- O abandono -

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O grupo estava à um dia de Betun, todos acampavam na floresta onde passaram praticamente os três ou quatro dias ali, a comida era sempre a mesma coisa, mas com pouca variação, já que os cogumelos e lebres eram sempre iguais, as vezes grãos e frutas se acrescentavam ao cardápio, mas nada era de se alegrar.

Todos já estavam cientes de que Elirah e Jeffle faziam durante a noite, principalmente Symes que ao decorrer desses dias ficou um pouco mais ligado no rapaz do que costumava ficar com os outros, tudo isso, por ordem de Hriggi, que não confiava nem um pouco no jovem arqueiro.

Humple o braço direito do capitão, havia ficado para trás, eles haviam se perdido em uma rota diferente, devido a uma perseguição, mas Humple dizia conhecer perfeitamente essas terras, ou pelo menos, costumava conhecer.

Animal, aquele com aspectos primitivos, havia desaparecido na floresta, seu habitat natural, era o que eles pensaram.

Nesta noite a vigia era de Hriggi e Jeffle, ambos estavam sentados em troncos secos ao redor da fogueira, enquanto os outros dormiam e descansavam um pouco, nesses dias encontraram alguns problemas como animais selvagens e um bando de tigres negros, famintos, habituais daquela região. Como de costume, durante as vigílias um dos homens ali sai para dar uma espairecida, tomar um pouco de água ou comer algo, Hriggi foi o primeiro a fazer isso, deixou Jeffle na vigília e então pegou um pouco de erva de esporos, que e colocou dentro de seu cachimbo feito de madeira maciça, longo e comprido, ateou fogo ali com um simples riscar de pedras fez uma fumaça que o rodeou.

Jeffle parecia inquieto, suas pernas não paravam de mexer, estava impaciente, estava aparentemente nervoso, vendo que Hriggi havia dado uma volta, Elirah acordou ao meio da noite, como sempre fazia, com pequenos passos, se aproximou de Jeffle e falando em seu ouvido o arrepiou.

- Vamos fazer hoje, Jeff? – Disse a mulher já o agarrando com suas mãos e passando as mãos pelo seu corpo, ainda por cima das roupas.

- Não. – Jeffle se virou para Elirah. – Não estou a fim hoje, Ellie. – Ele fez uma cara de aborrecido, mas suas pernas continuavam inquietas. – Desculpe, minha flor.

- O que houve, Jeffle? – Perguntou Elirah agora se colocando de frente para com o jovem. – Esses dias você está diferente. Parece-me bastante distante.

Jeffle demorou a responder, abaixou a cabeça e pegou uma pedra e a atirou por ele, pelo jeito ia repetir esse processo novamente, mas antes olhou para Elirah.

- Não sei ao certo, Ellie. Eu acho que devemos seguir esse pessoal, até a capital.

- Você sabe muito bem a minha opinião sobre isso, Jeff. Eu não vou a capital, não quero ir para lá, coisas ruins acontecem lá, eu quero você e mais ninguém.

- Sim, eu também quero somente você, mas... Esse pessoal, eles são pessoas legais. – Ele novamente atirou uma pedra para longe dali. – Eu não sei se poderemos nos virar sozinhos ainda, Ellie.

- Claro que podemos! Veja só por tantas coisas que passamos! - Elirah exclamou quase que gritando, mas viu que estava aumentando seu tom de voz e logo se acalmou. – Você está me dizendo que não me ama mais?

- Claro que não, Ellie. – Ele pegou na face dela com as mãos. – Eu te amo, você é meu único amor.

- Você também, é. – Ela se acalmou, ajeitando seu cabelo e se aproximando dele.

Os dois se beijaram, estavam ali sozinhos enquanto todos os outros dormiam, a família dos elfos e os piratas estavam tranqüilos, de repente, Hriggi fez um barulho com a garganta atrapalhando o beijo do casal.

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