- Os primeiros passos -

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( Revisado )

Seus olhos se abriram, a visão era embaçada e complicada, nos primeiros segundos não conseguiu enxergar absolutamente nada. Depois a visão limpou e percebeu que estava rodeado de árvores, sentiu seu corpo em uma espécie de couro macio e confortante. Sentiu uma dor no corpo quando tentou mexer seu braço para fora do couro, o corpo estava todo duro e quando o movimentou, estralou metade dos ossos que possuía em seu braço. Percebeu que estava em uma moradia sem teto, pois conseguia ver as árvores, concluiu que estava na floresta, mas em qual? Pensou consigo antes de se levantar e mais ossos se estralarem, percebia que quase nem conseguia se mover direito. Seu corpo parecia morto, suas pernas, braços, cabeça todos duros feitos pedras. O lugar onde estava parecia ser um quarto. Havia uma mesa, uma espécie de cômoda e também pertences, como pequenos chifres de búfalos e pés de coelhos, também, havia agulhas e vários tecidos jogados pelo chão junto com roupas. Ao olhar para as elas imediatamente olhou para as suas, não estava mais vestindo trapos, e sim uma camisa amarelada, mas bem velha, uma calça de couro acinzentada e uma bota de couro comum.

Não se lembrando de nada, caminhou até a mesa e ali pegou um copo de barro, que continha água, sentindo a água toda passar por sua garganta seca, uma sensação incrível, uma sensação de realização, após isso e com o corpo já mais acostumado e menos duro, foi até a porta onde poderia ser a saída de tal quarto.

A forte luz do sol bateu em seus olhos sensíveis, imediatamente colocou a mão sobre estes e ficou a se acostumar com a iluminação. Com o pouco que viu, e pôde perceber, havia mais cinco casebres iguais àquela que ele estava repousando, percebeu avistou uma fogueira que já havia sido apagada e um caldeirão em cima dela conduzido por dois galhos que serviam como pedestais, ele estava no meio de uma suposta aldeia feita as pressas, pois não tinham tetos para se cobrir caso a chuva viesse.

– Finalmente acordou! – Disse alguém que foi em direção dele.

A luz do sol se tampou por instantes e ele pôde ver com certa facilidade, era um senhor já de mais de meia idade, cabelos brancos, e uma razoável barba branca cobrindo seu pescoço. Suas vestimentas eram amareladas, assim como o turbante que usava, e na cintura possuía uma espada na cintura.

– Quem é você? – Perguntou rispidamente.

– Sou quem te salvou garoto, quando as pedras o tinham soterrado. – Respondeu velho com a voz grossa e bem estrondosa, parecia berrar, mas estava calmo, pois sua postura estava ereta e tranquila.

– Pedras? – Ele levantou o cenho assustado. – Que pedras? Eu não me lembro de nada... Só lembro que... Salvar meu pai! Onde estou? Preciso salvar meu pai! – Ele exclamava forte, enquanto se lembrou de parte de sua memória.

– Calma meu jovem, seu pai me pediu para cuidar de você, ele conseguiu escapar da prisão, os raios o libertaram e ele me trouxe você que só acordou após três dias. – Disse o senhor colocando as mãos nas costas do menino e então o levando para mais perto da fogueira. Chegando próximo o bastante ele pegou uma concha de madeira que esta no caldeirão e uma espécie de prato de barro, despejou dela uma sopa, feita com legumes e algumas frutas e pedaços de javali. – Se alimente jovem.

– Obrigado, eu acho. – Pegou o ensopado e em um gole só, acabou com tudo, fez um sinal com a cabeça para por mais e novamente após despejado o ensopado no prato em um gole colocou tudo para baixo, depois arrotou fortemente e passando a mão na barriga, disse. – Qual é o nome do senhor? Onde está meu pai, e onde está minha espada?

– Pode me chamar de Agamenon. – Ele se sentou em um tronco próximo a eles e pediu para o menino se sentar também. – Então Ney, como se sente? Sente dores? Sente seu corpo diferente?

As Crônicas de Zaz - O Arauto da Magia - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora