Um ano.
Um ano desde que começamos esse relacionamento.
Um ano cheio de amor, companheirismo, amizade e prazer em vários sentidos.
E então, nossa primeira briga.
Ciúme? Não.
Muito mais complicado que isso
Eu finalmente terminei meu doutorado. Já estava há dois anos dando aulas em uma faculdade particular. Agora, eu tinha duas opções: ficar onde eu estava e aceitar uma bolsa de pós-doc que me foi ofertada, ou largar tudo para tentar um cargo público.
Eu estava estudando muito nos últimos meses, almejando passar em algum concurso. E eu tinha consciência de que eu, talvez, precisasse me mudar para outro Estado, caso conseguisse uma vaga.
Você fez doutorado em outro país, voltou de lá muito bem empregado, ocupando um cargo importante em uma grande empresa, tem estabilidade e um bom salário.
Pedro conseguiu uma vaga de professor na universidade, faz o que gosta e também ganha bem.
Vocês dois são felizes e realizados profissional e financeiramente.
Eu também quero isso para mim.
Mas quando fui conversar com vocês sobre isso, nenhum dos dois reagiu como eu esperava.
- Como assim, você tá pensando em ir embora?
-Claro que não. Mas eu já não sou tão novinha, preciso de um emprego!
-Você tem um!
- Eu não estou entendendo essa comoção toda. Eu só vou fazer uma prova, nem sei se vou passar!
- Você é inteligente, é provável que passe. E aí? Você vai nos deixar?
- Eu não pensei sobre isso! Óbvio que eu não quero deixar vocês. Mas se eu conseguir um bom cargo em outro Estado, nós podemos continuar namorando. Vocês vão me ver, eu venho ver vocês.
- Do que você está falando? - Você protestou - além de dividir você, terei que namorar a distância? Não, isso é demais pra mim. Não dá!
- O que você está dizendo? Que não me ama o suficiente para manter um relacionamento a distância?
- É isso mesmo!
Virei-me para Pedro, decepcionada.
- E você? Também não me ama o suficiente?
- Amo. Se você for embora, eu vou com você!
- Deixa de ser ridículo Pedro! Você vai deixar seu trabalho aqui?
- É só um trabalho cara! Eu sou capaz de deixá-lo sim. Por ela.
- Eu não acredito em você. Você só está dizendo isso para manipula-la e ficar com ela só pra você! Mas ela é minha entendeu?
- Ela é sua? Desde quando?
Eu custava a acreditar naqueles dois, discutindo quem era o meu dono. Fiquei de saco cheio e gritei com os dois.
- Chega disso! Vocês não são os meus donos. E saiam daqui. Estou farta de vocês. Quero ficar sozinha.
Mais tarde, recebi uma mensagem dele no meu telefone.
"Me desculpa por hoje amor. Eu não quis parecer um machista egoísta. Só é difícil pensar em ficar sem você. Eu vou ficar em casa, se você me quiser ou precisar de mim, me avisa que eu vou correndo. Te amo."
Suspirei e respondi para mim mesma:
"Eu também te amo"
Então chegou outra mensagem. Era você.
"Esta mais calma minha dona? Posso ir até a sua casa?"
" Não!"
" Mas eu quero me desculpar..."
" Só escreva: me desculpe..."
Não é suficiente"
Então desculpe-se amanhã.
Dormi sozinha naquela noite, e até que foi bom.
Na manhã seguinte, tinha uma mensagem sua em meu celular:
"Eu te amo muito. Me desculpe por ter falado besteira. Eu iria até o inferno por você. Boa noite."
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Casualmente
RomanceExistem regras para o amor? Um amor do passado, um reencontro e o reacender de uma paixão. Será que um amor casual pode ser verdadeiro?