- Os Olhos Esmeralda -

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( Revisado )

Bapolda se aproximava lentamente de Trina, com sua manga regaçada mostrando sua cicatriz também, seus passos eram curtos, quando de repente, impulsionou suas pernas em uma investida contra a elfa de mãos nuas.

A elfa percebeu antes, colocou o peso do seu corpo para o lado e conseguiu cair no chão após o movimento rápido, apesar de aquela senhora ser velha, era bem rápida, talvez fruto de sua magia.

Droga! Ela pensou, seu corpo estava em pânico, ela não queria ser tocada pela mulher, aos poucos foi tentando se levantar para manter o equilíbrio, lembrou-se de que carregava duas facas consigo, pegou uma delas da cintura e já em pé, colocou-se em forma desajeitada para ameaçar a velha.

- Você não leva jeito algum para isso, garota. Melhor dizer-me o que faz aqui e então deixarei você partir. – Seus olhos esbugalhados pressionavam a jovem elfa que aos poucos ia dando passos curtos para trás.

- Já disse! Não vou te dizer nada!

- E por que uma Impura está nos aposentos do Lorde Joseph? Veio matá-lo ou vai matar a mim? – A mulher tentava se aproximar, mas agora que via que Trina possuía a faca em mãos, decidiu não avançar muito, sua manga baixou da roupa que vestia.

Trina nem respondeu, num ato involuntário pegou sua faca e jogou contra a velha, entretanto, esta parecia bem familiarizada com lutas e esquivou-se facilmente do arremesso torto de Trina.

- Não precisamos ser inimigas, garota. – Ela se aproximou, e novamente impulsionou-se para cima de Trina, deu um salto, buscou ficar em cima dela e jogá-la contra o chão. Dessa vez Trina foi pega de surpresa, a velha que apesar de sua aparência horrenda e terrível, tinha uma vitalidade de sobra, as duas rolaram pelo chão, e Bapolda tocou com a palma da mão direita a testa de Trina, nesse momento a jovem ficou paralisada.

- Essa é minha magia. Paralisia. Efeito que paralisa todos seus membros, troncos e boca, porém, os órgãos estão ainda em completa sincronização e funcionamento. – Ela apontava com sua unha enorme Joseph. – Por que acha que ele está ali, deitado sem se mexer? Por minha causa. Sei que você quer algo aqui, talvez dinheiro, eu também, mas ao contrário de mim, você ainda tem uma vida inteira pela frente.

Trina estava deitada ao chão, seus braços estavam estirados e seu corpo todo paralisado, a única coisa que conseguia mover era seus olhos que assustados buscavam algo, tentou mover seu corpo, mas não conseguia, ouvia atentamente a proposta da mulher e tentou balbuciar algo, mas sua boca estava fechada.

- Dinheiro. Você está aqui pelo dinheiro desse velho, não está? Qual sua magia, elfa? – Ela vagarosamente retirou a faca que Trina possuía e a guardou consigo, dentro de seu vestido. Caminhando ao redor daquela sala, resolveu fechar a porta e passar a trinca, para evitar que serviçais adentrassem o local, naquelas prateleiras repleta de frascos começava a procurar por alguma coisa e separou diversos deles. – Apesar de ele estar paralisado, ele realmente está morrendo e sou eu quem cuido, conheço essas ervas como conheço os corredores dessa mansão.

Abria alguns frascos e começava a despejar na cabeça do velho homem que estava deitado e assim como Trina só conseguia mexer os olhos, que mal conseguiam ficarem abertos. A velha se aproximou de Trina e com a palma da sua mão esquerda tocou a testa da elfa, com a faca posicionou próxima ao pescoço da mesma.

- Responda as minhas perguntas ou pelo contrário rasgarei seu pescoço e nem gemer conseguirá, pois estará paralisada. – Seus olhos pressionaram o da elfa. – Qual seu objetivo?

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