Vejo meus pais correrem do supermercado, ao ver a filha deles cercada por zumbis, meu pai sacou sua arma e atirou para cima, chamando a atenção dos zumbis.
- Pai! - Eu consegui desviar de um zumbi que veio para me atacar e corri até eles.
Nós não tínhamos chance, não sabíamos como mata-los, como distrai-los.
Meu pai atirava nos zumbis, mas acabou ficando sem balas e as que restavam, estavam dentro do carro e não tínhamos como pegar. Meu pai partiu para cima dos zumbis, estava com seu machado em mãos e tentava acerta-los. Minha mãe tentava me proteger, mas por descuido um zumbi a agarrou, mordendo seu ombro.
Os gritos dela ecoaram, meu pai os ouviu, então correu para ajuda-la, enquanto eu apenas chorava, sem conseguir ajuda-los em absolutamente nada.
De repente, meu pai, que ajudava minha mãe, também foi atacado e enquanto um zumbi mordia seu braço, ele gritava para que eu fosse para o carro, mesmo que eu não quisesse. Ele jogou sua arma para mim, o último objeto que lhe pertencera que eu tinha e me ordenou que eu me salvasse.
Mesmo com lágrimas nos olhos, com a dor de ver meus pais serem atacados na minha frente, eu tinha que ser forte e ir enquanto os zumbis estavam distraídos com eles.
Quando entrei no carro, a chave estava lá, que por sorte meu pai havia deixado encaixada, então eu tive que voltar para a casa do lago, onde eu aprendi a me virar sozinha.
Chorando dia após dia, me culpando cada vez mais, me sentindo a pior filha do mundo. Pois eles tinham morrido por minha culpa.
Abro os olhos e recupero o ar, estava ofegante, cansada. Max estava ao meu lado, dormindo, então eu me aproximei dele e o abracei levemente.
Há algum tempo, esses sonhos não me atormentavam. Devia ser pela minha dificuldade em dormir, eu passava mais tempo acordada e consequentemente não sonhava, mas agora, eles estavam voltando com força.
Já era dia, então eu levantei para comer algo. Encontrei algumas maçãs e laranjas, então peguei uma maçã, a cortei e joguei um pouco de mel por cima. Quando estava prestes a comer, vejo uma mão invadir meu prato, era Jamie.
- A maçã já está doce o suficiente. - Ela diz enquanto mastiga um pedaço de maçã com mel.
- Você rouba minha comida e ainda reclama? - Pergunto, ela ri.
- Eu tenho que orientar em caso de você estar se matando aos poucos. Doces em excesso diminuem suas expectativas de vida.
- Tudo bem, Dra. White, mas não podemos esquecer que estamos em um apocalipse, não podemos deixar para amanhã o doce que podemos comer hoje. Vai que nós viramos comida. - Ela deu um leve empurrão em meu braço, resmungando.
- Seu tornozelo já está 100%? - Perguntou, então eu mostrei meu pé.
- Eu me recupero rápido. - Digo. Haviam se passado algumas semanas desde que o acidente aconteceu.
- Que bom, quando souberem disso, suas férias vão acabar. - Dou risada, eu estava esperando por isso.
- Você vai para o trabalho coletivo ou para a enfermaria? - Pergunto, ela vai até a geladeira e pega leite.
- Trabalho coletivo. Hoje vamos tentar recuperar a biblioteca. Quer ir?
- Claro. Me espera. - E eu corri para trocar de roupa, vestindo a roupa mais fácil que achei e calçando minhas botas.
Jamie e eu passamos o dia inteiro naquela biblioteca. Havia uma coleção de livros antigos, tanto de ficção, quanto história e acharam que seria interessante e distrativo para as crianças que ela fosse recuperada e reorganizada.
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A Garota e os Zumbis - A Fuga
Roman d'amourCristal Levigne está de volta. Determinadas a fugir de Mestre, Cristal e Jamie bolam um plano para o escape. Enquanto isso, um novo personagem se junta à trama, trazendo o passado conturbado de Mestre à tona. Mas o que ninguém sabe, é que Mestre es...