- Prisão do Castelo -

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( Revisado )

Era uma noite escura, muito mais escura que o normal, pois as nuvens tampavam a luz da lua, em sua enorme imensidão. Passos curtos são ouvidos pelos guardas reais que rodeavam o castelo naquela ocasião, ambos armados com arco e flecha e um punhal na cintura, amarrado por uma fivela e uma pequena bainha de couro.

O castelo habituava-se em uma área florestada, era rodeado por uma densa mata cheia de árvores antigas, das quais se entrelaçavam e formavam a verdadeira Floresta Negra. Árvores robustas e cheias de folhagens e galhos, aparência medonha para todas as pessoas sãs o bastante para entender isso, mas não para o jovem e astuto Ney, que perambulava por ali em busca do castelo. Ney era um jovem assim como todos eles, cabelos castanhos e menor parte deles preto, estatura comum para um garoto de doze anos, e uma vitalidade enorme constituindo seu corpo magro, entretanto, já definido em alguns pontos, por correr praticamente todos os dias e manejava uma espécie de espada afiada, porém, de tamanho menor do que o normal.

O jovem seguia pela floresta. Suas roupas já eram farrapos, calças rasgadas na altura do joelho, uma camisa com inúmeros furos pequenos, e uma jaqueta também bem surrada. Por entre os galhos das arvores Ney passava rapidamente, de pulo em pulo agarrava os galhos das árvores e então nesta altura já conseguia avistar os muros do castelo e os dois guardas.

Fácil! Pensou o garoto. E em um impulso astuto e acrobático de uma árvore avançou contra o muro do castelo e pendurou seu corpo agarrando em uma das enormes pedras que constituíam o muro. De pouco em pouco ia escalando o muro com velocidade e esperteza tamanha. Após olhar com o canto dos olhos para os dois guardas ali, que pareciam mais entretidos com conversas alheias do que com a vigia, o garoto decidiu então ir escalando para o lado deles, onde ele pudesse ter maior vantagem para derrubar os dois. A altura , de onde o jovem estava pendurado e escalando, era de quase seis metros do chão.

– Você ainda anda pulando a cerca, Doug? – Perguntou um dos guardas com a barba cerrada, portando o arco na mão direita e a aljava de flechas nas costas. – Tem certeza que realmente ama ela, cara? Não sei, não, acho que você deveria parar com isso, afinal, você vai se casar com ela.

– Não, eu a amo, mas com a Nillie, eu me sinto... Mais vivo. – Comentou o outro, segurando o arco e então olhando para o horizonte, a procura de um consolo do amigo.

A aparição foi rápida, o jovem pegou sua espada menor e lançou-a sobre um dos guardas ali, enquanto o guarda atingido estava ainda entendendo toda a situação e não mais conseguia respirar, pois a espada acertou-lhe a garganta, o outro guarda surpreso tentou puxar o punhal que carregava na cintura, mas era tarde de mais, como o muro do castelo era estreito, o jovem garoto já o empurrava lá para baixo, uma queda livre de vinte e cinco metros de altura, quando o mesmo caiu, torceu seu pescoço e então, poucos segundos depois, já estava morto. O menino juntava as flechas daquele com a espada na garganta, pegou seu arco também, retomou sua espada, jogou o corpo do mesmo junto com o do amigo lá embaixo, e então seguiu pela muralha, procurando a entrada que o levaria para dentro do castelo.

Agora posso derrubá-los de longe, mas preciso de mais flechas antes. Falou consigo mesmo enquanto colocava o arco e a aljava em suas costas enquanto observava o interior do castelo pelas muralhas imensas. O interior do castelo era meio vazio, tirando o fato de que havia muitos cavalos no estábulo que estava logo abaixo dele. Se eles me virem farão muito barulho, preciso ir por outro caminho. Então colocou sua visão para frente e enxergou uma cúpula onde os guardas guardavam flechas e equipamentos para a patrulha. Ney observou e viu que havia uma entrada ali, aparentemente não havia ninguém lá dentro, não haviam luzes de tochas, e havia vitrais ali, que puderam concluir isso para o jovem garoto. Ele correu naquela direção, abriu as portas, pegou mais algumas flechas e fuçou mais algumas coisas ali, mas todas eram grandes demais para ele, já que os homens da patrulha normalmente tinham de vinte anos para cima. Ney então viu uma escadaria da qual desceu, desceu e viu que conseguiu alcançar o térreo.

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