Capítulo 7

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- Eu não sei o motivo disso, mas eu tenho certeza de que tem algo obscuro por trás disso. - Jamie diz.

Eu estava em choque. Agora eu tinha certeza de que ele realmente era obcecado, mas não entendia o motivo.

O que eu tinha feito para aquele homem?
Será que ele sabia da minha existência antes mesmo de eu cruzar seu caminho?

Jamie decidiu me deixar descansar e mesmo com sua insistência para esquecer o assunto, minha mente ainda trabalhava enquanto eu dormia.

Sonhei sendo caçada, e eu conhecia bem meu caçador. Sua voz ecoava pela floresta, sua risada. E quando estou prestes a ser pega, abro meus olhos abruptamente.

Max estava entrando no quarto, havia acabado de fechar a porta atrás dele e quando me viu acordada, tomou um susto.

- Me desculpe. Não queria atrapalhar seu sono. - Ele disse, eu estava deitada na cama, então sentei, deixando as costas apoiadas no travesseiro.

- Não atrapalhou, na verdade. - Olho para o acesso em meu braço, eu ainda estava tomando soro. - Não sabia que estava tão mal.

- Acho que é compreensível quando você não se alimenta. - Reviro os olhos.

- Não consigo pensar nisso quando meu maior objetivo é sair daqui. - Respondo. Ele senta na cama, de frente para mim. Eu não conseguia olhar para ele. Apenas para sua mão, acompanhada da tatuagem de pantera que me encarava.

- Você achou que eu era seu namorado... o Josh. - Finalmente o encaro, levantando as sobrancelhas. - Eu te carreguei nos braços até aqui. Enquanto isso você chamava por ele, dizia o quanto havia sentido sua falta.

- Me desculpe... eu... - Sinto meus olhos marejarem. - Eu estou desmoronando sem ele.

- Ei, não. Não chora.

- Quando eu era pequena... - Comecei a falar sem parar. - ...tinha um ursinho, seu nome era Bunny. Ele era o único que me ajudava a não sentir medo de agulhas, pois tenho um... eu não sei, trauma, fobia... E a única pessoa que me fazia ter essa sensação de proteção, era Josh. Então imagine estar longe de quem te fortalece, e ter que dar conta da pessoa que ele mais ama no mundo.

Max segurou minha mão, as lágrimas caindo e quando ele me puxou para um abraço, eu simplesmente deixei.

- Meu pai já fez coisas terríveis e... eu nunca concordei com nada disso. Eu não vou continuar aguentando isso.

- Você está querendo dizer que... - Me afasto de seu abraço, olhando em seus olhos.

- Nós vamos sair daqui.

Engulo em seco. Agora eu sabia que era tudo ou nada.
Eu estava levando o filho do homem que me odiava ao caminho inimigo.

Eu sabia que agora era minha cabeça servida em uma bandeja, ou era a de Mestre.

JOSH WHITE

Eu resolvi sair para uma missão sozinho. Eram apenas eu, minha mochila com poucos suprimentos e água e minha arma.

Eu estava próximo aos condomínios de Mestre, observando cada canto com precisão.
Havia uma sensação estranha de estar sendo observado, mesmo sabendo que naquele dia e aquela hora, não havia vigilância.

Eu iria saquear algumas casas. Pegar o que conseguisse e ir embora.
Eu conhecia os métodos para identificar invasores e ladrões, sabia quais eram os procedimentos para evita-los e também sabia que nada havia sido feito quando Cristal invadiu.

Quando entrei na primeira casa, observei a sua perfeição. Elas eram como ratoeiras humanas.
A vítima entrava na casa, achava comida, água, camas feitas, juravam estar em proteção e quando menos esperavam, Mestre as pegava.
Admito que é um plano inteligente para quem precisa de pessoas, apenas de gostar de matar.

Abri minha bolsa, a colocando em cima do balcão da cozinha e joguei todas as latas que haviam em minha frente.

Quando estava prestes à sair, notei que havia um livro em cima da mesa de centro. Havia Harry Potter escrito na capa e logo me lembrei de Cristal. Essa era a casa que ela havia sido pega e esse era o livro que ela lia.

Quando o abri, havia algumas manchas de café por suas páginas, o que era uma tristeza, já que o livro estava novo.

O guardei na minha mochila, eu não sabia se aquele livro podia significar algo bom para Cristal, pois remetia ao dia em que foi capturada, mas, em contrapartida, foi o dia em que nos conhecemos.

Quando entrei no carro para sair, respirei fundo. Havia uma sensação estranha percorrendo sobre meu corpo. Senti uma tontura de repente.
Talvez fosse pelo fato de eu estar evitando comer. A situação na comunidade estava escassa, estávamos quase tirando da boca uns dos outros para que nossas crianças pudessem comer.

De repente, meus olhos se fecham, mesmo lutando para mante-los abertos.

A Garota e os Zumbis - A FugaOnde histórias criam vida. Descubra agora