Cachoeira

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No fim de semana, convido vocês para irmos a uma cachoeira. Pedro topa imediatamente, mas você não se anima muito.

- Eu só vou se você me prometer que vai nadar pelada.

- Nado pelada. Mas você também vai ter que fazer isso.

- Nadar pelado com você? Fácil! Eu até topo, mas nós vamos dormir em um hotel!

- Não tem hotel por lá. Só uma pousadinha bem simples. Mas a graça toda está em acampar.

- Dormir em barraca? Sem chance!

Nós acabamos concordando em ir cedo e voltarmos no mesmo dia, mas na noite anterior, você me ligou e disse que não iria, pois teria que trabalhar. Por isso, Pedro e eu concordamos em manter a ideia inicial e acamparmos.

O dia estava lindo, ensolarado, mas não muito quente. Não havia muitas pessoas acampadas e o poço estava bem vazio. Em certo momento nós, de fato conseguimos nadar nus.

A noite esfriou, e quando entramos na barraca ficamos bem agarradinhos. Pedro me olhou nos olhos e ficou calado. Eu senti que ele queria dizer alguma coisa.

- Queria te pedir uma coisa, mas não sei se devo. Fico meio sem graça.

Eu coloco a mão sobre a bochecha dele.

- Pode me pedir o que quiser. Não precisa ficar sem graça.

- Tá bom. Aquela noite, em que eu dormi no seu sofá, eu ouvi você e o João no banho.

- Oh, não sei o que dizer.

- Acontece que eu fiquei muito, muito excitado, e fiquei com muita vontade de...

- De?

- De ver vocês dois. Transando.

Imediatamente imaginei a cena: meu namorado me vendo transar com meu outro namorado.

Uau! Adorei a ideia.

Eu ri para ele e respondi.

- Acho que podemos arranjar isso. Mas você não vai ficar com ciúme?

- Não vejo porque ficaria.

- Que bom. Então eu acho que preciso treinar, para apresentar um belo espetáculo para você. O que acha de me ajudar?

Ele sorriu e deitou por cima de mim.

- Só se for agora!

Eu demorei alguns dias para ter coragem de tocar no assunto com você. Eu nunca pensaria que Pedro me pediria algo assim, e não tinha certeza se você aceitaria, ou se ficaria ofendido. Ele também não tocou mais no assunto. Mas todas as vezes que a gente ficava e ele me apertava em seus braços, eu sentia que ele ainda queria.

Finalmente criei coragem e falei com você.

Nós estávamos em sua casa, deitados em sua cama, nus depois do sexo. Eu estava em seus braços, aninhada em seu peito, desfrutando da sensação boa do seu corpo.

- Posso te fazer uma pergunta?

-Claro linda. O que você quer saber?

- Quero te fazer uma pergunta íntima, sobre fantasias sexuais...

Você riu

- Tudo bem. Pergunte.

- Você já assistiu alguém transando, ao vivo? Ou foi visto?

- Nunca. Acho que não curto muito voyerismo. Ou nunca pensei nisso. Por quê?

- Hum. Você podia pensar nisso um pouco.

- Porque? Você quer ser vista?

- É, acho que sim. O que você acha?

Você virou o rosto para olhar o meu. Eu me virei para ficar de frente para você, que me deu um sorriso safado.

- Se é o seu desejo, ficarei feliz em realizá-lo.

No dia combinado, resolvi caprichar na produção, afinal, eu não seduziria apenas um, mas os dois ao mesmo tempo.

Eu me depilei, hidratei a pele e coloquei minha lingerie mais sexy. Caprichei na maquiagem, pintando os lábios de vermelho, coisa que eu raramente fazia .

Vocês dois chegaram juntos. Eu os ouvi no portão e corri para abrir a porta. Eu estava usando um vestido preto, bem curtinho e sandálias vermelhas de tiras e saltos bem alto. Sorri satisfeita quando vocês me olharam boquiabertos e ficaram sem palavras.

Vocês entraram e eu lhes servi uma taça de vinho. Vocês não conseguiam tirar os olhos de mim.

Fechei a janela da sala e liguei o som baixinho. Vocês me seguiam com os olhos, ambos estavam hipnotizados por mim. Eu me senti uma Deusa devassa.

Eu estava um pouco sem graça, mas resolvi entrar no personagem. Eu seria uma puta, muito sexy e segura, capaz de seduzir qualquer homem que desejasse.

Comecei a balançar meu corpo ao som do blues que tocava ao fundo, de costas, sem olhar para vocês. Quando me virei, fiquei constrangida. Eu nunca os tinha visto daquele jeito. Vocês estavam, literalmente, de boca aberta. Paralisei por alguns segundos.

A verdade é que, antes de vocês, eu era uma mulher bastante diferente.

Eu nunca fui considerada feia, mas também nunca fui um modelo de beleza e sensualidade. Quando namorei pela primeira vez, eu tinha 16 anos, e não fiquei muito empolgada. Durou 3 meses e depois dele, não quis namorar outro. Fiquei com alguns meninos, mas nada sério. E claro, não transei.

Fui para a faculdade aos 18 e logo me apaixonei por um colega de turma. Nós namoramos por 1 ano, antes de transarmos. Não foi maravilhoso. A primeira vez foi bem ruim, na verdade, mas depois foi ficando melhor. Como ele era o primeiro, eu achava que estava tudo certo.

Então, eu te conheci. Eu tinha 21 anos e estava no penúltimo ano. Você, com 23, tinha acabado de se formar. A paixão entre nós era tangível, e nós ficamos juntos. Mas não transamos.

Enquanto você estava fora, eu namorei outros caras, transei com alguns, mas eu nunca consegui me soltar com nenhum deles. Eu me sentia uma menina brincando de ser adulta, não tinha coragem de sensualizar, me sentia ridícula. Tentava não demonstrar quando estava com tesão e deixava sempre o cara tomar a iniciativa.

Eu era horrível!

Antes de vocês dois, o sexo era um tabu e a sensualidade, um pecado mortal.

Vocês me libertaram, me tornaram uma mulher mais completa e livre. E esta é só mais uma razão pela qual eu amo vocês dois.

Então eu volto a me permitir.

Enquanto eu me remexo ao som da música, começo a tirar a minha roupa, e fico só de calcinha. Então eu te chamo.


I put a spell on you

'Cause you're mine


Eu arranco a sua roupa e te beijo. Você me segura daquele seu jeito e eu me derreto, depois me solidifico outra vez.

E olho para ele.


You better stop

The things that you're doin'.

I said "Watch out!

I ain't lyin', yeah


Ele nos assiste e eu vejo que ele está duro. Eu o quero também. Sussurro em seu ouvido:

- Me deixa chamá-lo?

Você concorda.

Eu estico meu braço e chamo por ele.

Ele vem.

E a brincadeira fica mais divertida...

CasualmenteWhere stories live. Discover now