- O Andarilho -

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( Revisado )

Um forte sol, já raiava no horizonte nas primeiras horas do dia, estava bem quente e até fazia doer os ossos e a cabeça de quem o enfrentava. Ainda mais em um deserto. Tudo é levado ao extremo. Tanto o frio da madrugada com suas temperaturas extremas, como o sol do dia, que é elevado a uma temperatura incomparável. Zalkai vestia roupas tradicionais do deserto, uma túnica esverdeada, provinda da casa Tyla, a primeira Casa mais nobre dos Elfos, da Colônia de Alfheim. Fora sua túnica, portava na cintura um pequeno punhal, e também uma garrafa de água. Ele aparentava ter, em idade humana, entre trinta a quarenta anos, já na idade élfica, quase oito mil anos de idade. Seu cabelo era branco, branco grisalho, revelando sua idade. Caminhava pelo Deserto de Gyhk, o deserto mais famoso de todo o continente de Gehenna.

Uma hora quente... outrora frio, igual aos mestres elfos. Malditos sejam eles, são um bando de desérticos! Ria consigo mesmo, enquanto tomava um pouco de água de sua garrafa, feita com pele de bode, que comprou na cidade anterior, onde havia passado. Meu melhor investimento até hoje, eu acredito. Novamente observava a garrafa de água a admirando. Logo a sua frente, avistava a próxima cidade de sua jornada, a cidade-estado de Salazah. Ela era conhecida pela sua rica variedade em antiguidades, e Zalkai, procurava isso, coisas antigas. Ele abandonou todas as doutrinas dos elfos, todas as crenças e rituais para ser um andarilho. Negou sua nobreza e sua família. Alguns elfos de Alfheim, o procuram, querem ele morto, mas ele ainda é considerado um príncipe, além disso, Zalkai é o herdeiro do trono dos Elfos, no qual, também abandonou, deixando para seu irmão mais novo, Eccho. Não sentia falta alguma daquela vida que vivia, mas nessa que estava levando era extremamente gratificante para ele, principalmente por que ele era livre.

Chegando aos portões da cidade, que era bem movimentada, observou que os muros eram feitos de pedra, pedras grossas e resistentes. No centro da cidade havia uma espécie de pirâmide enorme. Conforme ia adentrando, a descobria cheia de corredores, que formavam uma espécie de labirinto, e se locomovendo em todos esses corredores, encontrava muitas barracas de comerciantes, vendendo frutas, amuletos, havia ferreiros, assim como todo o tipo de comércio. Zalkai se afundou mais pelos corredores e via que as casas se encontravam após aqueles corredores labirínticos. Feitas de barro, algumas eram pequenas e outras maiores, próximo a enorme pirâmide as casas já mudavam, eram feitas de pedras, bem resistentes e também de madeira, porém, poucas. Após os camelôs, havia uma enorme praça pública, com uma pequena fonte no meio dela, havia um monumento de um dragão jorrando água pela boca. As pessoas lhe chamavam a atenção, se deparou tanto com elfos, quanto humanos e até mesmo alguns septões, que normalmente são membros religiosos das igrejas e também conselheiros dos lordes das cidades.

Interessante, pensou consigo mesmo, após observar tudo aquilo decidiu entrar naquela pirâmide, para ver o que tinha lá dentro. Quando entrou pela única entrada e saída, via que se formava um grande salão, cheio de estantes, e escadarias, as estantes compostas por livros, muitos livros. Milhares. Afirmou apenas ao olhar rapidamente por entre a multidão e as estantes.

– Pois não senhor, em que posso ajudá-lo? – Uma jovem recepcionista dizia, era bela, tinha cabelos longos e negros, olhos também grandes de pele parda.

– Bom dia primeiramente, gostaria de uma pequena informação.

– Estou escutando, senhor.

– Gostaria de saber se há alguma sessão a respeito dos antigos dragões aqui e também se há alguma espécie de taverna por perto. – Dizia Zalkai apoiando seu cotovelo no balcão onde a moça se encontrava.

– A sessão sobre os dragões e a origem do mundo é no terceiro andar, na terceira prateleira da direita para a esquerda. – Ela gesticulou com os braços. – E sobre a taverna, bem, há uma a aproximadamente vinte metros ao norte, atrás da biblioteca.

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