão mudou.

- Cretino.

MESTRE

Eu disse para aquele rato só assustar a garota. Apenas assustar. Mas parece que virou costume ir contra a minha palavra neste lugar.

- Ache o verme do Stuart. - Digo a um dos meus homens. - Leve-o a fornalha. Estarei esperando lá.

- Sim, Mestre. - Ele saiu.

- Barth, reúna todos na fornalha, quero que todos vejam o que está prestes à acontecer com quem não faz o que eu mando.

CRISTAL LEVIGNE

Um homem se aproximou da nossa cela e abriu a mesma. Ele fazia a mesma coisa com as outras.

- Quero todos na fornalha. Agora. - Disse o homem.

Segurei a mão de Jamie e nós fomos juntas, ainda sem entendermos o que estava acontecendo, até chegarmos lá. Vimos o tal homem ajoelhado no chão, implorando por sua vida, mas Mestre parecia não se importar.

- Aproximem-se. Vejam o que vai acontecer. Uma pessoa me desobedeceu. Vocês sabem o que acontece quando alguém me desobedece?

- Morte! - Todos gritaram.

- Este homem abusou de uma mulher, sem o meu consentimento. Pelas minhas costas. Me traiu descaradamente. - Disse ele. - Boa morte, Stuart.

Dois homens seguraram ele e o empurraram para dentro daquela fornalha. No começo ouvimos gritos, depois, mais nada.

Eu abracei Jamie, ela imediatamente pôs as mãos no rosto.