A noite peço para a Paty ficar na sala junto com a Alice, quando eu estiver conversando com o Eduardo. Me arrumo e vou para sala, a Paty fez uma sopa para eu tomar, nada desce, começo a mexer na sopa sem tomar uma gota, a campainha toca, Paty vai abrir a porta.
Me levanto e viro para ver o Eduardo, ele está com um sorriso radiante, ele vem ao meu encontro, eu resolvo dar um passo para trás, não posso deixá-lo me tocar, senão eu não vou conseguir fazer ele se afastar.
Ele para e me olhou sério:
- Posso saber o que está acontecendo? – a voz dele demonstra preocupação.
Tento ficar tranquila mesmo sentido ânsia.
- A gente precisa conversar – falo sem olhar para ele.
- Tudo bem – ele respira fundo – Vamos conversar – ele vem perto e me abraça.
- É melhor a gente parar por aqui – falo sem olhar nos olhos dele.
- Você está falando isso por causa do que aconteceu com o Alexandre?
- Não, não tem nada a ver com a morte do pai do Alexandre – eu me afasto dele.
- Então, por quê? – Eduardo me segura pelo ombro fazendo eu olhar nos olhos deles.
- Eduardo, somos diferentes, além disto, eu nem sei o que eu realmente sinto.
- Pelo o que sei, você me ama – ele parece preocupado.
Respiro fundo tentando tomar coragem.
- Você sabe que eu nunca acreditei no amor – abaixo minha cabeça, sei que isso não será o suficiente para afastar ele – A Paloma te ama foi sacanagem o que você fez pra ela e quem me garante que você não fará o mesmo comigo? – tenho que me sentar, parece que a qualquer momento vou desabar.
- Eu nunca faria isso com você, você sabe disso – ele segura minha mão.
Me levanto para ficar afastado dele, sei que ele não irá me perdoar, mas você quer fazer a coisa certa, né? Tenho que fazer várias vezes essa pergunta para mim mesma.
- Eu não sei. A verdade é que eu não te amo mais – me viro para ver a reação dele, me arrependo, ele começa a andar na minha direção com os olhos cheios de raiva, cada passo que ele dá na minha direção eu dou um para trás até me sentir encurralada pela parede. Ele chega perto colocando a mão dele na parede, me deixando entre seus braços, ele abaixa seu rosto até deixar sua boca centímetro da minha.
- Quero que você fale isso agora.
Fecho meus olhos, ele sabe como derrubar minha barreira, nesta hora me lembro dele e do Alexandre no velório, empurro ele, me viro olhando nos olhos dele.
- Acho que estou gostando do Alexandre.
- Eu não acredito nisto – ele passa a mão no pescoço, querendo associar tudo o que está acontecendo.
- O Alexandre sempre fez de tudo para me conquistar, acho que está resolvendo, sem falar que ele é uma pessoa boa, você mais do que ninguém sabe disso.
- Você vai namorar ele? - ele me olha com desprezo.
- Não sei, isso é um problema meu – tiro o colar que ele me deu do bolso da minha calça – Acho que isso não me pertence mais.
Ele pega o colar da minha mão, anda até a porta, Alice pega a bolsa dela e me dá um beijo, a hora que ele está saindo eu falo.
- Futuramente você vai me agradecer por isso – as lágrimas começam a cair devagar.
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A existência de um amor
RomansaÉ incrível como uma pessoa consegue passar despercebida durante 4 anos em uma escola, essa pessoa sou eu, Fabiana uma garota de 15 anos que morava em uma cidade pequena, chamada Pedra Azul onde todos se conhecem. Meus pais são separados, como toda s...