► 𝘯𝘪𝘨𝘩𝘵𝘴 ⇝ 𝘭𝘢𝘶𝘳𝘦𝘯 𝘹 𝘺𝘰𝘶

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Eu estava sentada em uma mesa de uma cafeteria esperando por Lauren enquanto bebia uma xícara de café expresso. Estava nervosa, era a primeira vez que eu veria Lauren pessoalmente desde que eu fui para Itália, eu sentia muito a falta dela, isso era visível.

Batia os meus dedos na mesa em sinal de nervosismo, eu sequer sabia o que dizer além do "Oi, quanto tempo" é essa frase também me faria soar como uma trouxa.

Se bem que tudo me faz soar como uma trouxa.

Senti uma mão em meu ombro e quando olhei esperançosa, vi que era apenas um senhor perguntando se poderia pegar uma das cadeiras, como havia quatro delas, disse que poderia pegar.

Era visível a minha decepção.

- S/N? - Ouvi a voz dela e me virei.

Sorri aliviada ao vê-la ali, seus cabelos estavam mais longos e ela parecia mais forte, mas seus olhos estavam do mesmo jeito que eu me lembrava. Ela sorriu e parecia mais suave.

- Oi, quanto tempo. - Quis me bater por ter dito isso, mas não pude deixar de fazer uma careta, provocando aquela risada de bebê que eu tanto gostava em Lauren. - Eu queria poder te abraçar. Jesus, falei isso em voz alta?

- Hahaha, você continua a mesma. Ainda não achou o filtro de suas palavras.

- Ele provavelmente está junto com a minha vergonha na cara. - Revirei os olhos vendo Lauren se sentar a minha frente na mesa. - Mas eu ainda quero te abraçar.

- Então me abrace.

- Até parece que nunca viu um paparazzi.

- Eu só não ligo para eles.

- Eu ligo, então vamos para um lugar mais seguro. - Eu falei me levantando e caminhando.

- Hm, S/N? A conta. - Lauren me lembrou e eu entreguei o dinheiro para a garçonete pedindo desculpas.

Não imaginei que teria de aguentar Lauren rindo do fato de eu ter esquecido de pagar a conta durante o caminho inteiro para a minha casa.

- Esses anos fizeram muito bem para você. - Sorri e logo me dei conta do que eu havia dito e ela riu quando eu choraminguei. - E eu não calo a minha boca!

- Um dia você aprende. - Eu olhei para ela indignada e ela riu mais ainda.

- Oh, lembrei de uma coisa. - Vasculhei minha bolsa em busca da minha carteira e lá peguei um papel dobrado trezentas vezes e cheio de fita adesiva. - Seu desenho.

Ela abriu o desenho que ela tinha feito anos atrás chocada, parou de andar e ficou apenas encarando o papel em suas mãos de boca aberta. Ela passava a ponta de seus dedos, provavelmente tentando provar que aquilo em suas mãos era real.

- Você ainda guarda o desenho. - Ela falou em voz baixa.

- Sempre guardo na minha carteira, é tipo meu amuleto da sorte. Desculpa por estar cheio de fita adesiva e estar faltando alguns pedaços.

- Eu achava que você tinha se esquecido de mim.

- Eu tinha prometido, não tinha? - Sorri. - É sério eu não lembro se eu prometi ou não. Acho que sim. Enfim, eu nunca te esqueci.

- Eu também nunca te esqueci. - Ela falou entre risos e lágrimas.

- Você está chorando, meus Deus, não chora por favor. - A abracei secando suas lágrimas.

- Eu senti sua falta, S/N. - Ela fungou em meu ombro. - Estou feliz que podemos talvez ser amigas de novo.

- Amigas. - Saboreei a palavra em meus lábios. - Somos amigas novamente.